Décimo Primeiro Ato - Papo reto

Day 4,311, 18:21 Published in Brazil Argentina by Frade Eremita

Décimo primeiro ato - Papo reto

Brasil, dia 4.311 do novo mundo (09 de setembro de 2019)



Esse artigo será bem curto e pretende discutir o atual estado político do Brasil no eRepublik.

Nessa volta, percebi que as coisas já não são mais como antes. Temos, no máximo, 10 vezes menos cidadãos do que tínhamos em 2014. A balança política ficou profundamente desequilibrada, com o Partido Militar e agremiações de seu entorno vencendo eleições de lavada, e a Arena, do outro lado, completamente isolada.

O que ocorre?

Esse desequilíbrio gigantesco se deu pela inexistência de um grande partido de centro, big-tent, capaz de conversar com os dois lados. O último partido que exerceu essa capacidade foi o Fênix, que terminou dissolvido e migrando para o NERD, em uma negociação que mais pareceu um take over. Desse ponto em diante, a hegemonia se tornou absoluta, conseguindo a Arena poucos picos de vitória. O enfraquecimento da Arena não é outra coisa além do enfraquecimento da democracia brasileira, posto que não há qualquer perspectiva de alternância de poder.

Não entro na seara da eterna luta do bem contra o mal, onde a "Máfia das Contas Compradas" se digladia com a "Máfia dos Fakes", terminologias que não gostaria de usar, porque não correspondem inteiramente à verdade. Até porque, posto a verdade, a Arena não se vale de contas falsas, mas dos laços antigos de amizade mantidos pelos seus dirigentes e outros ex-jogadores, que eventualmente retornam ao jogo sob convite; e o PM e entorno, também, apenas distribuem contas fortes (de sobra) por conveniência para as unidades militares que mantém. É uma espécie de cabresto legítimo, que não vale ser condenado.

(Aliás, essa discussão, inclusive, remonta a 2014, ganhando apenas novos elementos, mera perfumaria.)

O que questiono é: quem vence com a inexistência de uma força de terceira-via? O módulo político perde em qualidade e resume-se às discussões rasteiras e de baixo-nível, como as que temos presenciados nos jornais ultimamente. Para que volte a valer a pena, é preciso que surja uma nova força capaz de dialogar com os dois lados, conseguindo estabelecer uma nova correlação de poder.

Aos partidos pequenos e equidistantes, mantidos por tankers e jogadores desanimados, por que não vale uma última tentativa de formar um partido capaz de conversar com todos? Vale a reflexão.



Essa edição contém um mero editorial, para que sirva de discussão e fomente, quem sabe, uma nova perspectiva no módulo político.

Nas próximas edições, além da discussão habitual e dos longos textos (imagens em excesso não fazem o meu perfil), traremos entrevistas com os maiores nomes da política brasileira. Estará imperdível.

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