Controlo

Day 1,772, 04:10 Published in Portugal Portugal by John Bokinski

Quando se fala muito do tema de não termos mantido congresso e existe muita malta que está um bocado incomodada com o facto, gostaria que vos presentear com mais um artigo de contexto para procurar enquadrar melhor o tema para quem o está a discutir.

Como enquadramento para este artigo deixo-vos, um artigo que escrevi à cerca de 2 meses, sendo um artigo parcialmente sobre o futuro, pelo menos dá-vos uma ideia se o que eu previa está a acontecer ou não.

http://www.erepublik.com/en/article/sobre-integridade-e-perseveran-a-2093786/1/20

Em primeiro lugar gostava de salientar que este artigo não procura justificar as nossas próprias insuficiências quer em termos de governo, quer em termos de comunidade. Elas existem e podemos fazer muito para as melhorar. Nem tão pouco pretende entrar a fundo sobre a dimensão do apoio da EDEN na segunda-feira, se bem que irei abordar o tema. No entanto, é evidente que a principal razão pela qual perdemos Lisboa na última segunda-feira foi porque a CTRL colocou como 1ª prioridade da aliança deixar Portugal sem congresso este mês (mesmo quando os USA perdiam regiões para a Macedónia no seu território original) e para isso arregimentou todos os países ex-ONE que pode para garantir esse objectivo. É perfeitamente assumido, quer por Portugal, quer pela EDEN que não conseguimos vencer batalhas em que a CTRL e os países da Ex-One estejam unidos.

A primeira questão que gostava de abordar é a razão porque é tão importante para os países CTRL que Portugal não tenha congresso. A razão é simples, Portugal é uma pedra no sapato da CTRL, e os países CTRL acham que retirando consecutivamente o congresso a Portugal, são capazes de nos dobrar.

Quem teve a paciência de ler o artigo acima, sabe que falei de duas facções, a facção pró-ONE e a facção Anti-Balkans que esteve na génese da criação da CTRL. A facção pró-ONE encontra-se fortemente implementada na Polónia e em algumas áreas dos USA e de Espanha. A facção Anti-Balkans no Brasil, USA e parcialmente também em Espanha. É a facção Anti-Balkans que se encontra particularmente atrapalhada com a resistência portuguesa.

A facção Anti-Balkans tinha por objectivo criar uma aliança que ocupasse a América (Norte e Sul) e a Europa Ocidental (Espanha e Polónia). Para isso esta facção contava com os pilares USA e Brasil e queria absorver para a sua causa alguns países da América que são amigos, nomeadamente um bastante importante, a Argentina. A Argentina é uma potência emergente na América do Sul com uma população jovem bastante envolvida no jogo e que vai ganhar preponderância nos próximos tempos. O ideal para esta facção também ter o Chile (outra comunidade em crescimento) mas sabiam que isso poderia ser difícil de conciliar com a Argentina. Isto que vos descrevi pode ser lido em artigos de responsáveis dos USA que abertamente comentaram os seus objectivos.

Para reunir este bloco a CTRL precisava que estes países deixassem as suas correntes alianças, essencialmente EDEN/TERRA, e aderissem à CTRL mas não exigiam que esses países quebrassem relações com os países com quem tinham MPP. Para além destes países existia um conjunto de países que estão na América e na Europa Ocidental que para a CTRL era indiferente se ele se juntavam ou não, mas era importante é que esses países tinham algumas regiões que eram precisas para que os países core da CTRL tivessem 10/10 em bónus e por isso, para se juntarem teriam que dar algumas ou uma parte substancial das suas regiões. Entre esses países estavam Portugal, França, Canadá e Venezuela (e eventualmente alguns dos países wipados até podiam recuperar 1 ou 2 regiões desde que não fosse relevantes para os 10/10 dos países core da CTRL, tipo México).

Um acordo como este é complicado de realizar, exige tempo, humildade, paciência e outras coisas que as pessoas que estavam a planear isto não tinha em abundância, por isso preferiam seguir a estratégia “The Godfather” – “We gona make them na offer they can’t refuse”. Ou seja, wipamos e depois fazemos um acordo “magnânimo” em que lhes devolvemos todas as regiões, excepto aquelas que precisamos para nós e se possível ainda os enfiamos na CTRL.

