[ROLEPLAY] FREEMASONS CAP.2: O REFÚGIO

Day 1,755, 10:06 Published in Brazil Brazil by ASPF

Hoje continuamos nosso roleplay, esperamos que gostem.





-Mas o quê? Quem é você?- vociferou o capitão, surpreso.
No ato, todos sacaram suas armas e apontaram para o ser misterioso.
-Digamos que sou um amigo - respondeu indiferente , como se já esperasse nossa reação - ele sabe disto - complementou, apontando para mim.
-Como assim? Eu?- perguntei.
-Você realmente não se lembra ou não quer se lembrar?

Todos os olhares convergem para mim. Por sorte (ou não), fomos sobressaltados por um estrondo vindo do sul, percebemos que se tratava de um pequeno batalhão búlgaro armado com tanques que fazia ronda e vinha em nossa direção.
-Tem certeza de que não querem ajuda?-
-Bem, se permanecermos aqui a situação não vai melhorar,então vamos!- decidiu o capitão.
Alguns soldados se mostraram relutantes, mas na mesma hora lembraram das histórias de torturas búlgaras que consistiam em óleo quente, facas, cachorros, bambus(não, não é para o que está pensando)...


-Rápido, não temos tempo!- o homem grita já em movimento.
-Vamos, não temos escolha! - o capitão ordena já fora da trincheira.
Fomos guiados pela planície, passando por trechos com resquícios de bosques e plantações. Ao final do dia, paramos em uma pequena caverna em uma região rochosa, não podíamos acender nenhuma fogueira, por causa do perigo eminente, mesmo com um frio de 16ºc.


-Para onde seguimos?- o capitão perguntou.
-Para uma vila próxima, estaremos lá pela noite de amanhã no máximo. Agora o melhor que podemos fazer é descansar.-
Sabia que não era uma boa ideia dormirmos em uma caverna sem luz com um homem desconhecido e perigoso. Deveríamos, pelo menos, manter dois homens na vigília, mas o dia realmente nos cansou. Não tanto fisicamente, mas sim mentalmente. Pensava comigo, cego, pela escuridão total da madrugada: "Vou ficar acordado para garantir nossa segurança, tenho que me manter alerta... tenho que..."
-Levantem! Temos que nos apressar! - o homem misterioso nos acorda.
Pela posição do sol, passava das 7 horas da manhã. Seguimos nossa rota, e como esperado, chegamos a vila pouco depois das 4 da tarde.


A vila realmente nos chama a atenção. Apesar de estar em um ponto tenso, se mantinha em aparente movimento como se nada estivesse acontecendo. Tinha em torno de cinco mil habitantes no momento. Mais tarde fico sabendo que a população chegou a vinte mil, mas uma peste e a guerra, fizeram com que muitos morressem ou partissem para outras cidades.
Percorremos a vila, buscando passar por ruas mais pacatas, algumas totalmente abandonadas, percebemos a presença búlgara na vila, após avistarmos bandeiras na praça principal logo à frente da prefeitura, além de alguns caminhões que passavam a todo momento, levando soldados para a batalha. Instalados na cidade mesmo, haviam cerca de sessenta soldados e dois caminhões.


Chegamos em um beco onde haviam cinco portas, três delas pertenciam ao comércio local, uma outra pertencia a um armazém abandonado, e a outra tinha uma placa com os dizeres: "BEM-VINDO! POUSADA GADREN QUIRETOTA" . Tinha ainda alguns pequenos dizeres em uma linguagem desconhecida: " : º + ; $ ´ ] [ / . ] ) ".


Somos conduzidos até esta porta, por onde adentramos a pousada. Ela se dividia na parte do subterrâneo oeste e 1º andar, aonde funcionava a pousada; subterrâneo leste, acessado somente por uma porta reforçada; e o térreo, onde funcionava um bar. A dona do local nos seguia com os olhos enquanto percorríamos o bar, com ar tenso.
Não era pra menos, um grupo de vinte homens percorrendo um saguão com fardas de paraquedista sujas, seguindo uma figura vestida de preto, realmente não era uma cena comum. Acho que só não fomos percebidos devido ao estado de embriaguez dos "clientes". Um deles dançava em cima de uma mesa com um abacaxi, enquanto xingava um casaco por ter tido um caso com o porco do vizinho... Descemos uma escada e chegamos até a área da pousada.
-Demorou mas chegamos. Cada quarto suporta até quatro pessoas, aqui vocês poderão descansar por hoje, se lavar e receber cuidados médicos. Mais tarde nos encontraremos no térreo - o misterioso homem nos diz - Não se preocupem, a noite o bar está fechado para "clientes".
-Obrigado - agradeço - Mas porque ele está fechado?-
-Toque de recolher. Foi estipulado pelos búlgaros, para evitarem revoltas ou coisa do tipo. - diz ele enquanto ia sumindo pelas escadas. Mas antes de desaparecer ele se volta para trás e diz: - É bom ter você de volta.-

