Orpheu, Ad discendum - 3ª Edição / 3rd Edition

Day 2,409, 23:14 Published in Portugal Portugal by Shao Lin


Senhoras e Senhores sejam muito bem-vindos à 3ª, e provavelmente última, edição deste Orpheu, Ad discendum.

Isto deve-se ao facto de ao longo de duas edições a aderência a este projeto ser diminuta, com apenas um jogador continuar a enviar poemas para mim. Dependendo da reação a esta edição será decidido o futuro deste jornal.

Dito isto, espero que gostem apesar de ser uma versão muito mais pobre que as anteriores. 🙂

English version

Ladies and gentlemen, welcome to the 3rd, and probably the last, edition of this Orpheus, Ad discendum .

This is due to the few adherence to this project, after two editions only one player still sends to me some writing. Depending on the reaction to this edition the future of this journal will be decided.

That said, I hope you enjoy this edition, knowing that is a lot poorest version than the old ones. 🙂



Pride

Pride drives us further
vaunt and approve of yourself
and forget others.

Sunrise

The sunrise glows bright
everything basking in warmth.
Golden streaks of light.
Stretching across the blue sky.
All is now yellow.

Merit

To my merit, I must say a few words.


You have brought me far,
yet I still have to spar,
against those who fear,
that merit isn’t that which brings us near
to success and happiness,
to love and peace.

There can be nothing else for you to do,
nothing else but for me to see my cue.
Sometimes when I start anew,
I see the curtain close quickly
on the stage of life,
the curtain closes and I fight again,
and again to win and win.

These, and other words unspoken,
is my ode to you, my merit.
Continue to lead me, forward, on and on.
Until I achieve my destiny.

Trito Fisher


Bonnie & Clyde

A love story
That ended
Full of passion
And glory.

Now,
They reign
Quietly
After pain.

Their steps are
Tempting
To be followed
And re-acted.

Mera ciência

19 anos de existência
Relegados para o nada como uma mera ciência
Em que os únicos números são
As voltas que os infinitos pensamentos dão
Na minha ilusória mente em vão
Por mais que rodopiem
E que de validade expirem
Eles vagueiam cá dentro
Mesmo que erroneamente
Não falham o centro
Da minha mente
Quem cala consente
E sente
A mágoa
Que o meu coração rói
E a minha mente constrói
Clara como a água
Visível por fora
Trago-a
Nos olhos pois ando à nora
Cá dentro isto não é
Uma caixa de pandora
E acabo dizendo
Que infeliz,
Vou trazendo
Algo útil à vida
Dos que me rodeiam
Este é o ponto de partida.

R

Esta é
Uma rápida rima
De uma letra que remete
Para
Um ruidoso ruído
De um rabisco roído
De uma
Repercussão recíproca
Entre a mente e o coração.

Carlos da Maia



“ (…) a vida só vale a pena ser vivida sem pensamento, uma vez que o pensamento, pecado original de toda a vida, corrompe a inconsciência inerente à própria felicidade de viver.” Desde sempre que psicólogos e psiquiatras tentam encontrar a relação entre a felicidade e a inteligência.

Na minha opinião, uma vida sem pensamento nem sempre é recomendável, mas, por exemplo, no caso de Fernando Pessoa, a intelectualização de todos os sentimentos e sensações fez dele um ser humano incapaz de ser feliz. Mas também tem um lado positivo, como por exemplo, em situações emocionais difíceis, a razão pode permitir encará-las com mais calma e naturalidade e, desse modo, encontrar uma solução para o problema. Em muitos dos poemas do Ortónimo, o tema principal é a infelicidade provocada por esta sua maneira de sentir e o desejo que tem de uma inconsciência consciente que lhe traga a felicidade. Isto nota-se muito em poemas como: ”Ela canta, pobre ceifeira”, “Gato que brincas na rua”, “Guia-me só a razão”.
Segundo a BBC News, um estudo recente realizado no Reino Unido vem demonstrar o contrário, quanto maior o QI maior a felicidade. Neste, as pessoas que dizem estar muito felizes coincide com as que têm o QI entre 120 e 129, que, na escala de Davis Wechsler, equivale à inteligência superior. No entanto, ponho em causa este estudo pois no Reino Unido, com cerca de 60 milhões de habitantes, o estudo foi realizado em apenas sete mil pessoas.
Concluindo, eu concordo que a vida sem muita reflexão, torna-se melhor, sobretudo se vivermos com uma inconsciência natural, que nos leve a tomar ações mais naturais e menos controladas No entanto, todas as ações devem ser pensadas de forma a podermos retirar delas o melhor.

Carlos da Maia

"É na arte que o homem se ultrapassa definitivamente."
Simone de Beauvoir





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Orpheu, Ad discendum
3ª Edição / 3rd Edition
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