Guiz Entrevistas: Ereschkigal

Day 3,767, 17:21 Published in Brazil Brazil by Guiz o Conservador



"A vitória tem mil pais, mas a derrota é orfã."

John Kennedy




Hoje entrevistaremos o atual MOFA (Ministro dos Negócios Estrangeiros/Relações Exteriores) Ereschkigal.





Saudações Ereschkigal, poderia nos resumir sua trajetória no eRepublik?

R: Registrei-me no jogo em 22 de maio de 2017. Ou seja, já está próximo de completar um ano que estou por aqui. Conheci o jogo procurando por jogos de estratégia e simulação no Google, se não me engano. Considero que o primeiro mês tenha sido o mais entediante, como costuma acontecer com a maioria dos novatos. Nessa primeira fase, eu era filiado da Casa Imperial (hoje, atual PI😎, que, na época, tinha menos que 20 membros, e era membro da MU Guarda Imperial. Entrei por simpatizar, na vida real, com as idéias monárquicas, mas, no jogo, eu quase não vi interação nesses grupos na época e percebi logo que funcionava bem diferente ingame. Abandonei o partido e permaneci apartidário por algumas semanas. Lembro de ter me aproximado da Mônica Mattos, com quem conversava quase que diariamente, até que ela sumiu do jogo e do Discord. Lembro que ela foi quem me deu um pouco de força e apoio nas minhas primeiras publicações, o que me ajudou a seguir e consolidar minhas intenções como jornalista, que marcaram a segunda e mais agitada fase, que ocorreu com intensidade do segundo ao sétimo mês de jogo, creio. Tornei-me membro da oposição e, depois, membro do ARENA, onde permaneço até hoje.


Em sua visão, qual foi o motivo para ser escolhido MOFA neste mandato?

R: Bem, como eu disse na questão anterior, uma boa parte da minha trajetória consistiu no jornalismo. Foi justamente o módulo jornalístico que me aproximou bastante dos contatos e dos acontecimentos relacionados à geopolítica do eMundo. As entrevistas, vez ou outra, revelavam informações "privilegiadas" do cenário internacional que nem sempre podiam ser publicadas nos artigos por questão de ética e de preservar a confiança depositada pelos entrevistados. Além disso, para formular direito as questões e escolher os tópicos das entrevistas e os próprios entrevistados, eu precisava me informar diariamente sobre o que acontecia. Isso tudo acabou fazendo que eu me envolvesse com a política internacional. Então, creio que esse manejo diário acabou sendo uma razão para me indicarem como MoFA.


Você sofreu alguma dificuldade com a função nesta primeira semana? Se sim, quais?


R: Naturalmente. É a primeira vez em que ocupo um cargo ministerial no eRepublik. Logo, é de se esperar que haja alguma dificuldade, o que é normal, afinal, um dia haveria de ser o primeiro. Além disso, mesmo o histórico mais "recente" das políticas externas do eBrasil é mais velho que meu tempo de atividade. Mas não foi algo insuperável, principalmente quando se tem a sincera disposição de executar o que é preciso. Hoje, os trabalhos do MoFA já estão fluindo com mais rapidez e precisão.



A oposição reclama da inatividade de seu ministério, você concorda com isso?

