[ROLEPLAY] Uma noite na Colômbia.

Day 1,145, 12:53 Published in Brazil Brazil by Marcelux


AVISO: Este é um artigo de ROLEPLAY. Se você não gosta, é aconselhável que mude de página.

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Acordei com o primeiro raio de Sol que entrava na minha janela. Minha perna estava dolorida, marcas de um tiro anos antes, em uma incursão mal-sucedida. Embaixo do meu travesseiro senti o volume do metal frio da arma que acompanhava meus sonhos toda noite. Cicatriz invisível de anos de serviço militar. Manias, nervosismo, superstição. Coisas que todos nós daquele dormitório enfrentavamos. Soldados veteranos, que já viram mais morte do que qualquer humano deveria ver. E que ainda assim não escondiam a ansiedade de voltar ao campo de batalha.

Nosso coronel Lazarus, que tinha o apelido de JohnPand dentro da divisão, já havia acordado e estava ocupado checando a munição mais uma vez. Esse era seu medo, sua mania, seu jeito de se acalmar. Quando sentei-me na cama de armar, o rangido fez Lazarus olhar para mim. Seu olhar frio e seu jeito calculista faziam-no ser um grande coronel, a disciplina regia sua vida. E regia nossa divisão.


Lazarus

Coloquei a farda e fui tomar café da manhã. Lá eu vi um dos grandes nomes da divisão. Prestei continência, como de protocolo, e ele riu. Estendeu a mão e eu a apertei. Suas cicatrizes mostravam claramente que ele já passara por mais provações que muitos de nós. Antonio Salgado, ou Jazar, como era seu apelido, deu um tapa no meu ombro e saiu do refeitório cantando uma música de Frank Sinatra. Sua voz não era a melhor para o canto, mas ouvir uma boa letra de música era tão raro, que não nos importavamos.


Antonio Salgado


Após o café simples e rápido, encontrei-me com meus companheiros de divisão na sala de reunião, onde Lazarus passaria a missão do dia. Recuperaríamos uma colônia espanhola feita no nosso continente. Nossa situação estava difícil, e haviam quase dez espanhóis para cada um de nós do mesmo nível. Nossa missão era simples: Conquistar.

Quando o Sol ia se pondo, preparei meu equipamento. Armas, colete, ração, água, rádio, e por último, uma bandana verde e amarela escrita "F.O.D.A.C.E." que eu coloquei na testa. F.O.D.A.C.E. Este seria o último nome que meu inimigo veria antes de eu cerrar seus olhos para sempre. F.O.D.A.C.E. Este seria o nome do demônio espanhol naquela noite. F.O.D.A.C.E. Este seria eu naquela noite.

Fomos todos juntos ao Grande Urutu. O Grande Urutu levaria os 15 soldados da nossa divisão e guiaria todos os fuzileiros que iriam conosco, nos demais Urutus. Os paraquedistas estavam prontos nos helicópteros, e a Infantaria estava a postos em seus blidados Cascavel.


O Grande Urutu

Partimos e durante toda a viagem ficamos em silêncio. Já era muito tarde, e as estradas eram dominadas pelos espanhóis. Após horas de viagem, chegamos ao destino. Um pequeno vilarejo na região Amazônica da Colômbia, dominada por espanhóis. Paramos os blindados fora do campo de visão do vilarejo. Desembarcamos e olhamos para trás. Os fuzileiros haviam tomado outro caminho, pois seu ataque seria mais massivo. Eles bateriam de frente com o exército espanhol, enquanto nós entraríamos em combate apenas para finalizar a batalha e fincar nossa bandeira na região. Andamos como um só durante quase uma hora até o nosso destino. Nosso coronel nos guiava. Ao lado dele, o mais experiente de todos, e também o mais forte, Marco Polo estava com um ar tenso e seu rosto parecia feito de pedra, com excessão de seus olhos que vasculhavam a mata.


Marco Polo

Chegamos a poucos metros do alvo quando começamos a ouvir tiros e gritos. Explosões clarearam a cena. Estavamos em desvantagem numérica grande e nossos soldados estavam mantendo a posição bravamente, porém não aguentaria por muito tempo. Nos alinhamos e esperamos o sinal. Olhei para o lado e vi que a minha esquerda, Big Gil estava com os olhos meio fora de foco. Todos sabiam o motivo, Big Gil viveu na Espanha por muito tempo e muitos de seus amigos eram militares espanhóis. Big Gil estava, com certeza, pensando nisso. Big Gil era o nosso maior exemplo de patriotismo, e nós devíamos muito a ele. Marco Polo estava à sua esquerda, postou-se a sua frente e estendeu a mão ao amigo. Big Gil apertou sua mão e todos nós sentimos mais vontade de lutar. Jazar, à minha direita, sorriu e soltou um "Hoje é um bom dia pra fazer torresmo!". No instante seguinte, um flash de lanterna piscou para nós. Era o sinal.



Corremos pela mata e chegamos pelo flanco dos espanhóis, que viram 15 homens, com bandanas pintadas de verde e amarelo enfrentarem mais de duzentos soldados muito bem equipados. Foi a noite mais gloriosa dos soldados, a noite em que a bandeira brasileira foi fincada no coração espanhol. O dia que o Brasil venceu, e que nós, soldados do exército brasileiro, cada um de nós, fez sua marca em um território dominado pela Espanha, e que nunca mais será esquecido.



Continua? Vocês decidem. 😁