Volta Seca (Ano 1. Ed.1)
Volta Seca
Nesta edição inaugural, gostaria de demonstrar como funcionará o jornal, tendo o enfoque informativo, semanalmente irei postar histórias e um pouco sobre a vida daqueles que participaram diretamente do cangaço, expondo meu ponto de vista sobre a importância de cada um, e mostrando um pouco mais sobre a realidade dos acontecimentos.
A edição presente, apresenta o cangaceiro Antonio dos Santos, de alcunha Volta Seca.
Antonio dos Santos, vulgo Volta Seca, sergipano de Itabaiana, ingressou no bando de Lampião quase menino para escapar às surras diárias que sua madrasta lhe aplicava. Pode se dizer que pulou da frigideira e caiu no braseiro porque começou a ser surrado por Lampião e pelos demais por causa de suas peraltices, próprias da idade. Suas funções se limitavam a dar banho nos cavalos, lavar louça e roupa suja e também espionar nas cidades se havia muitos policiais em ronda. Tanto apanhou que acabou se tornando um dos cangaceiros mais violentos de todo o bando. Astuto, corajoso e agressivo, em contraste com uma grande sensibilidade artística. Apesar de semi alfabetizado, escrevia com grande facilidade versos e também compunha músicas que o bando inteiro conhecia e entoava com entusiasmo quando estava acampado em alguma fazenda sob proteção do próprio dono. Volta Seca foi preso 3 vezes, tendo fugido nas duas primeiras. Foi sentenciado a 145 anos, mais tarde a pena foi reduzida para 30 e finalmente para 20, não a tendo cumprido integralmente porque o presidente Getúlio Vargas lhe concedeu o perdão, em 1954. O cangaceiro Volta Seca morreu em 1997 em Leopoldina, Minas Gerais, onde estava morando.
Conhecido por ter escrito músicas como:
- Mulher Rendeira
- Acorda Maria Bonita;
- Se eu soubesse;
- Escuta donzela;
- A laranjeira e;
- Ia pra missa entre outras.
De forte importância cultural para o nordeste brasileiro e o Brasil como um todo, grande poeta semianalfabeto, de letras fortes e que demonstravam a realidade da época, foi talvez um dos maiores difusores da realidade sobre o cangaço, ainda vivo após o massacre de angico, onde morreu lampião, o líder dos demais cangaceiros, outros nomes foram importantes, mas este não pode ser esquecido com o tempo.
Comments
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Desculpe o comentário anterior acabou saindo em branco, por isso apaguei. Meu objetivo era dizer que gostei muito da idéia, pretendo seguir acompanhando! Convido-te a visitar também o meu jornal, chamado O Spelho (o último artigo foi sobre o Prata, mas tem um "sobre" a Bahia - e, bem indiretamente Jorge Amado?)
EXTRA! EXTRA!
O Spelho: Um jornal que reflete a verdade.
https://www.erepublik.com/br/article/vit-ria-no-prata-ocupa-o-alvo-de-revolta-local--2612262/1/20
Conteúdo muito bom, gostaria de saber um pouco mais sobre o forte de monte serrat, minha avó mora lá próximo e as histórias que meu pai contava não me convenceram muito. kk
legal
Votado, só estranhei uma coisa: "ingressou no bando de Lampião quase menino para escapar às surras diárias que sua madrasta lhe aplicava."
Eu já li "Capitães da Areia" (um dos poucos livros que já li, já que acho que o povo superestima demais o poder dos livros) e o Volta-Seca era órfão, pulou fora do grupo justamente pra se juntar ao Lampião, que era tio ou padrinho dele.
então lobo, os relatos feitos de entrevistas feitas com o mesmo mostram essa história: Sergipano de Itabaiana, filho de Manuel Antônio dos Santos e Arminda Maria dos Santos, era o 6º dos 13 filhos do casal, nascera em 18 de março de 1918. Volta Seca havia se juntado ao bando de Lampião em 1929, aos 11 anos, e não era a primeira criança a ser aceita no bando: Beija-Flor, Deus-te-Guie, José Roque e Rouxinho. Essas crianças eram utilizadas na lavagem dos cavalos, no carregamento de água, na arrumação e assepsia de pousos e acampamentos, e foram muitas vezes usadas nos serviços de espionagem. Portanto, a sua passagem pelo cangaço foi rápida, não mais de 4 anos.
Volta Seca saiu pelo mundo devido aos maus tratos da madrasta, pessoa violenta que espancava constantemente os enteados. Percorreu sozinho, os sertões de Sergipe e Bahia, até encontrar Lampião em Goroso, no município de Bom Conselho. Em entrevista concedida ao jornalista Joel Silveira, em março de 1944, na Penitenciária da Feira do Cortume, situado na Baixa do Fiscal, Volta Seca diz que no princípio apanhava quase que diariamente de Lampião e outros cabras do grupo. Mas depois endureceu o cangote e o “primeiro que me apareceu com ares de pai, recebi com a mão no rifle.”
http://lampiaoaceso.blogspot.com.br/2009/10/prisao-de-volta-seca.html
Já a ideia de volta seca em capitães de areia é um pouco distinta, pois lá é um drama de autoria do escritor brasileiro Jorge Amado, escrito em 1937. O livro retrata a vida de um grupo de menores abandonados, chamados de "Capitães da Areia", ambientado na cidade de Salvador dos anos 1930. Sendo que ele era Sergipano, ao certo ninguém sabe se a referencia usada foi de fato condizente a vida real.
Firmeza,obrigado por responder o comentário. Boa sorte e continue com o jornal
vai ver ele passou pelos capitães da areia antes de se juntar ao bando de lampião, e inventava que era sobrinho do Cara pra ganhar moral, sei la.