[MDS] Entrevista a Lucifell, comandante dos Havoc legion e Ex-CP

Day 2,426, 15:50 Published in Portugal Portugal by Ministerio da Educacao ePT



Hoje entrevistamos o comandante dos havoc legion, ex-CP e congressista de Portugal! Esperemos que gostem.

Estamos aqui com o comandante dos Havoc Legion.
- Estamos mas estimem bem, que a idade já vai andando mais depressa do que gostaria ok?

Conta-nos um pouco dos teus primeiros passos no eRepublik.
- Os primeiros passos foram dados em Agosto de 2008, ainda o jogo estava numa versão beta, mas já havia um canal de irc, na altura na PTnet, em que a comunidade portuguesa se reunia e criavam um grupo de jogadores que definiam e falavam da atualidade no jogo. Na altura, só se entrava por convite e eu recebi-o e decidi dar-lhe uma oportunidade para ver até onde o jogo podia ser divertido.
Não me posso queixar até do quanto já me diverti no jogo, mas também tenho de dizer que ao longo do tempo o divertimento foi sendo reduzido, porque as alterações que foram fazendo ao jogo, foram potenciando a ascensão de outro tipo de jogadores, que se financiavam com dinheiro real e que reduziam assimetrias pelo gasto de dinheiro real.
Tal como agora, também na altura se procuravam fazer escolhas da forma como evoluir no jogo. O módulo económico era de longe o que mais me atraía, e ainda hoje é, com a diferença que a economia já não é tão sustentável ou atrativa como antigamente, apesar de haver menos pessoas na altura, havia outras formas de o regular e permitir que as pessoas que saibam ser empreendedoras, recrutar trabalhadores que tinham a produção mais alta ou o hábito de trabalharem todos os dias, entre tantos outros factores que hoje em dia se encontram praticamente anulados.
Assim o meu primeiro ideal a atingir, numa altura em que Portugal precisava de empregar, de investimento, foi de criar empresas, gerar riqueza, dar empregos a salários mais atrativos e permitir ganhar espaço nos mercados, expandir e por aí em diante. Posteriormente havia também orgs onde o tecido empresarial estava concentrado, onde se podiam depositar em contas separadas fundos, com diversos tipos de moeda, etc…
Os meus primeiros passos não têm nada a ver com possivelmente mais de 90% dos jogadores da atualidade, mas nem por isso deixam de ser os meus, de valer o que valem, de trazer boas recordações e de me fazer suspirar com o desconhecimento de tanta gente de uma vertente do jogo que tinha outras alternativas que hoje em dia só existem na teoria.

Hoje, ainda apostas tanto no módulo económico como antes?
- A economia já não está como antes, portanto investir como antes é carta fora do baralho. O jogo não está entusiasmante para o nível económico aliás até pela forma como o jogo tem fornecido promoções e competições é tudo praticamente virado para o módulo militar. O módulo económico é aquilo que todos reconhecem que devia ser mexido que funcionava muito melhor no passado e que por uma questão de ter gerado uma sustentabilidade global acabou por ser mudado e terminado com as hipóteses que os novos jogadores tinham de crescer rapidamente neste módulo. Por esse motivo tenho evitado investir como dantes no módulo económico. Ainda tenho esperança que este aspecto do jogo seja melhorado e apoiado de forma a que quem é verdadeiramente um vidrado na economia e nos jogos de procura e oferta possa mostrar as suas skills. O tempo o dirá...

