O Jacobino: A Pontaços de Lança até o Atlântico!

Day 1,249, 17:57 Published in Brazil Brazil by Mahdi Cleitus
Meus caros amigos,

O ser humano é um bicho simbólico, antes de qualquer outra coisa. Do berço ao túmulo, nos agarramos aos símbolos como náufragos em pedaço de isopor. E mais: sem eles nos desumanizaríamos num estalar de dedos. Por um ou outro símbolo se degolam criancinhas, queimam cidades e outras coisitas mais. Então, tenho que reiterar, como recurso lingüístico: somos mais simbólicos que sotaina em quaresma.

Pela manhã, montei no meu cavalo metafórico e fui pelear contra os polacos no Rio Grande do Sul. Nada mais justo. Afinal, onde mais um brasileiro (no caso também um ebrasileiro) poderia pelear com polacos? No norte do Brasil, quero crer que o único polaco possível seria o Papa João Paulo II, aquele que disse que Deus é carioca. Ou o Lato, pra quem é mais velho como o degas aqui e se lembra da Copa de 1982. A melhor seleção de todas e perdemos. Ganhamos depois, com outras tão e outras que resvalavam na mediocridade. Coisas da vida. Não se pode ganhar todas, diz o adágio popular. Mas há que se pelear com devoção, acrescento eu.

Como ia dizendo, montei no meu xucro metafórico e pulei de Minas para pelear poloneses no Rio Grande. Tenho cá comigo que a reação vai brotar do Rio Grande e, mais cedo ou mais tarde, vamos expulsar os polacos na ponta da faca e com a taca no lombo. E quero crer vai começar no Rio Grande, é preciso reiterar. O amigo leitor haverá de perguntar: Por quê? Porque somos simbólicos, diria eu com a calma compulsiva que leva ao andor ou ao hospício.

Aguentamos o norte, tudo bem. Suportamos (e já estamos pondo os pés lá de novo) o centro-oeste, e por aí vai. Mas o Rio Grande soa como afronta, antes de qualquer coisa. Até porque para boa parte dos ebrasileiros, o Rio Grande seria o bastião final da resistência, nosso Alamo, nossas termópilas e por aí vai. E resolveram, meio que no deboche, quero crer, dar aquele tostão no músculo da coxa. Aí, meus caros, a coisa ficou diferente. E, pode ser impressão minha, mas já ando vendo um esgar no rosto de cada ebrasileiro...

Um abraço fraterno,
Mahdi Cleitus