R: Discordo, mas entendo o ponto de vista, embora eu creia que, em certos casos, tal posicionamento seja propositalmente forçado e exagerado por parte de quem sabe - e aparenta fingir não saber - da natureza diversa do MoFA. Basta consultar o jornal do ministério em questão e verá que a prática é que o MoFA realize, quando muito, uma única publicação e gaste a maior parte do seu tempo "por trás das câmeras". Mas estou certo de que a maioria da população entende a diferença. Explico: o Ministério dos Negócios Estrangeiros trabalha de uma maneira bastante distinta dos demais. Enquanto ministérios como o MdC, MdE e MdD direcionam-se preponderantemente para assuntos internos (e, por isso, devem estar reportando-se constantemente ao público interno de nosso ePaís), o MoFA, como o próprio nome sugere, trabalha diariamente em outra camada. Os trabalhos do MoFA são diários e a maioria deles deve ser revestida de sigilo para não prejudicar e frustrar as negociações que estão sendo feitas. Há uma multiplicidade de figuras, movimentos e fenômenos da área internacional que não podem se entrelaçar num mesmo nível, o que demandam do MoFA em várias esferas que, a princípio, devem ser mantidas cada qual em sua área. A não ser que o MoFA queira publicar assuntos "menores" e de baixa relevância apenas para entreter os cidadãos, mas creio que esse não deve ser o tratamento que estes merecem, senão um trabalho efetivo, ainda que sob o sigilo que o ministério demanda.
Em outras palavras: o sigilo é condição da efetividade do trabalho do MoFA. Principalmente em tempos frágeis.

Quais são seus principais objetivos como MOFA neste mandato?

R: Terei de falar de maneira muito genérica, pois, como disse, há um sigilo sobre as negociações do MoFA. Mas, posso dizer que o objetivo principal do MoFA é retirar o eBrasil de uma zona de perigo no qual se encontra e que pode eclodir a qualquer momento. Porém, isso não é simples. A política anterior que vinha sendo executada até o último governo aliada com eventos internacionais fomentou uma resistência e até rebaixamento da posição do eBrasil no cenário mundial. Portas que alguns acreditaram estar abertas para nós estão, na realidade, fechadas. Temos também noção do curto tempo que nos é dado: 30 dias são insuficientes para tentar ajustar o ritmo do eBrasil dos últimos meses. Logo, ao mesmo tempo em que isso nos ensina que não devemos perder o ânimo e que devemos fazer tudo para provocar o resultado mais efetivo possível, também nos ensina que não podemos ir com extrema pressa. É um ponto bastante delicado.
Afinal, são dois anos de uma política externa da oposição que não podemos, simplesmente, jogar no lixo, embora havendo muitos pontos nos quais discordo fortemente.


Como o eBrasil é visto exatamente no âmbito internacional?

R: Depende. Há várias visões sobre o eBrasil, conforme o lado que se questiona. Mas o que posso lhe dizer é que nenhuma delas é tão boa como gostaríamos que fosse. Elas variam desde o eBrasil ser visto como um inimigo natural, passando pela desconfiança, até chegar na simpatia de outros. Mas, na média, não é boa devido ao fato que vários canais de comunicação foram deixados ficar enferrujados com o tempo, algo que estamos tentando desfazer. Desejaríamos estabelecer o eBrasil como um "major partner", mesmo que isso leve tempo.

Em seu último artigo "(PT/EN) Memórias de um Delírio", o mesmo criticou a neutralidade do eBrasil na guerra que se iniciava entre Asteria e Anti-Asteria, hoje na mesma ocasião a situação seria diferente?

R: Como MoFA, sou ocupante de um cargo oficial do eBrasil, sendo, portanto, um de seus representantes. Ademais, o Ministério tem autonomia no seu "regimento interno", mas as linhas gerais de política são delegadas diretamente pelo Presidente e pelo Parlamento, que são os que decidem qual a postura que será tomada pelo eBrasil. Logo, são aos desígnios do Presidente e do Parlamento que devo me reportar diretamente, sendo minha opinião apenas secundária, como um ministro que aconselha o governante. Sobre ser anti- ou pró-, cabe dizer que o Presidente é pró-Brasil.

Por fim, se faltou algo por perguntar, ou se quiser deixar uma mensagem final, agora é a hora!

R: Há muito que eu ainda poderia falar, mas não convém dizer tudo. Poderia alongar-me mais e fundamentar com mais força ainda meus pontos, mas, como parte do governo, é preciso - voluntariamente - abrir mão do próprio ego para não prejudicar o eBrasil.


Agradeço ao caro Ministro das Relações Exteriores Ereschkigal, por sua participação em nossa entrevista.



Ass: Guiz