[ROLEPLAY] - A Grande Loja do Brasil

Day 1,610, 22:18 Published in Brazil Brazil by Kush


O dia era de chuva com um tímido sol esgueirando-se entre as nuvens esparsas. Tínhamos marcado a bebedeira semanal e era justamente uma sexta-feira treze. Um mero boteco. Imundo, com ratos, comida ruim e muitos homens bêbados. Este local de encontro foi escolhido, pois todos conhecemos o velho dono do bar, o Sr. Irc e o casal de filhos que também atendem lá desde jovens, o rapazote Mirc e a senhorita Mibbit.

Ao chegar, meu confrade Since já nos esperava. Puxei uma cadeira e pedi haggis (coração, pulmão e fígado de ovelha) e outra garrafa de uísque além da que ele já tomava. Em seguida chegaram Henrique e Koz.

Conversamos e bebemos até altas horas. Estávamos já tontos quando os assuntos políticos começaram a surgir. Eu estava gostando quando falávamos apenas de mulheres, carros, trabalho e bebidas... Mas vá lá, política também é coisa de macho.



O alto grau de embriaguez não me permite recordar como tudo aconteceu. Apenas vultos perpassam em minha mente e lapsos de memória vêm e vão da forma como querem, autônomos e independentes sem que eu possa ordená-los logicamente.

Discutíamos sobre nossa vontade intima de salvar nosso país. Sentíamos como se fôssemos heróis.

Pelo que me lembro, caminhamos um bocado de milhas - ao menos para pés bêbados que insistem em rumar tortuosamente - até chegarmos à sede do partido ACTA.

Nosso sangue escocês (ou seria o uísque escocês em nosso sangue?) como que em uma nobre e belíssima cavalgada manifestou-se pela voz de um de nós:

- Vamo pôr essa porra abaixo!



E os outros somente urraram.

Com direito a pedras, molotov, ripas e um bom e velho pé-de-cabra, tomamos o pequeno edifício e tacamos fogo naquela porcaria toda. Muitos documentos de imigrantes estavam no meio, foram todos perdidos. Registros de atuação política também foram queimados. Quase nada restou.

Koz sentou no meio fio, e com uma ripa no colo entalhou com uma faca os dizeres "FREEMASONS BR".

Naquele ponto, Henrique entornou a garrafa sobrevivente, pegou a tábua e pregou no umbral da porta da sede destruída.

Since e eu observávamos, porém não em silêncio. Gritávamos por ajuda, para que alguém chamasse o corpo de bombeiros.

Fomos autuados em flagrante delito e recolhidos à delegacia, na qual prestamos depoimento. O delegado arquivou nosso caso mas pediu para participar daquele feito, caso prosperasse, porém, gostaria de manter o sigilo. A ele demos nossa palavra, que é mais forte que um tronco de carvalho.



Tempos depois pegamos algum dinheiro do banqueiro Koz e reconstruímos o local. Tal como deve ser, com toda sua beleza e simplicidade, com todos os símbolos que indicam a ritualística e iniciamos os trabalhos.

Os vários amigos de Since receberam a notícia, e alguns deles prontificaram-se a ajudar no que fosse preciso. Da mesma forma Henrique e eu, infiltrados em uma divisão de elite do Exército recolhíamos informações valiosas sobre a soberania nacional e as relações exteriores.



Assim nasceu FREEMASONS BR.

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