Sobre nós

Day 2,275, 03:46 Published in Portugal Portugal by John Bokinski
Introdução


Hoje (ontem quando publicar isto) foi criada uma nova aliança, chamada Asteria e que tem como membros fundadores: Sérvia, Hungria, Eslovénia, Argentina, Roménia e Grécia.

Observei que alguns dos nossos cidadãos não ficaram contentes com a não inclusão de Portugal como membro fundador da aliança, mas considero que esta é uma reação um pouco emocional. Deve-se em parte ao fato de Portugal estar há meses à procura de um alinhamento geopolítico estável e considera que entrar numa aliança seria um marco importante que representaria a conclusão de um caminho que iniciou à cerca de 18 meses atrás. Penso também que esta reação também deriva da nossa ambição de estar alinhados com um bloco que trata os países que o constituem como iguais, e a forma seletiva como a aliança foi criada, apenas incluindo países com dano elevado, coloca algumas dúvidas em relação a isso.

No entanto, é preciso notar que no que respeita a alinhamentos a escolha de Portugal foi-se gradualmente fazendo ao longo de muitos meses de contínua cooperação com os nossos aliados da ex-TEDEN, como a Argentina, Colombia, Canadá, Grécia, Roménia, China, Turquia etc e com alguma aproximação a membros da TWO. E a ambiguidade desse alinhamento foi definitivamente abandonada quando no dia 5 de Novembro de 2013, Espanha atacou Portugal e acabou com qualquer tipo de hipótese de haver alguma aproximação dos países Ibéricos.

Portugal & Espanha

Devido ao nosso posicionamento no mapa e aos bónus que possuímos, Espanha foi sempre um fator fundamental no posicionamento geoestratégico de Portugal. Durante muitos anos, Espanha tem sido um adversário, e tem constituído a principal ameaça ao território português, apesar de termos passado longos períodos de tempo em que não existia guerra entre os dois países. Devido à diferença de dimensão entre as duas comunidades, Portugal tem sempre necessitado de ajuda para combater a Espanha e a única forma de obtermos essa ajuda é desenvolvendo relações fortes e duradoiras com as comunidades com as quais temos trabalhado em conjunto durante mais tempo.

Há 10 meses atrás a comunidade portuguesa decidiu experimentar uma nova forma de se posicionar estrategicamente. Assinou um NAP com Espanha, em que lhes cedia parte do seu território e procurava criar as bases para uma parceria Ibérica que fosse mutuamente conveniente. Desta experiência retirámos duas conclusões principais:

1 – A generalidade dos jogadores que dirigem Espanha não vêm Portugal como um parceiro, vêm Portugal como um conjunto de bónus que eles necessitam e outros eles não necessitam. Não respeitam também a comunidade e acham que nos podem dirigir no que respeita a decisões estratégicas de escolha de aliados. Finalmente acham se não fazemos o que eles querem, então invadem-nos e julgam que nos quebram através de um wipe.

Obviamente nenhuma comunidade teria interesse em fazer qualquer tipo de parceria com este tipo de pessoas. Foi uma experiência efetuada num período em que a nossa posição geoestratégica estava desprotegida, mas foi uma experiência que só serviu para concluir que este era um caminho que não pode ser trilhado.

2 – A aproximação a Espanha, promoveu um nível de divisão no país. Alguma dessa divisão é essencialmente uma resposta epidérmica à comunidade espanhola, mas outra, e na minha opinião, mais relevante, é compreender que uma aproximação ibérica tendencialmente nos deixa numa posição de imobilismo que promove a decadência da nossa comunidade. Pode-se teorizar que uma aproximação ibérica feita em moldes diferentes poderia criar condições para novas aventuras… deixei de acreditar nisso, e sobretudo acho que o nosso compromisso para com os nossos aliados leva a que o fundamental para a mobilização da nossa comunidade seja a luta pelo nosso território.

