Sobre União (Parte II)

Day 1,923, 07:26 Published in Portugal Portugal by John Bokinski

À cerca de 6 semanas atrás eu escrevi este artigo.

http://www.erepublik.com/en/article/sobre-uni-o--2194301/1/20

O artigo explica porque é que a união é necessária e qual o caminho para o conseguir, na minha opinião.

O artigo menciona também um conjunto de ideias que sendo já consensuais podem ser postas em prática desde que exista um grupo de pessoas dispostas a coordenar. Menciono esta metodologia porque parto do princípio que pessoas que trabalham em conjunto sobre determinados projectos acabam sempre por desenvolver algum nível de união.

Tendo em consideração que existem muitos elementos novos que ainda não têm uma compreensão profunda do jogo irei fazer uma pequena introdução à situação geopolítica de Portugal. Já o fiz num artigo passado, mas como se encontra um pouco desactualizado, vou fazer de novo neste artigo.

As regiões Portugueses encontram-se actualmente sob controlo de Espanha. Esta situação tem origem essencialmente no facto de um bloco de alianças, conhecidos hoje por TwO/CoT conseguiram reunir uma força que é duas vezes superior aquela que a aliança que Portugal pertenceu até ao final deste mês. Este desequilíbrio de forças ocorreu à cerca de 8 meses atrás quando os USA e o Brasil decidiram abandonar os seus anteriores aliados e unir-se à CoT/TwO.

Deve ser claro para vocês que Portugal já viveu anos de relativa calma e controlo das suas regiões, mas sempre esteve em perigo porque existem países seus vizinhos que têm comunidades maiores que a Portuguesa, nomeadamente a comunidade Espanhola que tem estado sempre inserida em blocos de alianças adversárias às alianças que Portugal se integra.

Faço este comentários para compreenderem que não basta vencer a Espanha para recuperar os nossos territórios, mas também que numa perspectiva individual a comunidade espanhola é maior que a portuguesa.

Eu sei que nos últimos meses muita gente falou de 6000 babies e de que conseguindo isto poderíamos ombrear com Espanha. Penso que quem já tem umas semanas de jogo já percebeu que toda essa conversa é disparatada, sobretudo porque: (i) fala de números que não fazem sentido (ii) cria expectativas que não podem ser cumpridas

Falemos de números

É importante que percebam que os números que aparecem como número de população nos rankings do Erep são pouco relevantes. Esses números incluem todos os jogadores que criaram uma conta no Erep com um log in nos últimos 30 dias (julgo ser este o critério). Ao fim de 30 dias sem log in o jogador é considerado morto. Os baby-booms que têm sido tentados nos últimos meses por muitos países do Erep, leva a que a sua população em ranking cresça de forma muito significativa, mas como a larga maioria foi induzida a entrar no jogo mas não tem realmente intenção de o jogar, 1 log in é a única coisa que faz e a conta desaparece passados 30 dias. Um exemplo recente, que já completou o ciclo é Tawain, que de uma população de cerca de 4k de população, passou as 12k em apenas uma semana, e que hoje passado cerca de 2/3 meses desse baby-boom inicial, apresenta cerca de 4k de população de novo.

Para além das grandes distorções provocadas por estas tentativas de baby-boom existem ainda grandes diferenças entre a população do ranking e a real população de um país devido à constante entrada de jogadores no jogo, que não jogam o jogo por muito tempo.

Neste momento, a população de Portugal sofre dos 2 efeitos e apesar de no ranking apresentarmos cerca de 6,800 jogadores de população, na realidade a nossa comunidade activa (medida por jogadores que treinam), estará muito próxima dos 1,200. Estas distorções valem para todos os países, sendo mais significativas em uns do que outros.

Dando 2 exemplos práticos. Espanha apresenta cerca de 12,600 de população e a população que tem hábitos de treinar ascende a cerca de 3,200 e o Brasil apresenta população de 20,000 mas apenas 1,700 treinam.

Estes são os números reais, e que, quando comparamos a Espanha ainda são mais preocupantes do que os do ranking. Se queremos ter uma comunidade de dimensão semelhante a Espanha temos de acrescentar 2,000 novos jogadores à nossa comunidade. Com algum esforço de publicidade facilmente se provoca a criação de 2,000 contas, de 6,000 contas e até de 15,000 contas, como aconteceu na Colômbia há dias. Mas o que temos de medir e agir é sobre os novos jogadores que abrem conta e tentam jogar o jogo, e não aqueles que acederam um link mas foi apenas um reflexo de um pedido em fóruns, browser games ou redes sociais e não pensam jogar o jogo.

Existe um site que acumula informação sobre as estatísticas do Erep e através desse site pode-se acompanhar a evolução de 2 informações úteis quando se pensa em comunidade activa, o número de jogadores que lutaram, e quanto lutaram, e o número de jogadores que treinaram e quanto treinaram. O site chama-se egov4you.info.

Se tiverem oportunidade explorem o site e depois estarão mais bem preparados para avaliar se aquilo que se fala sobre baby-booms nos media portugueses faz algum sentido.

No entanto, gostaria de salientar que Portugal com a criação do enoobs.com é dos países que primeiro desenvolveu um programa bastante interactivo na recepção e acompanhamento de novos jogadores. E na realidade nos últimos meses, a população Portuguesa aumentou realmente de cerca de 850 jogadores activos para os actuais 1,200, fruto de esforços efectivos apesar de pouco coordenados de alguns jogadores. São quase 40% em 3 meses. Mas para +200% ainda falta bastante. Eu não acredito que esse salto se dê em 1 mês ou 2 mesmo que o crescimento seja acelerado.

