Convite para todos os Portuguesses
manosowarnorte
Quem quiser ajudar na evolução do meu partido porque não se sente valorizado no seu partido, quer que as suas ideias sejam ouvidas, que quiser ajudar ou simplesmente quiser ajuda que se junte ao meu partido, estou à tua espera😉
http://www.erepublik.com/br/party/movimento-popular-3585/1
Comments
Num mundo hipotético sou um jornalista vulnerável. Neste mundo hipotético sou um veterinário balançando as minhas mãos por cima de mim, desocupando o espaço agora vazio entre mim e o chão da minha presença intrusiva. Daqui, em toda a plenitude reservada à luz da verdade, sou livre pra falar. O mais importante, sou livre pra escarnecer, incapaz de limpar as manchas do meu corpo ou os insultos da minha consciência.
drogas
Felizmente, tal mundo não é o mundo onde vivo. Sou um veterinário, sim, e um fabricante de sabão. Mas ao menos sou um ou dois passos à frente da ralé e é por isso que sou intocável pela opiniao popular.
Ironia foi em tempos o canto de um pássaro que começou a amar a sua gaiola. Foi uma era que já passou, uma que implicava níveis extremos de ironia que ofuscavam a sinceridade e honestidade.
Através de meditações e rigorosa disciplina, ascendi a um nível de ironia tão incompreensível e inseparável da sinceridade que atropelo até a própria ironia.
Ironia deixou de ser o canto de um pássaro que começou a amar a sua gaiola, passou a ser a espada com que trespasso outros e a mim próprio
Vivemos num clima político tenso. A mente das pessoas estão ocupadas com políticas de coadopção, coligações bizarras e brutalidade conjugal. No entanto estes assuntos não me interessam. Não oiço o seu canto de sereia, porque quando nada é feito com verdade e honestidade nada pode ser equalitário.
Deixem-me dar-vos um exemplo: Trabalho e estudo ironicamente. É verdade. Quando os anos passarem e me entregarem o meu mestrado e olho para os meus amigos e familiares, vou sorrir e saber que todos caíram na esparrela. A piada sendo a minha sinceridade e interesse, O meu final de mestrado servirá como uma confirmação final de que estou acima de todos vocês em mente e espírito. Farei parte de um humor tão subversivo e sublime que apenas poderei abanar a cabeça paternalmente enquanto leio a minha cópia anotada ironicamente do livro Infinite Jest. Porque não absorvo a sua mensagem de ironia com um simples pensamento sério.
A minha vida é uma série de eventos irónicos. Durmo todas as noites para vos gozar, mas na verdade não durmo. Dormir é um acto sincero e honesto, é algo que faz parte do ser e refresca os sentidos, algo que mentes obscuras analisaram como sendo "total e completamente falso". Por isso mesmo que os meus olhos estejam cerrados e o meu peito se mova gentilmente com a típica marcha lenta das funções involuntárias, não estou a dormir. Estou simplesmente num estado de incoerência. Cada manhã acordo e bebo água enquanto sorrio, porque a ideia fulcral de beber agua é a de aliviar uma sincera necessidade biológica. A sede. Eu faço-o apenas por humor artístico. A ideia de sede é manufacturada da mesma forma com que é ultrapassada através do poder da ironia. Os meus dias ocorrem da mesma forma enquanto contemplo como é que ultrapassarei o meu próprio sentido irónico amanhã, tal como a minha profunda falta de interesse genuíno na minha vida.
Fiz o coito irónicamente. Mijei ironicamente para urinóis, sabendo que mijar-me nas sapatilhas seria o maior trolling aos meus sentidos de vergonha e constrangimento.
A rebelião contra esse nível de sub-ironia é a arma pela qual o meu ego clama. Vivo e respiro falácias e sarcasmo puro, um sarcasmo tão intenso que começou a incorporar-se na minha identidade. Podia dar-te centenas de exemplos de como me ultrapassei e ultrapassei toda a gente através do poder da ironia, mas este mundo cansa-me. Sinto-o como uma leve dor nos meus ossos, um pulsar nelvrágico no coração que me permeia a pele e suga a alma dos meus olhos. Sinto-me cansado, e apesar do meu cansaço sou capaz de falsificar os sintomas de verdadeiro iluminismo espiritual até ao ponto em que tudo deixa de fazer sentido. As tuas "compreensões" passam a não ser nada.
Morte é a condição final. É possível pará-la com o poder da humanidade, mas não conseguimos. O estado, a igreja e a ciência advogam que devemos aceitar a morte como uma verdade inevitável. Não posso contar muito sobre esse assunto pois estou para lá da morte. Há muito que larguei as grilhetas da carne em troca de uma t-shirt de 3€ da H&M (comprada com comentários sarcásticos e subversivos) e uns jeans da Bershka (com um piscar de olhos à empregada, mas mais a mim próprio quando engano toda a gente a pensar que quero calças), deixando para trás a claridade mental e física que espero que um dia me impeça de de agir genuinamente.
Suicídio traz consigo uma conotação negativa. Não gosto do termo 'suicídio' ou 'auto-flagelação', mas antes "transcendência". Enquanto levo esta lâmina ao meu pulso, rio-me de mim, lembrando-me como todos os "grandes" autores antes de mim se encontraram numa situação parecida. Os meus dedos provocam sensualmente a ponta da lâmina. Afagam-na como um pai afaga o seu filho.
Se tinham medo da morte? Não sei. Se sentiam um resquício de emoção ou desejo no momento, não quero saber. Porque a partir do momento em que tomar esta caixa de valium e cortar os pulsos na banheira, não sentirei nada mais que um bendito sentido de verdadeira dignidade, a minha transcendência apenas a minutos de terminar e a toldar-me o pensamento. Quando pensamos que sentimos, quando sentimos que a nossa existência é justicável, o verdadeiro gesto de compromisso à arte do esquecimento é a transcendência.
Adeus, e-mundo cruel.
Portuguesses está mal escrito
oh Jules isto está a um nível poético para lá do espectacular. ah e a correcção só no último comentário é de salientar 😃
Nasci com o dom de perder tempo
Olha que não 😉
A que site foste? 😃
bestgore.com
Ty
O artigo vale a pena pelos comentários do Jules..