Em resumo, a experiência dos últimos 10 meses reforçou em toda a nossa comunidade a necessidade de termos uma posição estratégica de combatermos Espanha a todos os níveis, militar, diplomático e económico. Agora o que nos une não é apenas uma posição geoestratégica favorável ao conflito com Espanha, é o sentirmo-nos enganados, humilhados e traídos pelos jogadores que dirigem Espanha. E existem determinadas experiências que só se fazem uma vez na vida, não vale a pena pensarem que os dirigentes espanhóis podem mudar e outros serão melhores. Os atos dos governos dependem das comunidades e não o contrário.
Sendo claro este alinhamento contra Espanha, e sendo claro também quem são os nossos aliados mais antigos, o alinhamento de Portugal já está realizado e as nossas escolhas estão feitas, independentemente de estarmos numa aliança, ou não. Quem escolhe as alianças não são os governos, são as comunidades. Quando os governos pensam que podem escolher os seus aliados só porque ganharam umas eleições, acontecem acidentes dramáticos como o ocorrido no Brasil.

O Exemplo brasileiro

À 2 anos atrás o Brasil era um dos países mais respeitados quer por aliados, quer por adversários no eRepublik. Devido a uma posição geoestratégica naturalmente favorável, e ao respeito que a generalidade dos seus aliados tinham pelo país, o Brasil tinha uma posição económica excelente e era considerado como um alvo extremamente difícil de atingir, tendo apenas sido atacado por Espanha numa altura em que a ONE tinha criado uma aliança bastante forte, e a oposição estava desorganizada. Mas logo que essa organização foi criada pela aproximação da Terra à EDEN, o Brasil recuperou facilmente o seu território e chegou a dominar Espanha em conjunto com os USA.

Foi nesta posição de força que alguns dirigentes brasileiros decidiram criar algo novo. Decidiram aliar-se a Espanha e à Polónia (os seus principais adversários) e ao fazerem isso, não só devolveram todas as regiões que possuíam em Espanha como praticamente ofereceram a Espanha e Polónia alguns dos seus aliados mais antigos, como Portugal, França e Canadá. Apesar de prometerem que não abandonariam a Argentina, Colômbia, Grécia e Croácia, na realidade foram encontradas razões para abandonar todos os seus aliados históricos e promover relações com aqueles que tinham sido os seus principais adversários até à data.

Mas os dirigentes brasileiros esqueceram-se de uma coisa… as comunidades não mudam de aliados só porque o governo lhes diz para mudar. Houve uma parte da comunidade que aceitou as ideias e outra que não encontrou justificação para a mudança e a partir deste cenário criou-se um clima de “guerra civil” dentro do país que provocou o total imobilismo diplomático do Brasil durante 1 ano.

No final os dirigentes políticos conseguiram tornar o Brasil aliado de Espanha, mas os custos para o Brasil foram muito elevados. Mesmo que no novo re-arranjo diplomático o Brasil encontre um novo espaço para desenvolver novas relações de confiança, a realidade é que a credibilidade leva tempo a construir e destrói-se em poucos meses.

Os nossos objetivos são claros e consensuais

Cito o exemplo do Brasil como algo que devemos ter em mente e evitar. Nós temos objetivos comuns bastante enraizados na nossa comunidade, e mesmo que possamos discordar na forma de se fazer algumas coisas, essas diferenças são apenas táticas. A guerra contra Espanha é o objetivo que a todos mobiliza (ignorando os trolls que apenas procuram protagonismo e que, apesar de ruidosos, são poucos).

A mesma coisa se passa com as comunidades que consideramos ser as nossas aliadas incondicionais, aquelas que não abrimos mão. O atual re-arranjo estratégico foi bastante suave para Portugal porque não exigiu que abríssemos mão de muitos aliados e permitiu que aprofundássemos ainda mais a relação com os aliados que tínhamos mais próximos e que são relativamente unanimes na nossa comunidade. Agora não podemos esperar que os aliados lutem por nós todos os dias, o dano tem de ser distribuído de forma estratégica e se o bloco adversário está a fazer overkill contra Portugal por certo temos formas de ter benefícios disso.

