A OMC. Um brasileiro. Os desafios.

Day 2,001, 12:23 Published in Brazil Brazil by Deco Bastos
A escolha do brasileiro Roberto Azevêdo para ocupar o cargo de presidente da OMC (Organização Mundial do Comércio), certamente, foi uma vitória não só para o Brasil, mas principalmente para as Relações Exteriores Brasileiras. Isso é fruto da caminhada de diversos países rumo a um mundo equânime.



Através de investimentos em grupos como o MERCOSUL, a União das Nações Sul-Americanas e a Comunidade dos Estados Latino-americanos e Caribenhos, além da África e da China, o Brasil alcançou o quórum necessário para a vitória de Roberto Azevêdo, não obstante a rejeição dos EUA e da Europa.
No entanto, em contrariedade ao resultado político oriundo desses investimentos, o resultado econômico alcançado pelo Brasil foi pouco expressivo.



Em um período de crise, o cenário mundial seguiu a tendência natural: o protecionismo. A propósito, no Brasil, a situação não foi diferente, visto o aumento das tarifas de importação (dentro dos limites da OMC). Todavia, a proteção não incentivou a indústria nacional, logo, o comércio brasileiro apresenta sinais de deterioração. Em outras palavras, as exportações caíram e o déficit aumentou.
Além disso, o Brasil encontra-se excluído dos grandes acordos multilaterais em desenvolvimento, no caso, o Acordo Transatlântico entre os EUA e a Europa e a Parceria Transpacífica entre países da América, Ásia e Oceania. Não há dúvidas de que, caso efetivamente criados, esses acordos serão os principais atores da integração mundial, reduzindo drasticamente a importância da OMC, e, consequentemente, prejudicando os interesses do Brasil.
Por fim, Roberto Azevêdo terá outro importante dilema para solucionar: a retomada ou o sepultamento da Rodada Doha, cujo principal tema são os subsídios agrícolas, visto que as negociações iniciaram em 2001 e deveriam ter terminado em 2006. Com as mudanças do cenário econômico a nível mundial desde 2006, a Rodada Doha ainda deveria estar em pauta?



Neste momento crítico da OMC (herdeira direta do GATT), todo o conhecimento e capacidade de negociação do nosso brasileiro serão extremamente necessários durante os próximos 4 anos de mandato. Enviemos-lhe boa energia.

Abraço, eCidadãos!