Se fosses o Plato, o que é que mudavas no módulo económico e quais os efeitos pretentidos com essas mudanças?
- Vamos lá ver… a questão não é simples e penso que isso exija primeiro explicar o “porquê”?
O jogo vive de receitas porque por trás dos desenhos bonitos, está uma empresa de seu nome Battle Labs que se esforça por manter os postos de emprego e de gerir uma comunidade virtual que gaste dinheiro no jogo para poderem continuar com esta ideia.
No entanto, o jogo para quem lá anda e pensa também na componente do divertimento rapidamente dirá ao lutar que se pode divertir mas não pode dizer que possa propriamente enriquecer pela exploração de mercados devido às limitações de cada regulação de impostos sobre a economia e sobre as limitações de acesso a mercados.
O caminho teria de passar pela (re)introdução de bots, que permitisse aos jogadores terem algumas garantias de escoar de produtos, de angariação de moeda e possíveis reinvestimentos. Para um jogador que não compre gold, atingir um objectivo humilde de ter uma empresa de armas ou comida Q7 é absolutamente complicado sem ter uma legião de clones ou de referrals que chutem gold por dia como se fossem esmolas para a santa casa da misericórdia.
O jogo não tem de ser perfeitamente equilibrado mas tem de potenciar a quem souber aproveitar as oportunidades de lá chegar eventualmente. Juntar 1000g é uma coisa custosa para quem começa o jogo e sem comprar gold estará sempre limitado a procurar atingir essa quantia em alguns anos…
Haviam empresas que podiam ser instaladas em diversas regiões, que podiam beneficiar de bónus diversos, que não se “colavam” à nossa nacionalidade, porquê? Porque são estruturas materiais, não são carraças para andarem às nossas costas sempre que mudamos a bandeira que temos atrás do nosso nome.
É uma questão de princípio que deixou de ser respeitada em prol de um módulo eminentemente mais evidente (militar). Criar empresas diferentes, criar sociedades por quotas onde possam ser unidos esforços,para haverem maior capacidade de produção e gestão de um tecido empresarial real sob uma estrutura de accionistas, gestores, etc.
Novas ferramentas de intervenção no mercado, novos instrumentos de influência por parte dos estados, até por voltar a implementar o critério de skill de trabalho para gerar procura e oferta, não criando 6 ou 7 pois isso gera confusão e caos global, mas 3 ou 4 seria ideal pois criaria um ecossistema de sustentabilidade a médio prazo e os mercados iriam ajustar-se, os salários iriam subir muito naturalmente, porque garantindo que o mercado teria instrumentos de regulação pelos bots permitiria que os salários subissem em busca dos trabalhadores mais assíduos e skillados, com todos os demais efeitos. Enfim é uma visão mais intervencionista e de multi-opções que não restringe o jogador mas sim permite que o $ que tem possa ser empregue de diversas maneiras, todas com hipótese de enriquecer se bem aplicado.

Fala-nos um pouco das tuas viagens, foste para que país, fazer o quê e como correu?
- Sempre estive em Portugal durante anos e anos de jogo. Enquanto cá estive também não me consegui dissociar da atividade política, económica, e militar.
Sei que é certo que não podemos afastar de todas as vertentes ou ficaríamos sem qualquer objecto para continuar o jogo. Então decidi manter-me na vertente militar pela história e amor à camisola por uma unidade militar, que embora não tenha sido apenas criada ou pensada por mim, manteve-me sempre junto a ela e aos seus ideais.
A vida profissional exigiu cada vez mais tempo, como exige ainda de momento, o que perante as exigências da comunidade em ter líderes ativos, não me era possível manter tal fasquia. Assim ficou a curiosidade de emigrar, conhecer outros povos, conviver com eles no dia-a-dia, sem obrigações nem responsabilidades acrescidas. Ir para um País que simultaneamente eu simpatizasse e que ao mesmo tempo me deixasse ir integrando uma comunidade ao ritmo que me fosse conveniente. O Japão acabou de ser o melhor dos dois mundos que referi anteriormente e lá fui eu dar um pouco de descanso à minha cabeça e permitir desfrutar do jogo de uma forma que até então nunca o tinha feito, sem a seriedade que teve até então. Conheci muita gente, aprendi muito também até com pessoas de quem não havia qualquer expectativa e isso fez-me muito bem.