Tem de existir distribuição equilibrada de dano, mas também temos de compreender que hoje é muito mais fácil manter os territórios chineses do que recuperar o território nacional. E existem algumas pequenas comunidades como a Holanda e a Rep Checa que precisam ainda de mais dano que nós, ou comunidades como a França que também estão em wipe à muito tempo. Já passámos por esse problema nos tempos da EDEN, quando o dano que o nosso bloco tinha era claramente inferior ao opositor e apesar do maior equilíbrio atual, temos de olhar para as batalhas de forma global e não circunscritas ao nosso território.

Um aspeto que julgo ser fundamental é também o respeito com que tratamos as comunidades que estão em outros blocos. Países como a Croácia irão estar num bloco oposto ao nosso, e a Irlanda e a Turquia provavelmente para lá caminham. Estamos em lados opostos por fatores conjunturais e que não estão relacionados com nenhuma desavença entra as nossas comunidades, o nosso real adversário é Espanha. Lutámos por eles e eles lutaram por nós. No futuro, dependendo das necessidades dos nossos aliados, lutaremos contra eles e vice-versa. Mas isso não deverá nos fazer esquecer que já tivemos do mesmo lado, e que lhes devemos respeito se queremos ser respeitados.

Pessoalmente agradeço aos meus aliados, mas não gosto de “hailar” extensos grupos de aliados porque as comunidades mais próximas de nós não são 10 ou 15, são 4 ou 5. Além disso hail não é uma palavra que me traga boas memórias.
A relação entre comunidades faz-se pela participação nos chat e nos media deles. Conhecendo a sua forma de ver o emundo, partilhando experiências e claro, lutando lado-a-lado. E fazer isto exige muito de uma comunidade pequena como a nossa, não podemos fazer isso com 10 comunidades. Portugal acredita em irmandades mas um irmão é diferente de um conhecido com interesses comuns e quem não reconhece isso não sabe o que é uma irmandade.

Neste contexto, e tendo em consideração que temos que trabalhar também no crescimento da nossa comunidade como forma de sermos mais relevantes e capazes de combater Espanha, o facto de pertencermos, ou não, a uma aliança é residual.

A nossa identidade não depende de estarmos numa aliança os nossos aliados são aqueles com os quais estão alinhados e de entre estes, aqueles que podemos contar mais, são aqueles com os quais estabelecemos relações. Não podemos esperar que ROC lute desenfreadamente por se pouco conhecemos da sua comunidade. No fundo, quem ataca o bloco ao qual Espanha pertence é nosso aliado, direta ou indiretamente.

Asteria

Uma palavra final para a Asteria

Penso que é a primeira materialização de uma nova ordem mundial e representa um significativo triunfo diplomático da Sérvia contra Spoland. Quando a Polónia acabou com a TWO (que já estava moribunda), saiu da aliança convencida que a Hungria e a Grécia a seguiriam e que o novo bloco que se construía contra a Servia seria tão poderoso ou mais do que a TWO no seu auge. Acho que a Polónia cometeu um erro que lhe tenho visto poucas vezes ter, não percebeu que a comunidade grega, e sobretudo a comunidade húngara não estavam alinhadas com os seus políticos e implementar essa ideia não era tão simples como pensavam.

Vitória diplomática Sérvia mas faço 2 pontos de cautela:

1 – Astéria declara-se uma irmandade mas é criada como uma aliança que incluí apenas 6 das maiores comunidades do seu bloco. Parece incongruente porque ser irmão não depende do dano que dás, depende do teu nível de compromisso e levanta a dúvida sobre a igualdade entre os futuros países que irão constituir esse bloco.

Por um lado, uma aliança de 6 países é mais fácil de gerir, mas não tenhamos dúvidas que 6 países não chegam para se oporem ao bloco que USA/Croatia/Spoland vão criar. Vão ser necessários coordenar os canhões, as armas de médio porte e as armas pequenas. Vai haver complexidade quer queiram, quer não. Tentar simplificar não creio que resolva coisa alguma.

2 – A Grécia é um antigo aliado que respeito mas a sua comunidade não está unida sobre que bloco deve pertencer. Entrar nesta aliança desde início pode não ser a melhor estratégia de curto prazo, nem para a Grécia, nem para a própria aliança. Acredito que a manutenção de uma posição não totalmente alinhada por parte da Grécia podia trazer benefícios a todos.

Bom jogo.