Sobre partidos e acção política

Day 1,589, 01:03 Published in Portugal Portugal by John Bokinski

Este artigo é uma reflexão sobre acção apartidária, e como o facto de ser apartidário não significa que não se tenha um contributo para a vida política do país.

Bastante cedo na minha vida eRepublikana decidi não pertencer a nenhum partido, esta decisão baseou-se em 2 argumentos principais:

- Não tenho tempo em RL para despender mais do 30 minutos ou 1 hora com o jogo por dia, e por vezes tenho períodos mesmo que só posso fazer 2 clicks, por isso ter responsabilidades ao nível do governo/congresso não se enquadravam com o meu perfil;

- Achei que pertencer a um partido podia toldar a minha perspectiva do que é certo e errado, ou seja, afectar a minha independência na análise dos assuntos discutidos, e do outro lado não via quaisquer vantagens de pertencer a um partido.

Na minha perspectiva os partidos são constituídos com um objectivo; reunir cidadãos com perspectivas políticas semelhantes e com vocação e disponibilidade para servir o país. O serviço ao país pode ser realizado como CP, membro do governo, congressista. No caso do CP e dos membros do governo, não é preciso ser membro de um partido, se bem que em eleições recentes o CP tem sido sempre alguém filiado.

O que me espanta um pouco na nossa comunidade é o número de cidadãos filiados em partidos. Os 5 maiores partidos têm 982 cidadãos, e o Top 10 cerca de 1140, e sabemos que nas nossas eleições votam cerca de 700-720 cidadão.

Isto mostra que muitos dos cidadãos pertencentes a partidos são pouco activos ou nada activos. A minha pergunta é, se não temos tempo para exercer um cargo ou ter uma vida política activa, então para que é que entramos num partido ?

Escolher em quem achamos merece exercer um cargo de estado não é como escolher um clube de futebol, ou uma religião… não é um exercício emocional e/ou de fé. Votar num candidato exige que tenhamos a noção de quais as suas ideias e a nossa concordância ou não com as mesmas, o que já mostrou ser capaz de fazer, nível de experiencia e maturidade, capacidade de gestão, etc.

Apesar de não despender muito tempo no jogo, eu sou capaz de fazer isso em relação à maioria dos cidadãos “qualificados” que se propõem a CP. Por isso não preciso de nenhum partido a indicar-me em quem devo votar. Então para quê pertencer a um partido ?

No caso dos congressistas, especialmente quando não estou em Lisboa, nesse caso aceito que não conheço 2/3 da lista e acabo por votar naqueles que considero ter experiência para o cargo, mesmo que nem sempre concorde com as suas ideias.

É também por estas razões que não poderia votar num cidadão muito recente, afinal em RL um presidente e um membro do parlamento também têm idade mínima, neste caso, acho que tens de ter uma idade mínima de jogo para estares preparado para exercer funções de estado, independentemente da tua idade real.

O que eu não gostaria que ocorresse no eRepublik é que os partidos esquecessem para que é que foram criados (organizar cidadãos com ideias semelhantes e vocação pelo serviço público) por organizações cujo seu objectivo principal é ganhar eleições ou promover a vitória do seu candidato (que é o que aconteceu na RL e vê-se os resultados, não só em Portugal).
Por questões de disponibilidade/experiencia, tem sido frequente os governos serem formados por cidadãos de diferentes partidos, o que acho positivo, mas começasse hoje também a avaliar os PP pelos resultados eleitorais, mais do que o contributo/serviço ao país que fizeram durante os seus mandatos. Acho que é natural que os resultados eleitorais também contam, mas se focalizamos as atenções dos PP’s apenas nisso então estamos a caminho de fazer grandes disparates.

E é por tudo isto que acho que PTO’s à parte, os partidos deviam ter menos cidadãos filiados e devia existir uma massa da população que, estando atenda ao desempenho dos órgãos estatais, os avaliassem pelos méritos das suas acções e não pela sua cor partidária.