Apenas um ato
King Stefano o Padre
Ninguém nasce racista, nenhum bebê abre os olhos e é um suprematista branco, nenhuma criança nasce com identidade étnica, é preciso ensinar alguém a ser preconceituoso através de um currículo formal direto ou do exemplo direto. Para formar um cafajeste eu preciso do exemplo de outros, para formar um mal motorista, eu preciso que na cadeirinha o filho veja o pai ultrapassar o sinal vermelho. E desde a cadeirinha ele vai absorvendo por osmose esse modelo, ele vai esquecer tudo que aprendeu na escola, mas infelizmente esse exemplo prático e diário ele não esquecerá nunca.
Isso é cultural e é transmitido cada vez mais imperceptível através das gerações, um exemplo disso é que: Certa vez, hospedado em um hotel no Rio Grande do Norte, quando presenciei uma cena, comum, mas não gostaria que a fosse. Mas ainda comum, e que muitas das vezes passam desapercebido. No hotel, perto a Orla, estava eu sentado quando entra um rapaz, com certa idade branco e bem trajado, o que ele deixou mais claro mais tarde, ser filhos de imigrantes alemães. Quando o homem que estava na portaria começou a falar com ele em inglês.
O Porteiro diz: “Hi” no qual o homem retorna “Hi”. O porteiro educadamente pergunta: “Where are you from?” No qual o suposto estrangeiro responde “São Paulo. Do you know?”, era um professor da Unicamp, descendente de imigrantes alemães e brasileiro. Atrás dele havia um Senhor negro, ao qual o porteiro ainda educadamente diz: “O Senhor espera um pouquinho que eu já vou atende-lo”, o senhor negro era americano e não falava português, logo não compreendeu um só fonema que aquele porteiro disse.
Esse julgamento pela melanina é uma tradição de 388 anos no Brasil, é uma tradição forte e sólida, é uma tradição difícil. E é preciso que todos nós estejamos atentos a esses pequenos discursos camuflados e escondidos. Outros tipos de preconceitos ainda mais antigo que este e contundente e ainda mais forte, a misoginia – a desconfiança da capacidade feminina. Cem anos de pensamento feminista é preciso combater cinco mil anos de história, esse é o preconceito, talvez, mais tradicional.
A minha esperança final é que, se eu formei um preconceituoso eu posso “disforma-lo”, se eu ensinei uma pessoa a ser preconceituosa eu posso “desensinar”. Por que este é um aprendizado e ele é artificial, não é biológico não é natural. Pois como disse no início desse artigo, ninguém nasce preconceituoso, haja vista que o racismo não é apenas um crime, é uma ofensa ética, um sinal claro de limitação intelectual. É o maior atestado que se passa de não possui inteligência, pois defende-la é defender uma ideia que não tem nenhuma base.
Tanto no jogo quanto na RL não seja limitado intelectualmente.
Um bom jogo a todos
soul
Comments
Apenas um ato
https://www.erepublik.com/en/article/apenas-um-ato-2667253
Leia e reflita !
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Obrigado
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Vv
Obrigado
Excelente artigo!
Obrigado
Parabéns!
Texto sem oportunismo.
É somente as coisas como elas são.
Votado!
Obrigado
Votado
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Excelente artigo!
Uma visão interessante.
Obrigado
Olha, não é por nada não. Eu não defendo nenhum ideal racista ou coisa do gênero. Mas eu tenho pra mim que o ser humano é um ser baseado no ódio, muitos dos mais importantes avanços científicos feitos pela humanidade foram obtidos por meio de guerras. A própria emancipação feminina foi fruto da Primeira Guerra Mundial. Isso não é justificativa para qualquer ódio ou discriminação, mas o simples fato de você não gostar de alguém, seja por qualquer motivo, já é abertura para uma discriminação. Você daria um emprego para alguém que você não simpatiza apenas no olhar? Falaria com alguém que você não gosta por outros motivos que não sejam a cor da pele? O que eu quero dizer que por mais que seja combatido, o ódio continuará vivo, simplesmente porque é algo dentro da nossa genética. Mas eu não quero polemizar. ^.^ Só queria deixar aqui minha opinião sobre a questão do ódio humano.
Certamente muitos ganhos da humanidade veio de coisas ruins sim. É por isso o artigo, justamente para buscar diminuir o ódio entre os demais.
Obrigado pela visita