Maria Bonita (Ano 1. Ed. 3)

Day 3,231, 08:22 Published in Brazil Brazil by Volta Seca


Com muito orgulho chego a esta nova edição, agradeço a todos que leram o artigo anterior, caso não tenha lido, confira aqui.

Esta edição apresenta uma mulher vista como a rainha do cangaço, também popular por Maria Bonita.



Maria Gomes de Oliveira, nasceu em Paulo Afonso, município da Bahia, em 8 de março de 1911, esposa de Lampião e a primeira mulher a participar ativamente do cangaço, sendo que ela tinha apenas 18 anos quando subiu na garupa do cavalo de Virgulino Ferreira da Silva. Corpo bem feito, olhos e cabelos castanhos, um metro e cinquenta e seis de altura, testa vertical, nariz afilado. Era bonita, habilidosa na costura (assim como era Lampião) e adorava dançar. Foi o suficiente para Virgulino quebrar a tradição do cangaço e permitir o ingresso de uma mulher nos bandos, o que abriu precedente para várias outras.
Curiosamente ela não tinha essa alcunha diante do cangaço, era conhecida até então por Rainha do Cangaço, Maria de Dona Déa, Maria de Déa de Zé Felipe ou Maria do Capitão. O nome definitivo surgiu inspirado em um romance de 1914, Maria Bonita, de Júlio Afrânio Peixoto, adaptado para o cinema 23 anos depois. Vários repórteres chegaram ao consenso para padronizar a informação disseminada pelos jornais impressos.
Maria conheceu Lampião em 1929 quando foi apresentada pelo tio Odilon Café e estava separada do antigo marido havia 15 dias. Ela se tornou um dos nome mais conhecidos por ser a mulher do comandante supremo do cangaço. Maria Bonita, e por consequência a história do cangaço, tem que ser passada pelo contexto histórico acontecido no Nordeste brasileiro.
Sua morte foi em 28 de julho de 1938, quando o bando acampado na Grota de Angicos, em Poço Redondo (Sergipe), foi atacado de surpresa pela polícia armada oficial (conhecida como "volante"). Foi degolada ainda viva, assim como Lampião, porém este já morto, e outros nove cangaceiros.


Tendo em vista que todo grande homem tem ao lado uma grande mulher, Maria foi para lampião muito mais que uma companheira, era uma ideologista, com princípios semelhantes ao marido, de forte personalidade era sem dúvida uma segurança aos seguidores do cangaço, pois lutava bravamente por seus valores, sempre ao lado de lampião.


Sempre muito elegante, gostava e tinha o dom para costura, adornava suas vestimentas e auxiliava na confecção de roupas para os demais cangaceiros, vaidosa, gostava de animais, ainda hoje se localizam alguns retratos dela, na qual demonstra sua personalidade, assim como nessa foto:


Daí a pergunta, para que haja um represente legítimo em qualquer cargo, necessita-se de um pioneiro, aquele inicia sua ideia, obtém resultados e é sucedido, do modo que Maria se apresentou ao cangaço, não era apenas uma figura simbólica, impôs propostas e certamente influenciou no decorrer de toda a história assim como a conhecemos. Até onde Maria influenciou na visão que as mulheres apresentavam para a sociedade naquela época e hoje?

Opinem nos comentários, deixem suas ideias, Assim como para o palhaço, o seu maior reconhecimento são as gargalhadas, para o jornalista são as opiniões tidas através do seu trabalho.