2 ou 3 cliques

Day 2,428, 13:51 Published in Portugal Portugal by John Bokinski

Tenho andado 2 cliques (na realidade 3 porque trabalho para outros e para mim).
A primeira razão para tal é a falta de tempo, entre Abril e Junho as coisas correram muito bem profissionalmente, mas não houve tempo para “outras coisas” incluindo fazer mais do que 3 cliques neste jogo.

Mas nos poucos dias que mergulhei um pouco na imprensa, os artigos só garantiam que a vontade de usar um pouco do meu tempo pessoal para fazer mais do que 3 cliques desaparecesse de imediato. As comunicações do governo não são muito entusiasmantes nem conseguem promover qualquer reação mais enérgica da comunidade. Mas o resto é ainda pior… artigos consecutivos de crítica, na generalidade sem indicar soluções, que eu não consideraria anormal caso se restringisse ao grupo habitual de cidadãos portugueses que quase todos os meses praticam essa crítica e depois apresenta um candidato à posição de CP que invariavelmente fica em 2º lugar.

Mas a crítica tem sido praticada por um conjunto mais alargado de cidadãos o que em si é sinal de alarme. E maior é o meu alarme quando as críticas destes cidadãos frequentemente são apenas isso… críticas. Não vejo um plano alternativo sustentado ao que estamos a fazer. Vejo alguns clamar por guerra… tudo bem. Mas na minha perspetiva a guerra tem de fazer algum sentido, não acho razoável fazer guerra sem enquadramento. Mas quem clama por guerra não me parece dar esse enquadramento.

Em resumo, sinto que existe um nível de desunião alarmante na nossa comunidade e daquelas desuniões más, daquelas que arrastam a comunidade para baixo, não para cima. Uma desunião boa seria ver projetos alternativos do que a comunidade devia fazer, no que respeita a questões demográficas, militares, económicas e sociais. Mas o que vejo é apenas crítica gratuita a pessoas por ações passadas. Ideias muito pouco.

Hoje li um artigo (o mais votado do dia) em que nos queixamos de a Asteria, aliança à qual não pertencemos, apesar de incluir países aliados, ter aceitado o Brasil (país que atualmente se alinhou com a generalidade dos nossos aliados) como membro, e não nos ter aceitado a nós, na altura da sua formação. Meus senhores, eu ainda tenho orgulho de ser ePortuguês e da generalidade (não todas) das decisões diplomáticas que tomámos nos últimos 6 anos por isso pensem bem na imagem que querem transmitir de ePortugal para fora do país. Eu não defendo a decisão da Asteria, tal como não defendi os critérios usados para a seleção dos seus membros originais, mas é uma decisão deles, sobre a qual nós não temos influência. Agora reagir como gaiatos amuados por uma decisão sobre a qual não temos qualquer poder parece-me absurdo. Se existe desacordo nosso perante esta decisão ela deve ser expressa a quem de direito (o HQ da Asteria) em privado. Não criar esta confusão que parece ter por objetivo criar um fosso maior com o Brasil e criticar alguns jogadores que promoveram a aproximação com o Brasil.

Para quem ainda não notou nós já temos grandes potências que querem os nossos territórios às nossas portas (Espanha/Polónia) e USA. Não precisamos de acrescentar mais à lista.

Face a este acontecimento, procuro neste artigo promover um pouco o debate sobre a posição de ePortugal no eMundo.

CUAP

No meu último artigo tinha falado de achar que o futuro de Portugal passaria por uma maior integração com um potencial bloco emergente na América do Sul. Ao contrário da Asteria e a Sirius que foram formadas efetivamente com base em dano, a CUAP foi criada com base em estáveis relações de amizade entre os países que a constituem e uma posição geo-estratégica comum. A esta situação, acresce o fato de as nossas restantes fronteiras serem controladas por países pertencentes a alianças adversárias, com exceção do Canadá.

