[PM][RP] Fratres Belli - Capítulo I: "Deixem-me dormir!"

Day 1,890, 15:31 Published in Brazil Brazil by Nicco Tesla


Olá a todos 😁
quem lhes escreve é o Coronel Sarsraad. Hoje, no Boletim do Partido Militar, teremos um role play (RP) escrito pelo Soldado Fabio Sampaio e dividido em capítulos, sendo esse, como devem imaginar, a primeiro deles.

Espero que todos tenham uma boa leitura.

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Fratres Belli - Capítulo I: "Deixem-me dormir!"



-Vamo, Sampaio, acorda logo!
-Caramba, Web... –disse, ainda esfregando os olhos – Ainda são duas da manhã. Caiu da cama, foi? Toque da alvorada é só às cinco, me deixa dorm...
-CA*&*%O FÁBIO, VOCÊ AINDA TÁ AÍ? LEVANTA LOGO!
-Caaaalma, Braga... O que houve? – perguntei, ainda meio confuso por causa do sono.
-Não há tempo para explicações agora. Pegue toda a munição que você tiver aí e vista sua farda. No avião a gente conversa. Você tem cinco minutos. – respondeu ele, deixando o dormitório, a essa hora já praticamente vazio. Pelo visto, eu estava bem atrasado.
Vesti meu uniforme camuflado em tons de verde-oliva, como era próprio de operações diurnas, enquanto apreciava o Grande Dormitório do Exército Brasileiro, uma construção relativamente nova para os padrões do exército. Uma caixa retangular gigante de concreto, com alguns ventiladores no teto e nas paredes, dois vestiários e fileiras e fileiras de beliches de ferro a perder de vista, cena que me lembrou vagamente a capa de um disco que, segundo meu pai, era a única coisa no mundo que não tinha um lado bom e um ruim, mas sim dois lados bons.



Corri em direção ao local onde estava estacionado nosso avião, que já ativara suas hélices, mas não sem antes trancar o dormitório e entregar a chave ao oficial responsável. Aquela era a única das aeronaves do quartel que ainda não havia partido, pois estava me esperando. Marcelo/Tushia me esperava na porta, com aquele olhar de desaprovação que só ele sabe fazer.



- Muito bom, Fábio. Muito bom mesmo. – disse ele, virando-se enquanto fazia um sinal para que o piloto levantasse voo.
– Bom dia, senhores! – saudou-nos o Marechal Vítor Savedra - Lamento tê-los acordado tão cedo sem nenhuma explicação prévia, mas imagino que vocês já saibam do que se trata. Estamos neste momento voando em direção ao Chile, mais especificamente para a região do Norte Grande, que está sendo atacada nesse momento pelo exército argentino. Essa é uma região original chilena, que não pode ser perdida sob hipótese alguma, e é por isso que estamos indo até lá. O governo chileno solicitou nosso auxílio em caráter de urgência, e foi por isso que acordamos cedo hoje. Em breve estaremos deixando o espaço aéreo brasileiro. Chegaremos em Norte Grande dentro de algumas horas. Aproveitem a viagem! – concluiu.
Não havia muito o que aproveitar, na verdade. Nosso avião era um turbo-hélice bem velho, veterano ainda da V1. Meus companheiros de voo eram todos do PM, pois nós tínhamos o hábito de voar juntos em missões desse tipo. Aproveitávamos o tempo de voo para colocar a conversa em dia, mas dessa vez parecia que a única coisa que queríamos colocar em dia era o sono.


Teatro de operações na batalha por NG

Eu não conseguia pregar os olhos. A ansiedade tomava conta de mim, pois estávamos sobrevoando espaço aéreo hostil. Estávamos sobrevoando o Altiplano Boliviano, que estava sob ataque paraguaio naquele momento e, com o barulho das bombas e dos tanques lá embaixo e o insuportável roncar do Sars, seria impossível dormir, de qualquer forma.
Então, quando eu estava quase conseguindo pegar no sono, surge o Marechal Savedra, gritando pelo sistema de som da aeronave:
- Pessoal, deu M*! O QG chileno onde íamos pousar está sendo atacado, não há como descer por lá. E pra piorar, essa era a última pista segura que tínhamos naquela província. Teremos que saltar aqui mesmo em terras bolivianas e atravessar a fronteira a pé.
-Mas senhor, não há como pularmos mais perto, já no Chile? – perguntou Sars, ainda se espreguiçando.
-Negativo. Não podemos arriscar uma aeronave de transporte da FAB em céus tão perigosos. A coisa na Bolívia tá mais tranquila, é melhor descermos por aqui mesmo. Além do mais, caminhar faz bem pra saúde! – disse Savedra, rindo.
- Quarta lei da guerra, combatente! “Seja moderado em suas necessidades” – disse Mulauca – Então, como é que vai ser? Vocês vão ficar aí sentados mesmo pra sempre? Confiram seus paraquedas e se preparem pra saltar!



Então, um a um, pulamos do avião. Naquele comecinho de manhã, onde os primeiros raios de Sol surgiam no horizonte, éramos como anjos verde-oliva que desciam dos céus para desaparecer entre os planaltos e montes bolivianos. Eu seria o penúltimo a saltar, antes apenas do Vítor, uma vez que, segundo o protocolo do exército, o comandante da unidade é o último a saltar. Logo à minha frente, Braga se preparava, dando aquela última conferida no seu equipamento. Quando me viu, piscou para mim.
- Como nos velhos tempos, hein Fábio? – disse ele, saltando logo depois.





Obrigado a todos os que leram até o fim. Caso tenha alguma dúvida sobre o conteúdo do artigo, basta enviar uma mensagem para o autor, Soldado Fábio Sampaio. Como sempre, dúvidas também poder ser sanadas simplesmente comentando no artigo ou postando no tópico da Ouvidoria do Partido Militar no fórum.

Muito obrigado, mais uma vez.

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Coronel Sarsraad