-Você tem muito o que explicar - conclui o capitão, fitando-me.
-Não é o q... - me apresso em responder.
-Mas - ele interrompe - temos que nos preparar antes, à noite conversamos.
Nos dividimos, como de costume, em quartetos fixos. Os grupos eram: Alfa (grupo do capitão), Zeugma (grupo da retaguarda), Delta (grupo de reconhecimento), Cosmo (grupo de assistência) e Pyrus (Meu grupo).
Meu grupo era composto, além de mim, por Caveira, Foguete e Cyborg. Caveira era um soldado alto, negro, com cabelos pretos com excelente mira, que recebeu este apelido por ter seu rosto bastante esquelético e por ter fascínio pela anatomia. Foguete, um soldado baixo e branco, era o mais jovem, conquistou esse apelido por ter um cabelo vermelho como a explosão de um foguete. Cyborg era um soldado com média estatura, descendente de japoneses com brasileiros, sem dúvida o mais experiente de todos e levava esse nome por ter várias placas de titânio espalhadas pelo corpo devido a ferimentos graves em batalhas anteriores.
Após um banho restaurador, trocarmos de roupas e recebemos cuidados médicos no quarto. As acomodações eram simples: quatro camas, um armário e duas lâmpadas alaranjadas.


-Enfim um merecido descanso - foguete comemora.
-Não se anime muito, isso é temporário- caveira diz.
-Além disso, precisamos entender o que está ocorrendo - cyborg completa.
Todos os olhares se fixam mim, com uma natural curiosidade, depois daqueles acontecimentos no mínimo estranhos.
-Bem - digo calmamente - o que vou lhes contar é secreto, ok?

Todos acenam afirmativamente com a cabeça.
- Algum tempo atrás, antes de entrar nesta unidade, fazia parte de um grupo que se mantinha, de certa forma, em segredo. Procurávamos ajudar uns aos outros e principalmente ao Brasil. Tudo ia bem, até que um grupo anarquista, que planejava e destruição mundial, começou a nos perseguir. Logo descobrimos traições e infiltrados, nosso grupo assim como outros grupos filiados ao redor do globo passaram a ser caçados e seus membros eliminados, eramos caçados em nossas casas, trabalhos e em nossas reuniões. Alguns dos grupos conseguiram se proteger e evitar grandes danos, mas o nosso não. Decidimos nos separarmos, para que pudéssemos sobreviver, já que tínhamos perdido a grande maioria dos componentes... Isso é tudo o que posso contar.-

Antes que pudessem perguntar qualquer coisa, fomos avisados de que a reunião seria cancelada, devido a chegada de tropas búlgaras para comemorar mais uma vitória. Por bem, decidimos ficar reclusos em nossos quartos. O aviso mal tinha terminado de ser passado, e sou chamado pelo "senhor mistério".
Ele me leva ao subterrâneo leste, passando pela porta que estava trancada anteriormente (não era uma porta comum, tinha sido reforçada como a porta de uma prisão) e descendo por uma escada, que nos leva a uma sala aonde vejo a dona da pousada e mais dois homens sentados a uma mesa.

-Bem-vindo, estávamos a sua espera - ela diz.
-Me esperando? Para que?- pergunto
-Para nossa reunião maçônica! - ela exclama.
No instante seguinte, escutamos um forte estampido vindo da porta como se estivesse sendo arrombada e escutamos passos na escada. Logo apareceram dois oficiais búlgaros, com metralhadoras em mãos, trazendo o capitão.
Fomos descobertos, estávamos encurralados, estávamos prestes a morrer.

Agradecimentos a Oldchangun por ajudar na edição.