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Confesso que eu acreditei naquela polêmica toda sobre o Ed Motta e talz, em relação aos “pedreiros que vão ao show dele, que falam um inglês muito mal e ficam pedindo pra ele cantar em português…

Claro que, pensando melhor sobre aquilo tudo, chegamos à conclusão que tudo não passou de uma jogada agressiva de marketing, mais puro e simples marketing. Não que ele esteja certo, claro… mas que o episódio alavancou a sua turnê, músicas e o próprio Ed Motta, isso é inegável.

Já que o músico multifacetado não gosta – teoricamente – de tocar clássicos conhecidos do público como “Manuel”, “Fora da Lei” e “Colombina”, decidi apresentar o lado B do cantor, especificamente no disco AOR, divulgado em recente turnê – e ironicamente ouvido em português.

O álbum já começa com o “mais do mesmo” do Ed Motta: Uma introdução enfadonha e um metrônomo batendo de fundo, que dura uns 30 segundos; em seguida é somente voz baixa e sussurrada, que cai muito bem em um jantar da classe média alta, talvez.

O disco inteiro, em síntese, fica na pegada “Antena 1″ – até mesmo pensei que os primeiros segundos de “Episódio” fosse a vinheta da rádio – com teclados suaves, um sax de fundo e até o direito a trechos em espanhol (como a brega “Latido”).

AOR, a música que dá nome ao álbum, tem 23 segundos. A sigla, aliás, significa um formato de rádio FM focado na execução de faixas, pensando no álbum em que elas estão inseridas, não fugindo do contexto musical do mesmo.

Aliás, essa pegada smooth jazz que o Ed Motta insiste em fazer é pra esse público mesmo que ele pede nos shows: tiozões que acordam, vestem o roupão e pantufas e tomam um café da manhã recheado de frutas secas.

Ainda preferia a fase de “Colombina”, que embala tanto nossos Carnavais. Ah, mas Carnaval é coisa de pedreiro…