De um bando de índios a um bando de gostosas!

Day 1,643, 12:21 Published in Brazil Brazil by Varnhagen
Meus caros amigos,

Aqui em Minas é comum ouvir dizer que o sujeito dá um boi para não entrar numa arenga, e uma boiada e meia para não sair. Ou que certas mágoas devem ser guardadas no fresco -ou na geladeira, hoje em dia- para que possam ser devidamente saboreadas depois. Não sei, acreditem, se isso é uma verdade ou uma provocação. Mineiros, assim como os gaudérios, gostam de ser provocados e, mais ainda, de provocar. Na última vez que nos unimos, e pegamos em armas para selar essa união, acabamos por amarrar os cavalos no obelisco da praça XV, no centro do Rio. Não era necessária a afronta, urdida em Porto Alegre e Belo Horizonte, mas... E o Getúlio não apeou do cavalo nos quinze anos seguintes. Noutra feita, quando o Magalhães Pinto moveu os tanques rumo ao Rio, mais por provocação do que por confiança, depomos o Jango e mergulhamos nessa bosta que foi 64.

O leitor amigo, não muito afeito a divagações herméticas, há de perguntar: E daí? Daí que sofremos uma provocação ontem ou hoje, não me recordo. Provocações nos animam, é forçoso reconhecer, mas nos doem no fígado. Pois não é que um cidadão romeno traçou uma linha do tempo do Brasi onde, de uma tribo indígena, chegamos a essa "nação de gostosas semi-nuas", que seria o Brasil “moderno”? Isso, claro, dado ao fato das mulheres indígenas de antanho terem uma obsessão pelos mandriões de cabelo louro e olhos azuis, que "deram um upgrade nesse povinho". Graças a essa mistura formidável, nosso povo melhorou e, hoje mais que antes, pelo que pude deduzir, temos uma renca de mulheres gostosas semi-nuas andando pelas ruas. Daí que, nessa linha de análise, os e-romenos só terem a acrescentar nesse país grande e bobo que é o Brasil, ou o e-Brasil, ou os dois juntos.

Ou seja, devemos agradecer pelos portugueses terem nos colonizado, por terem comido nossas índias (o sujeito é tão desinformado que não sabe que hoje, mais da metade da população é negra e os índios, coitados, uma merreca de 400 mil e poucas almas ou quase isso), nos ensinado a ler e, portanto, a chegar à “civilização”, da qual fazemos parte.

Agora, no meio do texto, não sei se foi uma provocação ou uma bobagem, fruto da desinformação. Quero crer que os romenos, uma sociedade avançadíssima, último baluarte do stalinismo, “europeia” até a medula, informadíssima, sejam mais instruídos. Afinal, como devemos agradecer aos portugas, devemos também aos romenos essa “aula” de história do Brasil. É muita civilização... E quero crer que, com a ajuda romena, viraremos primeiro mundo no jogo e na realidade. Talvez não seja seu forte a economia, ou a política, ou a diplomacia, mas a eRomenia deve ter algo a nos completar, a nos abrilhantar e a nos civilizar, índios que somos todos nós, acostumados a comer jacaré cru ou beber sangue de sucuri.

Afinal de contas, somos a 6º economia e não a 58ª, temos um PIB per capita muito, mas muito maior, só a população de São Paulo é a metade da romena mas, contudo, somos uma tribo besta. Talvez fosse melhor termos sido colonizados pelos romenos. Mas afinal de contas, a Romenia existe ou é uma entidade abstrata criada pelo inconsciente coletivo do jogo?

Um abraço, ex cordis,
Varnhagen, aka Mahdi