Rex Megathunder, ARENA e eBrasil: Uma Entrevista

Day 2,078, 15:27 Published in Brazil Brazil by Varnhagen
Meus caros amigos,



O Minarete dá início, nesse número, a uma série de entrevistas cujo tema central é a ARENA e sua trajetória nesse seu primeiro ano de fundação. O escolhido para abrir a série foi, nada mais, nada menos, uma das figuras mais polêmicas do eBrasil. Se abanque, sirva-se um belo de um café e boa leitura!




Para uns, um hábil político com “p” maiúsculo. Para outros um mais hábil ainda manipulador. Longe de ser uma unanimidade - que diga-se de passagem é sempre burra-, Rex Megathunder nunca foi “morno” ou se esquivou dos grandes debates nacionais. Quem é, de fato, essa figura de belos e irresistíveis peitorais? Como você conheceu o eRepublik e o que te prende, ainda, nesse jogo?
Comecei a jogar em fevereiro de 2010, de forma muito pouco pretensiosa. De fato, demorei um tempo para entender o eRepublik, mas fui pegando gosto na coisa pela peculiaridade do jogo e, sobretudo, pela comunidade. Ainda hoje o que me segura aqui são as pessoas, as amizades, as brigas... por que, convenhamos, o jogo em si é meio chatinho. Ou pelo menos me parece assim, após quase 4 anos!

Apesar de nunca ter sido meu objetivo, após tanto tempo acabei ficando razoável do ponto de vista militar. Acho isso legal pois nunca comprei um único gold sequer, então foi só o tempo mesmo. Hoje estou no FODACE, onde conheci pessoas bem legais. De novo, o que vira aqui são as pessoas. Fácil notar o que me prende aqui até hoje, né? Como objetivos futuros, só quero fazer churrascos homéricos em casa com a galera do jogo. Sério, os encontros que fazemos aqui em Atibaia são demais!

Rex, como você entende a política no eRepublik? Na sua análise ela é apenas um reflexo mais ou menos pálido da política real, como muitos defendem aqui ou algo que tem peculiaridades e nuances que diferem muito disso? Qual a sua avaliação?
A política do eRep é muito louca. Acho que ela é uma das coisas mais constantes no jogo. O sistema político eBrasileiro é imutável, desde que comecei a jogar. São dois pólos que lutam pela hegemonia, algo que sempre foi e sempre será a “panela” versus os “novinhos”. Alguns se identificam mais com um grupo, outros com outro, baseados apenas em afinidades pessoais. A “panela” por vezes arregimenta uns “novinhos” e um ou outro “old school” (como eu) sempre a combaterá, ficando do lado dos “novinhos”.

Na minha opinião, o módulo político é o mais divertido e o que melhor favorece a interação entre a comunidade. É bem verdade que as tretas as vezes cansam, mas são um elemento com o qual devemos conviver. Faz parte. E, para ser honesto, apimentam as coisas!

Os partidos políticos no eRepublik, no meu entendimento, não apresentam grande diferenciação ideológica e, menos ainda, programática. Nesse sentido, excluídos alguns pontos centrais, como política externa e ordenamento militar, temos uma certa homogeneidade de visões e projetos. Você concorda com essa assertiva? E, concordando, qual o diferencial que a ARENA traz ou pode trazer para esse cenário?
Sim, concordo. Posso estar sendo traído pela memória, mas o único partido que já teve, de fato, uma linha programática definida e a seguiu, quando no Governo, foi a ANP. Defendíamos pontos muito claros, como a prevalência do Exército sobre as milícias e uma política tributária enxuta, por exemplo. Nos Governos verdadeiramente Progressistas, como os mandatos Thiago Flores e Diego Franco, isso se deu inquestionavelmente.

Contudo, sabemos qual foi o destino da ANP. Essa experiência me ensinou que a política no jogo simplesmente não pode ser “ideológica”, pois, bem estamos num jogo social. As relações sociais sempre vão prevalecer sobre a ideologia, e isso não é negativo. Nem positivo. As coisas são assim e pronto. Partidos outros, com base digamos “programática” mais sólida, como o Odin, também sofrem desse mal. É assim que se explica o sucesso da ARENA: além de partido, ela é também um grupo social coeso. Qualquer novato que dela participa, ainda que timidamente, já ganha espaço e começa a opinar e interagir com o grupo. Isso que dá certo na política do eRep. Claro que outros elementos tanto da política (como o ESPARTA) quanto na esfera militar (o CAT) fazem isso muito bem, e também tem sucesso. Não quero, contudo, dar a entender que o quadro partidário no geral, e a ARENA em particular, são vazios. Partidos vazios somem, e os exemplos são muitos. Mas sem esse componente fortemente social, não há futuro político no eBrasil.