Apesar de não envolver cabeças de cavalo, esta estratégia demonstrou-se ruinosa para a união interna destes países. Claramente não era nada óbvio para o comum dos cidadãos brasileiros e americanos que joga este jogo há algum tempo, que a Espanha e a Polónia são melhores aliados que o Canadá, França e Portugal. Assim como provocou que alguns dos aliados que a CTRL contava integrar na sua aliança, como a Argentina e a Colômbia, corressem em ajuda de Portugal e Canadá, e ainda pior, a Argentina oficializou a sua entrada na EDEN e a Colômbia só não entrou porque 2 representantes da EDEN foram na minha opinião obtusos. Ou seja os promotores da CTRL enfiaram um elefante numa loja de loiça chinesa e esperaram que ele sambasse até à porta de saída sem fazer estragos.

Quando o elefante deitou a loja abaixo, então era preciso arranjar um culpado, e esse culpado nos USA foi alguns políticos que foram sendo substituídos (e o Canadá devolvido sem grandes danos até uma próxima ocasião em que seja mais fácil vender a sua absorção), mas para o governo do Brasil o culpado disto tudo foi Portugal.

Na opinião deles foram os Portugueses que convenceram os Argentinos a juntar-se à EDEN, e a Colômbia a atacar Espanha, e por isso Portugal tem de desaparecer. Os festejos da vitória espanhola em Lisboa parecem ter sido maiores no governo brasileiro que na própria Espanha 😃.

Na realidade Portugal é parcialmente culpado do que aconteceu, porque serviu de exemplo. Um país pequeno entre respeitar o valor da lealdade e a sua sobrevivência, Portugal escolheu a lealdade aos seus aliados.

Países como a Argentina e a Colômbia afastaram-se da CTRL por uma questão de escolherem entre um grupo de países que defende princípios de lealdade e apoio incondicional aos seus aliados como base da sua relação, por uma aliança que tem como valor principal, vamos criar um centro de poder e bem-estar económico para um conjunto limitado de grandes países da América e na Europa Ocidental.

Quem trocou o princípio da lealdade, pelo princípio do interesse próprio tem dificuldade de compreender as acções de quem baseia as suas acções no apoio incondicional que damos a um familiar. E sejamos francos, algumas das discussões que temos hoje em Portugal, advém exactamente disso, de compreender que se queremos recuperar uma região na Albânia para que a Albânia tenha congresso, essa guerra é mais importante do que ganhar o Alentejo. E quando reclamamos que não nos ajudam em determinada batalha, muitas vezes esses jogadores não têm noção do que já fomos ajudados durante os últimos 12 a 18 meses (incluindo por muitos jogadores brasileiros). Sei que alguns dos meus comentários em alguns artigos pareceram um pouco bruscos, mas compreendam que nestas questões da lealdade e do interesse próprio não há meios termos, ou aceitamos o que foi decidido e cerramos fileiras, ou se começamos a duvidar, então caminharemos rapidamente para o outro espectro dos valores morais. É uma opção, mas não é uma opção que eu me reveja.

Esta via seguida por um conjunto de países da América e da Europa Ocidental de não cederem na lealdade que têm uns pelos outros criou uma opção que desviou da CTRL alguns países que esta aliança contava para engrossar as suas fileiras. E o engrossar de fileiras da CTRL tem um objectivo, a criação de uma aliança poderosa a Oeste que poderá levar a que os países ex-ONE e EDEN se aproximem para enfrentar essa “ameaça” e a CTRL não tem hoje a força necessária para enfrentar esses países juntos.

E é por esta razão que Portugal precisa de desaparecer rapidamente, a CTRL acha que desaparecendo esse foco de instabilidade que é Portugal, a paz entre a Espanha e a Colômbia será conseguida sem problemas (a Espanha não precisa de territórios da Colômbia, só da Venezuela), e caso não seja conseguida, a Colômbia é um país descartável, mas, mais importante, a Argentina poderia ser convencida a entrar. Pessoalmente julgo que estão enganados, a Argentina não vai abdicar facilmente das suas convicções e num cenário em que a Colômbia fique prejudicada na guerra contra a Espanha, ainda maior será a distância criada entre a Argentina e o Brasil.

