[SD] Não existem perguntas imbecis
I Junior Souza I
Que saudade de publicar um artigo! Faz um bom tempo... Bom, nesse artigo eu vou deixar mais um assunto para ser pensado. E questionado! Ou não..?
Hoje passei o dia me questionando sobre uma coisa que é escancarada para todos, mas que eu tenho observado mais por ter estado até esse ano em uma sala de aula todos os dias da semana. É uma coisa bem simples, na verdade, mas que me intriga. E, bom, me leva a questionar: Conforme envelhecemos e “amadurecemos”, para onde vai a nossa vontade de perguntar? Não digo a curiosidade em si, pois ela é inerente ao ser humano, mas digo a vontade de perguntar, propriamente dita.
O que eu quero dizer com isso? Bom, todo mundo já deve ter ouvido falar daquela famosa fase durante o nosso crescimento, a fase dos porquês. No início da nossa infância, quando começamos a aprender, despertamos o gosto pelo novo conhecimento, pela informação e pelo aprendizado. Ainda, no início da nossa carreira escolar a professora ensina como somar números simples, diz o que é verbo, e essas coisas que, hoje, nos parecem bestas demais até mesmo para ser consideradas como “conhecimento”. Mas, quando éramos crianças, mesmo para uma continha de dois mais dois nós queríamos saber o porquê do resultado; sempre questionávamos. Se não entendíamos, perguntávamos e buscávamos entender. Às vezes chegamos até a fazer uma pergunta perspicaz demais para nossa “imaturidade” e falta de conhecimento. Temos admiração pelo conhecimento.
Entretanto, passando a observar o comportamento de alunos do ensino médio, como eu mesmo era até ano passado, vejo que toda essa vontade e admiração se perderam. Como assim? Vejam, um aluno do último ano levanta a mão durante a explicação de um professor. Quantos 100% de certeza vocês têm de que ele quer ir ao banheiro ou beber água? Pois é, conforme o tempo passa parece que as pessoas, eu mesmo, nós perdemos a vontade e a disposição de fazer perguntas, levantar questionamentos e – até dói dizer– a capacidade de duvidar. Com o amadurecimento que “ganhamos” com o tempo, deveríamos desenvolver o nosso ceticismo, a vontade de saber mais (ou realmente aprender). Quando alguém nos diz algo, quando assistimos um professor explicar, quando vemos algo na televisão ou na internet. Para onde foi a vontade de perguntar?
Se vocês tiverem a oportunidade de estar à frente de uma sala de aula, vão poder observar o que vou descrever.
Em uma sala de crianças, todos olham com olhinhos brilhantes, sempre tem uma mão levantada – geralmente dúvida, não vontade de usar o banheiro – em algum lugar. E não importa o que os outros vão achar, ou se os outros já sabem ou já entenderam, as crianças sempre perguntam, sempre querem saber mais.
Já quando se está à frente de adolescentes ou adultos, a perspectiva de ensinar é bem diferente. Raros são os que olham pra quem tá falando. Uns ficam no celular, uns conversam, outros olham o pernilongo aventureiro voando por aí, alguns até olham para frente, mas sem realmente ver. Perguntas? Haha, Sério? Não, não tem. Nenhuma. Salvo raríssimas exceções.
Se observar bem, vai ver no rosto dessas pessoas a preocupação de fazerem perguntas “imbecis”.
A sala se enche de olhares de esguelha para ver, o tempo todo, se têm aprovação dos outros (mesmo de desconhecidos). Até mesmo tem a questão do orgulho, de mostrar para os outros que aprende rápido, que entende de primeira, que sabe de tudo. Essa questão eu digo por conhecimento próprio.
Mas, será mesmo que existem perguntas imbecis? Será que existem perguntas que podem ser tachadas como desnecessárias? Sinceramente, eu acho que não. Afinal, se uma pessoa pergunta, é por que para ela é algo novo; se alguém pergunta, é por que quer saber e, mesmo que você ou eu já saibamos, talvez esse alguém não saiba. O que há de mal nisso? Ninguém pode saber tudo. Nem eu. Nem você.
Obs.: Estou desconsiderando as perguntas intencionalmente idiotas.
😛
Espero que tenham gostado do artigo. Espero que o artigo os leve a pensar, a questionarem a si mesmos e a realidade em que vivem. Questionem a mim, também, por que não? Sem conformismo. E que também possa despertar em vocês ambição por aprender.
Com os melhores cumprimentos,
days of Mad
Editor do Sagittis Diurna
Comments
POLE? 😛
[SD] Não existem perguntas imbecis
http://www.erepublik.com/en/article/2476680/1/20
Vote, comente, questione!
v
Se não estiver enganado você foi Vice-Ministro das Comunicações no governo anterior, certo? Se não estiver enganado, está explicado o motivo de estar num posto tão alto do governo. Muito bom ter esse tipo de jornalismo reflexivo por aqui, algo que temos dificuldades em encontrar em jornais e revistas sem que venham de pessoas competência ou parcialidade dúbias.
Obrigado pelo reconhecimento e pelo apoio! 🙂
Obrigado pela leitura agradável e pela reflexão de suma importância!
E já que a "onda" do artigo é perguntar, por que essa imagem do jornal? Por que esse nome do jornal? E por enquanto é só.
