Volta Seca (Ano 1. Ed.1)

Day 3,217, 10:05 Published in Brazil Brazil by Volta Seca

Nesta edição inaugural, gostaria de demonstrar como funcionará o jornal, tendo o enfoque informativo, semanalmente irei postar histórias e um pouco sobre a vida daqueles que participaram diretamente do cangaço, expondo meu ponto de vista sobre a importância de cada um, e mostrando um pouco mais sobre a realidade dos acontecimentos.

A edição presente, apresenta o cangaceiro Antonio dos Santos, de alcunha Volta Seca.



Antonio dos Santos, vulgo Volta Seca, sergipano de Itabaiana, ingressou no bando de Lampião quase menino para escapar às surras diárias que sua madrasta lhe aplicava. Pode se dizer que pulou da frigideira e caiu no braseiro porque começou a ser surrado por Lampião e pelos demais por causa de suas peraltices, próprias da idade. Suas funções se limitavam a dar banho nos cavalos, lavar louça e roupa suja e também espionar nas cidades se havia muitos policiais em ronda. Tanto apanhou que acabou se tornando um dos cangaceiros mais violentos de todo o bando. Astuto, corajoso e agressivo, em contraste com uma grande sensibilidade artística. Apesar de semi alfabetizado, escrevia com grande facilidade versos e também compunha músicas que o bando inteiro conhecia e entoava com entusiasmo quando estava acampado em alguma fazenda sob proteção do próprio dono. Volta Seca foi preso 3 vezes, tendo fugido nas duas primeiras. Foi sentenciado a 145 anos, mais tarde a pena foi reduzida para 30 e finalmente para 20, não a tendo cumprido integralmente porque o presidente Getúlio Vargas lhe concedeu o perdão, em 1954. O cangaceiro Volta Seca morreu em 1997 em Leopoldina, Minas Gerais, onde estava morando.


Conhecido por ter escrito músicas como:
- Mulher Rendeira
- Acorda Maria Bonita;
- Se eu soubesse;
- Escuta donzela;
- A laranjeira e;
- Ia pra missa entre outras.


De forte importância cultural para o nordeste brasileiro e o Brasil como um todo, grande poeta semianalfabeto, de letras fortes e que demonstravam a realidade da época, foi talvez um dos maiores difusores da realidade sobre o cangaço, ainda vivo após o massacre de angico, onde morreu lampião, o líder dos demais cangaceiros, outros nomes foram importantes, mas este não pode ser esquecido com o tempo.