Uma América do Sul unida é uma potência considerável e nesses comentários mencionei que existiam 2 assuntos que poderiam ser um obstáculo a uma maior integração nesse bloco, a nossa relação com o Chile e com o Brasil. Fui claro na minha opinião que a comunidade atual do Brasil era bem diferente daquela que decidiu, num par de meses, passar a apoiar Espanha na guerra contra Portugal, depois de ter sido nosso aliado durante 4 anos, e que, fruto dessa alteração de posicionamento, contribuiu bastante para um longo “wipe” de Portugal, no final de 2012 e primeira metade do ano 2013.

E essa diferença levava-me a crer que se justificava uma aproximação entre duas comunidades que durante 4 anos foram fortes aliadas. Eu não gosto de mudanças radicais e para mim aproximação não quer dizer que tenhamos MPP, nem que andemos aos beijinhos, quer dizer que abrimos diplomacia formal e voltamos a conversar sem complexos.

Existem alguns de vós que não concordam comigo nessa posição, e eu respeito isso. Cada um tem as suas visões de quem são os nossos aliados no jogo, e é perfeitamente normal que discordemos nesse aspeto, mas eu não tenho qualquer hesitação em descrever a racionalidade de uma abertura de canais de comunicação com o Brasil: promover uma maior integração na América do Sul e num bloco que potencialmente se está a criar.

Digo potencialmente, porque desde a altura em que emiti a minha opinião, acho que poucos indicadores foram dados que reforcem essa tendência, apesar de estar a acompanhar muito pouco o jogo, parece-me que na melhor das hipóteses o processo parou, na pior regrediu.

Mas mesmo sem um bloco Sul Americano, o nosso compromisso com a CUAP parece-me a trave mais sólida do nosso posicionamento geo-estratégico atual. Quem discorda convinha que explicasse porquê. No atual contexto geo-estratégico o Brasil aproximou-se dos países CUAP com os quais partilha territórios. Se a Argentina nos perguntar se o Brasil pode entrar na CUAP o que respondemos ? É uma pergunta que devemos estar preparados para responder como comunidade não com 25 vozes.

A Leto

Eu fui daqueles que discordou a nossa entrada na Leto, por questões de princípio. Se não acreditávamos na forma como a Asteria tinha selecionado os seus membros, então porque é que concordávamos com o seu pedido de criar esta aliança de países pro-Asteria que não tinham sido selecionados para entrar na Asteria.

No entanto, tenho de admitir que nos primeiros meses a dinâmica da Leto não foi má. Muito por influência de muitos jogadores portugueses, a Leto apresentou uma dinâmica importante que melhorou a imagem de Portugal como potência militar média e ajudou a motivar muitos dos jogadores que integraram os mobile corps da Leto. Infelizmente a dinâmica foi de pouca duração, as ações da Leto baixaram de relevância, assim como o envolvimento de jogadores portugueses. Hoje a Leto parece ter pouca utilidade.

Acho que estes meses refletem também a evolução da atividade da comunidade portuguesa e relembra-nos que a força da Leto em grande medida passa pelo que nós fazemos por ela.

Que outros caminhos existem ?

Entre investir o meu tempo entre a CUAP e a Leto eu escolheria sempre a CUAP. Faz-me mais sentido numa perspetiva geo-estratégica e baseia-se em relações mais fortes (não que eu não considere o Canadá e a França como importantes, mas tudo o resto tenho uma relação mais fraca). Não são mutuamente exclusivas, investir tempo em reforçar a CUAP não obriga a nenhuma saída da Leto. Mas existem outras opções ?

Provavelmente sim, algumas até podem ser congruentes com o nosso posicionamento histórico e outras em rotura (eu gosto pouco de roturas que não sejam bem justificadas, mas não sou eu que mando, é a comunidade). E é à comunidade que cabe indicar o caminho que queremos trilhar.

Por isso avancem, proponham algo melhor, não se limitem a criticar e a chorar sobre leite derramado.