Retornaste a Portugal porquê? Estavas cansado de estar no Japão ou tiveste saudades?
- Tudo o que tem um início, tem um fim. Ir para o Japão era apenas temporário, era focalizado em apanhar um pouco de ar, desligar-me das constantes que durante anos estiveram a meu cargo, ou às minhas costas. O Japão pouco tempo antes de sair de lá tinha conseguido objectivos bem ambiciosos. Como ganhar uma guerra directa contra Taiwan que era bastante superior a nível militar, e permitir o que em cerca de 1 ano não acontecia: unificar o Japão. Gostei de fazer parte da história desse País e contribuir no que era e ainda é na minha óptica uma causa nobre.
O Japão por muito “pequeno” que seja, tem aspectos bastante peculiares que em certos casos podem até ser bastante admiráveis. Por um lado tem uma multiplicidade de nacionalidades como seus “nacionais” e que defendem um misto do seu amor pelo Japão e o seu amor pela sua nação na vida real. Célebre será o mítico confronto entre os Sérvios e os Húngaros. Por outro lado, uma grande capacidade demonstrada de união em tempos de guerra e de cheque à soberania nacional, como samurais equipados e prontos para dar o que tinham pelo pequeno País no eRepublik. As divergências não interessavam, e em batalhas eram capazes de aparecer jogadores dispostos a doar ao Governo 100.000 de moeda para ajudar a subsidiar dano e a equipar os nacionais além de distribuir a mercenários.
Por fim, tentando ajudar o País em dar um passo mais em frente, as lutas pelo poder em questões que tornavam o bem estar do Japão num assunto acessório, fez-me perceber que era a minha hora de partir… e assim foi.

Comandante dos Havoc Legion, de onde surgiu esta ideia, quais eram os objectivos e expectativas iniciais, o que prevês para o futuro?
- A ideia surgiu de duas mentes, a minha e a do ViolentReaction. Portugal tinha uma crise grave em mãos, a defesa do País estava completamente dispersa, não havia uma força militar nacional, e o Governo dependia exclusivamente das unidades privadas. Portugal estava ocupado pela Espanha e numa guerra que não seria fácil para vencer (apesar de na altura não existirem divisões de combate consoante o nível do jogador, a população lutava no mesmo campo de batalha como um só). Nessa altura o jogo possibilitava que as comunidades que mais organizadas fossem obtivessem melhores resultados, as nações mais pequenas equilibravam-se em dar o dano nos momentos em que ele era mais necessário, subjugando nações com o dobro ou triplo de população mas sem capacidade de organização e aproveitamento da sua superioridade numérica.
Os Havoc Legion sempre tiveram por base a mesma idéia: servir Portugal. Essa ideia nunca mudou desde a nossa origem. Pode ter mudado o número de soldados que temos, pode ter mudado as regras do jogo em relação aos combates ou à forma de combater, podem ter incluído combates de guerrilha, airstrikes e outras coisas como defense shields, mas servir o País continuou a ser uma preocupação constante.
A par dessa missão, subscrevemos outra na nossa mente e nos nossos atos: formar os soldados, educá-los, dotá-los de meios e de conhecimentos bastante sobre o módulo militar de forma a que tirem o gozo do jogo como achamos que este deve ser, evitando imiscuir em áreas do jogo que não nos dizem respeito como o módulo político ou económico. Julgamos ter conseguido tal meta, e ter dado a liberdade de expressão e opinião a todos dentro da nossa unidade militar, onde discordar não é nenhum problema nem alvo de punição, onde as coisas são feitas por uma razão e que as pessoas são livres de entrar e sair do nosso grupo e da nossa pequena “comunidade” sempre que o entenderem.
Tivemos o prazer de ter grandes figuras lusitanas nas nossas camadas jovens, na nossa academia e nos nossos regimentos que posteriormente quiserem também eles abrir portas com novas identidades militares com os seus objetivos e com as suas agendas. Sempre o fizemos e vamos continuar a dizer: boa sorte para todos, quando precisarem ou quiserem voltar, estamos cá como sempre estivemos.
Por fim, considero que o futuro faz-se das nossas gentes, das nossas conversas, das nossas atividades individuais e coletivas, é essa a magia do jogo (se é que ainda existe). Temos apostado nos nossos meninos, em ajudá-los de forma mais sólida e consistente, recrutando por convite todos os que manifestam o interesse em vir para cá, em cumprir os requisitos e desfrutarem do que temos para eles. Esperamos que possamos continuar na nossa linha de convicção, será certamente um bom sinal de que algo estamos a fazer bem, se continuamos a crescer como temos feito.




Obrigado ao 4tires pela entrevista,
O MDS e vMDS,
Mister Fiambre e Goldpito[/i]