O JACOBINO: De cabelo em pé!

Day 1,241, 15:20 Published in Brazil Brazil by Mahdi Cleitus
Meus caros amigos,

Uma das coisas mais fantásticas, nesses tempos modernos, é a capacidade de se espantar. O brasileiro e o ebrasileiro (que no fundo nada mais é do que um reflexo e uma projeção do que somos e do que gostaríamos de ser) não se espanta ou se espanta pouco. Muitíssimo pouco. Um inglês amigo meu e que me visitou dia desses já desceu no aeroporto espantado. E como nesses filmes de psicopata, tropeçava no seu próprio espanto frente a tudo. Nós não. E o que é pior, quem não se espanta, não se comove.

Espanta-me o fato de não espantar ninguém que, depois de algumas dezenas de mudanças nas engrenagens do eRepublik, o módulo político continua quase “virgem”. Mudam produtos, mudam conceitos, mudam ferramentas, mudam a logística, mas o velho módulo político continua firme, mais ortodoxo que gravatinha borboleta em Primeira Comunhão. E olhe que um dos centros de gravidade do jogo é a política. Ou não é fato que são as decisões políticas que criam esses ou aqueles cenários? Uma bala chita para quem responder.

Espanta, também, o fato de um grupo estrangeiro ter a possibilidade de dominar, através de pleitos legais, o centro das decisões políticas, econômicas e mesmo militares de um país, os famigerados “TO’s”. E espanta mais ainda que haja a possibilidade de um outro partido tomar de assalto outro, parasitando-o num “TO” interno. Espanta o fato de um congressista não poder ser cassado por improbidade, roubo, ação contra os interesses nacionais. E mais ainda que embora existam partidos, boa parte apresente a mesma cara, a mesma fragilidade ideológica, a mesma indefinição programática. Como gêmeos siameses, mudam mais os rostos que os aeroportos.

Aliás, faço uma correção necessária: alguns partidos tem uma carta programática sim, um “norte” ideológico claro. Mas, aí entra outra coisa de se espantar: o Partido não tem controle efetivo sobre as ações de seus componentes e nem possui nenhum poder no sentido de coibir aquilo que não coadunar com seu ideário. Nesse sentido, há mais partidos de um homem só do que partidos políticos de fato. A mudança, a grande reforma política não é, contudo, algo que se possa resolver só pela via dos Administradores. Eles podem, sim, aperfeiçoar esse módulo, eliminando algumas aberrações. Mas a outra mudança é da nossa alçada. E é aí que a porca torce o rabo.

Um abraço fraterno,
Mahdi