Se tem preguiça, nem entre.

Day 1,391, 19:57 Published in United Arab Emirates United Kingdom by SagaBatalanto
Este artigo contém muitas palavras



Existiam muitas terras habitadas pelos pingüins, no Mar das Organizações. As organizações dos pingüins pareciam iguais, os altos executivos usavam seus ternos de pingüins e as demais aves usavam uniformes. Todas as aves que desejavam passar suas idéias e visões eram encorajados a seguir o estilo dos pingüins e agir como eles, ou seja, seguir o exemplo de seus líderes. Para isso, as normas da terra dos pingüins eram constantemente reforçadas, para que as outras aves aprendessem a agir como eles.

Os pingüins chefes foram visitar novas terras, e foi na Terra do Aprendizado que se encantaram com um pavão chamado Perry, o qual se destacava por ser talentoso, criativo, inventivo, prático, sensato e ainda era excelente na gestão de orçamentos, os pingüins então viram nele grande potencial para ser um pingüim.



Perry atraído por status, riqueza, e também por pertencer a uma organização conceituada, aceitou o convite e mudou-se para a "Terra dos Pingüins", aquilo para ele seria um novo desafio, o qual lhe proporcionaria grandes realizações.

Com o passar do tempo, Perry percebeu que as coisas não estavam acontecendo conforme o previsto, o fato de ser diferente e colorido, seu jeito ou até mesmo o tom de voz incomodavam os outros pingüins, eles até concordavam que o pavão era talentoso e produtivo, mas isso de certa forma também os deixavam perturbados. E por isso a todo o momento Perry era aconselhado a agir e se vestir como os pingüins.



Os pingüins perceberam a dificuldade de adaptação de Perry, e investiram em treinamento com ele, pediram que vestisse um terno de pingüim e até que pintasse suas pernas de preto e branco para ficar igual aos demais, mas ele não aceitou, e ficou muito chateado por perceber que sua aparência ou jeito de ser incomodava os pingüins, quando eles apenas deveriam se preocupar com seu trabalho e realizações.

As diferenças foram se acentuando com o tempo, Perry veio de uma terra onde os conflitos e diferença era valorizada, pois era dessa forma que poderiam testar novas idéias. O lema era: Imagine, Experimente, Prove e Faça!

Tudo era diferente, os pingüins fizeram regras que funcionavam e deviam ser seguidos por todos, e assim com o passar do tempo todas as aves que chegavam no "Mar das Organizações" deixavam de lado suas idéias, jeitos, pensamentos, e passavam a agir e se vestir como os pingüins, ou seja, aparentemente tudo continuava na mais perfeita harmonia, mas Perry não se conformava com a situação e descobriu um grupo de aves que como ele estavam insatisfeitas, pois haviam percebido que os pingüins os deslumbraram com promessas de sucesso, valorizando suas idéias e pensamentos inovadores, mas quando as aves entravam na organização, os mais velhos cobravam deles os ternos e atitudes dos pingüins, e como conseqüência nenhum deles conseguiu crescer na Terra dos Pingüins.

[img]Decidiram tomar uma atitude, optaram por mudar a cultura, optaram por fazer a cabeça dos pingüins alocados em posições estratégicas, mas fariam isso de forma discreta, e cada um passou a ser um Agente de Mudanças, e desenvolveu sua própria estratégia, sendo elas: Estratégia de apoio: "Conquiste o seu chefe fazendo a coisa certa... (ou quase certa)" - quando seu chefe aceitava uma idéia nova, Eduardo (Águia) agradecia o apoio dado; Estratégia do pensamento positivo: "Aja da maneira como você gostaria que as coisas fossem... (com cuidado)" – Helena (Falcão) enviava ao chefe artigos de jornais e revistas, com conteúdos inovadores e sobre empresas que conseguiram atingir o sucesso. Estratégia da ignorância calculada: "Viole as regras dos pingüins e, se for pego, use a resposta da Perplexidade Exagerada" - quando Mike (Gaivota) fosse questionado sobre uma decisão, assumiria posição de perplexidade e desenhava os caminhos tomados, mostrando que eles chegavam mais rápido ao objetivo; Estratégia do aprendizado seguro: "Expor os Pingüins-Chefes a novas idéias em situações em que não ficassem embaraçados pela necessidade de responder" – Sara (Cisne) ocasionalmente passava suas idéias a seu chefe, e dessa forma estava plantando idéias na cabeça dele.[/img]

A estratégia aplicada não deu o resultado esperado, as idéias e esforços eram considerados num primeiro momento, até que eram totalmente esquecidas. A estrutura conservadora dos pingüins era forte e imutável, e certamente não haveria uma mudança radical em curto prazo. Por outro lado à estratégia dos pingüins em mudar as outras aves também falhou, porque ninguém consegue mudar o que realmente é.

Aos poucos as aves foram indo embora ou expulsas da terra dos pingüins por não se adaptarem, o que causou uma frustração por serem diferentes, mas ao mesmo tempo se perguntavam até que ponto deveria mudar ou não. Será que elas estavam erradas? Os pingüins continuavam satisfeitos com seus sucessivos anos de sucesso lucrativo.



Perry recebeu uma indicação para trabalhar na "Terra da Oportunidade" onde o trabalho e contribuições eram valorizados e as diferenças de estilo aplaudidas. Lá os chefes sabiam que precisavam de aves (estilos) diferentes para prosperar e que o sucesso da organização estava ligado à aceitação, confiança, liberdade de expressão, constante aperfeiçoamento de técnicas, talento, capacidade e habilidade comprovada pela liderança.
Os amigos de Perry também foram para a Terra da Oportunidade e lá conseguiram atingir sua satisfação pessoal e profissional: Águia – sonhos ambiciosos, voar alto por mérito próprio; Falcão – habilidade em se concentrar em tendências de mudanças, e novos negócios; Gaivota – Criatividade, novas idéias, talento; Cisne – Reflexão e imaginação; liberdade de ação e postura amável.



Assim, as aves entenderam que a Terra da Oportunidade é mais do que um lugar, ela é: um estado de espírito, abertura de novas idéias, disposição para ouvir, ânsia de aprender, flexibilidade para mudar, valorização de cada um como ser único é o lugar onde permite ser o que realmente somos!
Os pingüins continuaram em sua empresa com estrutura conservadora.



Do livro: Um pavão na terra dos pingüins.