De quem é a culpa

Day 2,138, 07:56 Published in Brazil Brazil by Riograndense





De quem é a culpa


Há algum tempo atrás publiquei um artigo onde falava sobre nossas limitações como seres humanos, sobre como somos cheios de preconceitos e o quanto é difícil superá-los pelo simples fato de sermos humanos.


Externei minha opinião sobre como essas ações nos afetavam dentro deste jogo, criando um enorme problema, o qual não me sentia capaz de vislumbrar uma solução.


Recentemente, lendo um livro a respeito do nosso inconsciente – não aquele inconsciente ‘místico’, mas um inconsciente científico, comprovado por pesquisas, estudos e imagens de ressonâncias funcionais do nosso cérebro - e o modo como ele afeta nossas vidas, nossas escolhas e nosso comportamento. De modo que comprovadamente tomamos muitas decisões em nossas vidas por causa de associações, impulsos ou mudanças químicas ocorridas no interior de nossos cérebros, sem que nosso pensamento consciente tome ciência, nos fazendo supor erroneamente os motivos de nossas escolhas.

Me deparei com dois capítulos que me ajudaram a entender, de forma bastante clara, o problema que encontramos hoje no eBrasil: a fragmentação da sociedade brasileira.

Através de estudos, e pesquisas de comportamento os psicólogos conseguiram detectar uma característica humana não só de criar divisões em grupos, mesmo dentro de outros grupos maiores, como de beneficiar esses grupos dos quais fazemos, ou nos sentimos, parte. Isso mesmo, não é preciso haver uma classificação direta para que exista uma dessas divisões, onde segundo o autor tratamos de forma diferente aqueles que fazem parte do mesmo grupo, os chamados in-group dos que não o fazem, ou out-groups, de forma muitas vezes inconsciente.

Colocarei agora algumas citações do referido livro, e após isso irei me abster de fazer qualquer conclusão, pedindo a vocês que pensem nas nossas atitudes, desde sempre. Temos ainda a oportunidade de reverter a situação, dificuldades e problemas a serem resolvidos é o que não falta; só precisamos trabalhar juntos uma solução.



“(...) nós investimos muito em nos sentir diferentes uns dos outros [como grupo] – e superiores -, não importa quão tênue seja a base de nosso senso de superioridade e independentemente do quanto de autossabotagem isso possa envolver” (Mlodinow, Leonard. p. 206 de ‘Subliminar’).

“Você pode achar desestimulante saber que, mesmo quando divisões em grupos são anônimas e desimportantes, e mesmo em detrimento do custo pessoal do próprio grupo, as pessoas sempre escolhem discriminar em favor de seu in-group, em lugar de agir pelo bem maior” (Mlodinow, Leonard. p. 207 de ‘Subliminar’).

“Quanto mais as pessoas em grupos considerados tradicionalmente diferentes, como os baseados em raça, etnia, classe, gênero ou religião, julgarem vantajoso trabalhar juntas, menos elas discriminam umas às outras” (Mlodnow, Leonard. p. 207 de ‘Subliminar’).




Abraço e um bom jogo a todos!