Rex, a fundação da ARENA se deu após um longo processo de debate envolvendo partidos e políticos conceituados no eBrasil. Você, é público e notório, foi um dos artífices dessa fusão e reestruturação partidária. Como se deu esse processo? Como, na sua visão, a ARENA foi construída? Como se tornou possível essa fusão e o que ela significou para a política ebrasileira?
Na época a ANP passava por um problema sério, a dificuldade de recrutar membros, assim como o ARES, que havia perdido alguns dos seus líderes e estava numa encruzilhada. Juntamos a fome com a vontade de comer, simples assim. O ARES enfrentava desgaste em função de uma série de fatores, e nós também. Bom relacionamento os grupos sempre tiveram, então foi fácil somar forças. Ao nos somarmos e formarmos a ARENA, mitigamos o risco de TO (na época, muito grande) e oferecemos um porto seguro no TOP5, assumindo um papel que historicamente sempre havia sido do PDB.

Uma característica que adoro da ARENA é o comprometimento e a responsabilidade. Longe de mim dizer que nossos representantes no Congresso nunca tenham errado, mas o fato é que quando essas falhas ocorrem, o cara é efetiva, rápida e severamente punido. Ao agir assim, a ARENA oferece segurança política ao país. Talvez os jogadores de hoje não percebam o tamanho da importância disso, mas quem é das antigas sabe o valor que isso tem.

Rex, a política brasileira sempre foi marcada pelo personalismo, tanto no Brasil real quanto aqui. Passamos, a pouco tempo, por mudanças significativas nesse módulo, com a introdução do voto em lista. Essa mudança, que ainda não atingiu todos os desdobramentos possíveis, instituiu uma nova realidade: diminuiu significativamente o raio de ação dos TO’vers e fortaleceu –ou criou condições para que isso ocorra- as instituições político-partidárias. Na sua opinião esse novo cenário trouxe mudanças significativas para a política ebrasileira? Quais as mudanças que, na sua opinião também, impactariam positivamente esse módulo?
Gostei muito do voto em lista, pois ela favorece a ascensão de novatos. Hoje, basta o cara trabalhar dentro do partido e a oportunidade aparece. Não precisa ser uma “celebridade nacional” para se eleger. Outro ponto positivo é que a composição do Congresso fica menos sujeita a riscos. Não tem mais aquela história de todo mundo se mudar para Western Cape para votar lá e evitar TO! Cara, quantas noites de sono não perdi correndo atrás disso...

Rex, a ARENA vem, desde sua criação, se esforçando ao máximo para a construção e intensificação da democracia interna, com abertura de espaço para a militância nos mecanismos decisórios do partido e a normatização da participação nesses espaços. Como você vê esse processo? Houve avanço? Como intensificar essas ações, no seu entendimento?
Como já disse, os mecanismos que criamos para punir quem não nos representa condignamente, especialmente no Congresso, são um fator de segurança não só para o partido, mas para o país. Esses mecanismos advieram de um debate amplo, que, de fato não terminou e nunca deve terminar. Já que é orgânico, um partido deve sempre estar se discutindo.

É claro que isso nem sempre é fácil. O Projeto Grito do Gladiador, por exemplo, é uma boa idéia, mas de difícil implementação. Nas turmas que participei, tentando reter o Novato no jogo, sempre era uma minoria quem interagia. Assim, imaginar que o processo democrático vai atingir os mais de quinhentos membros do partido é apenas um sonho, pois a maioria prefere simplesmente não participar. O que fazemos, hoje, é o melhor possível, dentro da realidade que se apresenta: dar voz a quem quer falar.

Rex, o que é a ARENA para você e, mais que isso, no que podemos contribuir de fato para o crescimento do país? Qual o recado você daria para as novas gerações do jogo, que estão entrando agora e porque esses deveriam, na sua opinião, engrossar nossas fileiras?
Ao lado do FODACE, a ARENA e o grupo de pessoas que dela faz parte são as únicas coisas que me mantêm eVivo. Apesar da RL cada vez permitir menos o luxo desse prazeroso convívio, o partido é um grande canal para aproveitarmos a comunidade. Se você é novato, experimente a ARENA. Participe um pouco, converse com as pessoas e verá que logo terá seu merecido espaço.

O que vale a pena no eRep é a interação. Isso aqui é uma Rede Social com roleplay de jogo de fundo, então não há o menor sentido em jogar sem a imersão na Comunidade. Fica chato demais. A ARENA oferece essa oportunidade, para todos, com o “bônus” de ser o maior partido do eBrasil e garantidora da estabilidade política. Por que não defender o eBrasil e, no processo, fazer alguns bons amigos?

Obrigado pela entrevista, meu caro amigo!