HAH' isso é fogo! Bom, a imagem do jornal veio porque quando eu jogava o nome dele no google não aparecia nenhuma imagem satisfatória. Então procurei uma relacionada ao meu nick "Mad" 😛
Quanto ao nome, bom, minha primeira ideia era colocar o nome de "Acta Diurna", o primeiro jornal conhecido, era do Império Romano. Entretanto, Acta foi um projeto de lei (se não me engano era projeto, mesmo) que reduzia a liberdade de expressão, por meio de Royalties e coisas assim... Então eu achei que não caberia a um jornal - lugar de expressão - um nome que remetesse a algo que vetaria a liberdade de expressão. Sendo assim, resolvi substituir apenas essa palavra. Então coloquei Sagittis Diurna, que do Latim é "Jornal Gazeta". 😛
Fantástico! Muito obrigado pela explicação e pela aula de História!
Maldita barrera del idioma xD
Lo siento, amigo! Estoy un poco sin tiempo, pero tan pronto como me sea posible trato de traducirlo para usted!
No hay prisa!, solo avisame x)
Yo lo haré!
Tava com saudades de ler seus artigos, que são sempre muito bem escritos e extremamente reflexivos.
Sobre o assunto, digo que esse medo do julgamento dos outros é uma das piores coisas, é uma prisão, e só consegue atingir o verdadeiro conhecimento quem se livra da amarra que a vergonha e o medo da opinião dos outros impõe.
Espero ver mais artigos seus amigo. Votadíssimo.
Obrigado pelo reconhecimento. 🙂
Sim, realmente, é uma prisão... Muito bem relacionado! Acho que ainda tenho um pouquinho desse medo e vergonha, rs.
Legal cara!
As vezes penso que não aproveitei o suficiente o conhecimento de algumas pessoas com que tive a oportunidade de conviver por algum tempo, mesmo que curto, exatamente por não questioná-las o suficiente. Nem sempre questionar, mas debater e dialogar de forma mais profunda -principalmente com professores.
E com o passar do tempo vemos as oportunidades que vamos deixando pra trás... Amigos, momentos, conhecimento... E chega uma hora que nos arrependemos... Mas não de ter feito algo, mas por ter deixado de fazer! Deixado de aproveitar, viver, buscar, questionar, aprender.
Compartilho do seu pensamento.
Com certeza, podemos aproveitar vários atalhos para chegar a certas conclusões apenas ouvindo os outros e mantendo a mente aberta.
v10
Sin pole? 😛
ótima leitura, agora conta pra mim, essa tábua leva prego?
Questionamento realmente relevante. Deixo para ser discutido no #quartinhoescuro. abs.
Estoura o ventil.
se não entendeu: https://www.youtube.com/watch?v=KLh-rpEsRo8
Excelente artigo. Os que mais gosto de ler são os que não estão relacionados diretamente ao jogo, que podemos nos valer dele para nossa RL.
Parabéns pelas palavras e não perca empolgação em transmiti-las!!
Abração.
ps.: Quanto a esse trecho: "Ninguém pode saber tudo. Nem eu. Nem você.", acho que você não tem o Olorum adicionado!!
Obrigado! E pode deixar o7
Votar ou não votar? 😛
Hahah', essa é sacanagem comigo :c
Sem nome do seu CP gato, sem voto! 😃
Bom artigo!
😛
V+
Porque o artigo tao extenso, parágrafos longos e poucas imagens... Porque um assunto muito reflexivo e pouco conclusivo. No que isso corrobora com o game sendo que pela interpretação, principalmente do título, nos leva a pensar que ninguém iria perguntar isso...
?
ta parecendo inveja hahhahaha
ichi nii, sendo ichi nii!
adival, pare de manguar tantas rolas assim cara, tu vai acabar se afogando nessa mistura de inveja e jebas.
Além de caloteiro e espião.... é chato.
Extenso porque não consigo ser tão conciso, às vezes. Sem tantas imagens pois não vi tanta necessidade, e é assim que sempre fiz meus artigos. Qual o problema de um assunto reflexivo? Não gosta de pensar um pouco?
Com o game? Talvez na oportunidade de você aprender com os outros, assim como desenvolver seu conhecimento do jogo e dos outros assuntos pertinentes a ele.
Quanto ao título, eu realmente acho que não existem perguntas imbecis... Nem as suas.
Obrigado por sua resposta days of Mas, as dos demais eu dispenso...
😁
Abraços
KKKKKKKKKKKKKKKK você toma Rivotril?
votado e endossado ahahahah
muito bom days, continue depois que parei com alguns porques do jogo ficou um pouco monotono e assuntos assim me animam continuar jogando obrigado o/
Fico feliz por incentivá-lo 🙂
v 29
Days querendo ficar RYCA com artigos inteligentes e bem escritos 😛
Hahah', nem pensei no endosso... Mas vou doar pra algum projeto do partido 😛
😛
nem precisa cara, vc merece o dinheiro, mas eu que já dei aula sei como é, a sala inteira com cara de: " o que essa mulher tá falando", mas ninguém pergunta nada com medo de falar besteira.
Acho que esse receio de perguntar é por medo de ser idiota e quando se é criança não se tem esse tipo de receio.
É bem assim. :/
Acho que quando criança, a ambição por conhecimento é maior do que o medo do que os outros pensam.
Melhor artigo que li (sem ser relevante ao eRep) no ano todo ...
votado e endossado
Wow, fico feliz por isso!
Jogou duro mesmo! Difícil encontrar algo de relevância não diretamente ligado ao jogo, mas que faz parte da conjuntura no qual estamos inseridos e constantemente "autoforçados" a seguir. Congrats e 10zão!
Obrigado, cara. 😃
parabens, bom artigo