Doce Romance, por Jules deMalt
Jules deMalt
Bitorino entrava num canto duma sala iluminada por uma simples vela. Sombras dançavam romanticamente contra a parede pálida enquanto o som calmante de jazz o puxava para um transe quixotesco. Pétalas de rosa estavam espalhadas pelo chão.
Bitorino aproximou-se hesitantemente do centro habitado por uma mesa coberta com um tecido branco, onde repousava um balde de gelo com uma garrafa de champanhe, taças de morangos cobertos de chocolate e trufas - o seu favorito. Os seus olhos absorviam detalhes do ambiente. Bitorino queria gravar o momento para sempre na sua memória.
Sentindo-se observado, levantou os olhos que se cruzaram com um par de olhos castanhos brilhantes de malícia que descansavam intentamente no seu rosto.
"Aqueles olhos..." pensou para si.
Bitorino viu-o a aproximar-se. Os seus olhos estavam repletos de admiração e desejo -- tão cheios de amor -- e Bitorino sabia que eram todos para si.
Como conseguiu ter tanta sorte?
O que fez Bitorino para merecer alguém tão perfeito?
Bitorino ponderou essas perguntas quando recebeu um bouquet de flores. "Para ti", Alvaro Cunhal sussurrou amorosamente no seu ouvido. As suas palavras reberveravam nos seus tímpanos, causando pele de galinha.
Calafrios percorriam-lhe o corpo enquanto borboletas voavam nervosamente no seu estômago. O coração do Bitorino ribombava a toda a força no seu peito. Ninguém o fazia sentir como se estava a sentir. Excepto o Alvaro.
"Uma dança?" Alvaro perguntou com os seus olhos enquanto se aproximava silenciosamente. Os seus corpos encaixavam-se perfeitamente enquanto dançavam ao ritmo de Miles. Alvaro debruçou-se em bicos de pés para ficar ao mesmo nível e sentir o cheiro do seu cabelo. O cheiro era intoxicante, um aroma único emanado por recém refugiados de Auschwitz. Tão tentador.
O Bitorino consumia igualmente o cheiro a meias de 3 dias por lavar do Alvaro culminando num orgasmo olfactório impossível de resistir.
"Nunca me senti desta maneira" afirmava Bitorino enquanto passava as mãos pelo cabelo oleoso do Alvaro.
"Nem eu" respondia o Alvaro que lutava por não pisotear Bitorino com os seus sapatos medicinais de plataforma.
Comments
ahahahaha!!! Ta demais!!!
LIXO
Tá visto que tens andado pelo fórum 😃
Too hot! Hot damn!
😃
Loool sacaste isso donde? 50 sombras?
Bitorino ambicionava voltar a sentir aquela leveza de pensamentos de outrora, aquando da sua inocência pensava que o vermelho era a solução para os problemas mundiais, e que a ideologia comunista iria salvá-lo. Alvaro Cunhal, esse ícone da ideologia retrograda era para ele a sua nemesis - selvagem e perigosa e demagoga e insossa. Queria voltar a bater no fundo do marxismo e sorver a sua equidade distributiva...queria sentir aquele calor descer novamente...
Amanhã leio, ok?
Muito bom.
Votado
Estava engraçado. A pena foi que do meio para fim amaricou.
Tinha um comentário melhor... Mas o erepublik javardoi
olhó gajo
Porque raio é que li isto a imaginar a tua voz, Jules?
Votado! ah...ah... Muito bem! Cumprimentos!
Que rejubilo!
Nice.
o7
Que maravilha
Já cá faltava o Jules mais a sua prosa corrosiva.Uma historia de amor fica sempre bem 😃
Faltou enrabanço
Já li. Não fiquei desapontado. 8/10 perfeito.
UK - 7.8
URSS - 7.7
USA - 8.1
GER - 7.9
CHI - 8.0
JAP - 7.8
O Pheamus é o Matias ?
Quero o próximo episódio!
Well I found you now so tear me away
From the feral street they lumped us in
I’ll be Shakespeare’s moonstruck king
We can lose our minds at the top of the hill
We burn cash and carry a decadent flame
Way into the night and beyond the grave
RIP Scott