Mas a diferença entre Portugal e Espanha não se mede apenas em números mede-se em força

Falemos de damage

Todos sabem que uma vitória na D1=1; D2=2; D3=3; D4=5

Ou seja, a D1 vale 9% dos pontos atribuídos numa ronda, a D2 18%, D3 27% e D4 45%. Pode parecer injusto mas na realidade a D1 vale 0.6% do dano total médio, a D2 3.5%, a D3 13.6% e a D4 82.4%.

O dano que um país é capaz de realizar é muito influenciado pela D4, mas em batalha, desde que se consigam vitórias na D1, D2 e D3 podemos equilibrar a batalha. Não vou entrar em detalhes se é mais barato fazer dano em D1 do que em D4 porque teríamos de ter em consideração a força do jogador e o impacto de bombas usadas, mas é relativamente intuitivo que a progressão lente entre escalões, faz com que a força de um jogador D1 seja melhor aproveitada se se manter nesse escalão, do que passando para o escalão seguinte cedo.

Mas isso não invalida de que a estrutura dos escalões não nos indique aproximadamente se um país tem mais ou menos capacidade de fazer dano. Por exemplo, voltemos a comparar o número de jogadores portugueses que treinaram no dia 1120 face a Espanha e ao Brasil:

Portugal:
D1-558; D2-273; D3-184; D4-178

Brasil:
D1-531; D2-342; D3-290; D4-529

Espanha:
D1-605; D2-1,028; D3-864; D4-722

Penso que os números falam por si. Não é por acaso que a nossa D1 ganha a Espanha, a realidade é que nesta divisão estamos muito equilibrados. Mas a D2 e D3 de Espanha são fortíssimas. E temos poucos jogadores D4. Em termos médios a D4 representa +30% dos jogadores totais em Portugal não chegam a 15%.

Em termos de dano total, não vamos poder alterar estes números de forma rápida, e pelas razões que mencionei acima, não nos interessa que os jogadores cheguem rapidamente à D4. Esta é uma realidade que leva tempo a mudar, não podemos pensar que mudamos num par de semanas.

Por isso, no curto prazo, a recuperação das nossas regiões passa mais por questões diplomáticas do que pela força das armas, mas se não mudarmos a força que detemos, se não passarmos a ser mais relevantes em termos militares, estaremos sempre refém da diplomacia e dos nossos aliados para podermos resolver os nossos problemas, o que não me parece sustentável no longo prazo.

Feito este enquadramento, passo a discutir o que acho podemos fazer em termos de baby-boom não no que respeita à captação mas no que respeita ao acompanhamento dos jogadores.

Novos jogadores

O aumento de jogadores tem sido desejado por toda a comunidade por várias razões, mas aquela que é mais óbvia é o reforço do poder militar.

De resto, muitas das mensagens de captação enfocam-se na rivalidade com Espanha e atraem jogadores que valorizam esse aspecto do jogo. Não vou falar da captação porque dessa área percebo pouco e existem jogadores que já mostraram ser capazes de lidar com o tema. Prefiro focalizar na retenção.

Nos programas de apoio aos novatos, têm sido criados programas de formação, sendo que uma parte importante destes relacionado com a aprendizagem militar e existe também apoio aos campos de treino. Por isso, muito já está a ser feito para apoiar o desenvolvimento militar dos novatos. E com alguns resultados

O que podemos fazer mais ?

Acho que podemos fazer duas coisas:

1º Dinamizar mais o dia-a-dia dos novatos que têm inclinação militar: criar regimentos das FAP para D1, com movimentações militares diários, ou de 2 em 2 dias. Criar competições entre regimentos que terão um líder experiente designado. Eventualmente fazer também competições com exércitos privados que têm um enfoque o desenvolvimento dos D1, que têm feito um excelente trabalho.

2º Dar visibilidade aos jogadores com maior desenvolvimento, quer treino, quer presença das missões. Dar visibilidade aos melhor regimentos, etc.

Todos sabemos que nem todos os jogadores compram gold (eu por exemplo não compro) e nós queremos manter todos os jogadores, porque em níveis diferentes todos são úteis. Mas no desenvolvimento militar, jogadores que compram ou conseguem obter gold do jogo, tornam-se mais relevantes e isso deve ser valorizado. Assim como os bons exemplos devem ser valorizados, no que respeita à disciplina e iniciativa.

O objectivo destas acções não é apenas acompanhar os novatos, é também dar-lhes um grupo de pertença, estimular a união dentro dos regimentos e competição saudável com os restantes regimentos. Proponho que seja feito nas FAP porque é um exército do estado e não uma força política. Mas para isso tem que existir capitães activos que controlem activamente estes regimentos que não podem ter + 20 elementos.

Tal como é importante o país ter objectivos (a missão que falei no artigo anterior) é importante que os novatos tenham metas, percebam como o seu papel pode ser relevante no futuro e alguém os motive a atingir essas metas, os valorize e (se possível) os recompense.

Isto só será possível num cenário de entendimento nacional. Não irei fazer comentários sobre o trabalho do governo actual, apenas que o trabalho trilhado por Portugal este mês tem sido um retrocesso no que respeita a união do grupo e a responsabilidade deve ser assumida por quem se preocupa mais com a sua imagem do que com o benefício do grupo.