Acho que os próprios promotores da CTRL começam a ver a Argentina como um caso perdido e procuram agora trazer a Russia.

Para Portugal podemos seguir 2 caminhos:

O primeiro é seguir o caminho que escolhemos à 4/5 meses atrás, manter-nos perfeitamente fieis aos nossos aliados, procurar melhorar a quantidade e a qualidade da nossa comunidade, ser uma voz interveniente na EDEN e estarmos mais próximos das comunidades com as quais temos maiores laços de amizade. Este caminho é excelente em termos de valores mas exige muito esforço de sacrifício e generosidade, é difícil entender para um novo jogador porque é que estamos a fazer de Martin Moniz nesta história e nós queremos trazer muitos jogadores novos.

A segunda hipótese é negociar com os USA e Espanha. Os lideres brasileiros tiveram demasiada má fé para que possam ser envolvidos no processo, e sem dúvida que existe malta em Espanha que também não considero como fiáveis, mas no caso deles não é possível escolher quem participa na negociação. E esta negociação teria de envolver os países EDEN para que todos estivessem alinhados e os nossos aliados protegidos mas iria fazer com que nos comprometêssemos a ceder por certo uma região (“o Norte”). E uma vez assumido esse compromisso, temos de pensar que isso é algo definitivo e não um empréstimo que daqui a uns meses podemos reverter.

Em outro artigo meu já disse porque penso que o caminho 1 é o mais correcto, mas sei que tem os seus custos. E o enfoque da CTRL para nos retirar o congresso tem tudo a ver com isto, quer quebrar-nos o espírito para que tenhamos de seguir o segundo caminho. Está na hora de mostrarmos se temos a resiliência interior para mantermo-nos nesta rota e mostrar que com ou sem congresso os nossos valores são os mesmos e o nosso contributo provavelmente nem será muito menor, a diferença sendo que teremos de ser financiados de forma diferente.

O 1º caminho exige também mais organização governamental. É necessária liderança, capacidade de trabalhar em grupo e disponibilidade. E a nossa comunidade tem se caracterizado por um excesso de liderança e pouca capacidade de trabalhar em grupo e níveis de disponibilidade demasiado distantes entre cada um dos governantes. Um CP não pode dar 60% do seu dia ao eRep, mas se calhar precisar de dar 25%. E cada um dos líderes funcionais também precisam de dar níveis de disponibilidade semelhantes. Se não existe disponibilidade suficiente em 6-8 jogadores para coordenarem este processo então alarguem as equipes e ignorem quem acusa a malta do governo de quererem o tacho. Só quem nunca trabalhou num governo acha que aquilo é tacho. De resto, acho que uma das alterações fundamentais que deviam instituir no modulo político é a remuneração da equipe de governo, se um congressista ganha 5 gold e alguns nada fazem, porque é que o MoD nada recebe.

A segunda razão que acho que o 1º caminho é o melhor, é porque julgo dar-nos objectivos mais claros. Acho que uma paz negociada vai-nos colocar num estado de inércia ainda maior do que actual e não acho que isso seja bom.

Isso quer dizer que vamos ficar em wipe “forever” ? Acho que não 😃.

Os USA e a Servia parecem em rota de colisão, mais por culpa dos Sérvios, e já estalou uma guerra entre os USA e a Macedónia. Como os países da CTRL insistem em querer afastar os seus antigos aliados de forma a só ficarem com aqueles que fazem parte dos seus planos leva a que a EDEN, mesma que fragilizada, possa se tornar a chave de quem toma vantagem no conflito. O mundo está instável mas a CTRL tentou fazer muita coisa, muito rápido e uma alteração brusca do sucesso da sua “Joint Venture” pode rapidamente quebrar laços que nunca foram criados para além de quem promoveu a CTRL. Infelizmente os riscos parecem-me ser maiores para os USA e para o Brasil do que para a Espanha, e sobretudo, para a Polónia que facilmente se pode colocar em outro tabuleiro se quiser.

Este artigo de enquadramento já está demasiado longo e não pretende ser “a verdade” ou incluir todos os factos. Pretende ajudar os jogadores mais recentes a compreender algumas das parvoeiras que regem as acções dos jogadores mais experientes e porque é que a lealdade é um principio estrutural para nós.

Força ePortugal