Eleições para o Congresso: Crónica de uma Morte Anunciada

Day 2,744, 09:27 Published in Portugal Portugal by Psychosis


Não irei perder muito tempo com palavras vazias, o eRepublik já é oco o suficiente que mais parece um canal generalista ao domingo.

Surgiu-me uma coisa que, inicialmente, acreditei ser um furúnculo pustulento, mas, não, não era. Era uma ideia.
Enquanto dominava ferozmente a minha dama no leito conjugal, retardei o meu fluxo piroclástico pensando no eRepublik. Tornei-me, de imediato, num eunuco, que o eRepublik mexe menos que o cadáver da Maddie.
Pensei para as minhas meias com raquetes sonolentas: seria pertinente passar os olhos por dois aspetos relativos às eleições para o congresso: debruçarmo-nos sobre os resultados deste mês; fazer uma reflexão diacrónica das eleições para o congresso no que diz respeito ao período que abrange 2012 a 2015, traçando um paralelismo.

Começando pela primeira parte do estudo empírico, passemos, então, ao que importa (neste momento ainda cogitei colocar aqui uma imagem com glândulas mamárias tenras e injectadas, que é a única coisa que efetivamente me interessa): após as eleições de ontem, eis os resultados finais:

Uau.
Ninguém estava à espera destes resultados.
Que sensacional.
Magnífico, pois.
Deveres interessante.

Isto pouco nos diria, contudo, se fizermos uma recolha da intenção de voto destes últimos cinco meses (janeiro até maio), dá para apresentar um gráfico miseravelmente sofisticado, ainda assim, um cujas cores criam a impressãozinha de que é retirado diretamente do Bloomberg e, por isso, tenho de agradecer ao Novas Oportunidades esta tão útil ferramenta que me permite fazer gráficos para publicar no pior jogo da internet.


De um lado, temos o domínio no Congresso do P.O.R.R.A.D.A., que continua claro e inquestionável (apesar da ligeira quebra na intenção de votos nos meses de março e abril), do outro, olhando friamente para os dados, é ainda evidente a ascensão meteórica do Anonymous Portugal, conseguindo tornar-se este partido, em apenas dois meses, no segundo com maior representatividade no Congresso.
Porém, nestas últimas eleições (maio), o Ministério da Magia passa a reclamar para si essa posição, assumindo-se como a segunda força partidária de ePortugal, numa subida que só poderá ser atribuída à fecunda atividade e dinamismo do mesmo nos últimos meses.
Do outro lado da barricada, surge a opção de voto no Partido Comunista ePortuguês, que sofreu um ligeiro declínio (sendo, neste mês, apenas a quarta força política no Congresso), se bem que não tenha sido uma quebra acentuadíssima (pouco mais de 3% desde janeiro).

Destas ligeiras oscilações que envolve estes últimos três partidos citados, depreende-se que se tornou muito mais complexo e competitivo o ambiente partidário neste espectro do quadro eleitoral.

De notar, ainda, que o Mitrosoft continua a ser o último partido representado no Congresso, um que, não obstante a perda que se registou de janeiro a abril, consegue voltar a crescer nestas eleições.

No seguimento desta recolha de informação, quanto ao número de votos válidos registados, eis a distribuição destes últimos cinco meses:


No cômputo geral, há uma ligeira diminuição do número de votantes (que será sintomática do progressivo abandono do jogo, como se verá mais tarde), porém, torna-se mais interessante refletir acerca das oscilações interpartidárias:

- O P.O.R.R.A.D.A., que tinha perdido cerca de duas dezenas de votos (apesar de manter, se observarmos o gráfico anterior, a hegemonia no Congresso) entre entre janeiro e abril, aparece agora readquirindo a confiança de mais alguns eleitores;

- O Ministério da Magia mantém uma ala de fiéis simpatizantes, que tem vindo a crescer nos últimos meses;

- O Anonymous Portugal surpreende por ter conseguido angariar, em tão pouco tempo, mais de 50 votos; perdeu, porém, 11 nestas últimas eleições (a que a luta interna pelo poder não poderá ser totalmente alheia).

- Já o Partido Comunista ePortuguês tem caído na intenção de voto (a diminuição da atividade fora do ambiente interno do partido surge, a meu ver, como um dos fatores mais preponderantes).

- O Mitrosoft subiu ligeiramente nestas últimas eleições, mas ainda bastante distante dos resultados obtidos em janeiro (menos 17 votos).



Todavia, a verdadeira imagem do jogo e das eleições para o Congresso só existirá se se traçar um paralelo entre o número de eleitores votantes ao longo dos últimos 4 anos (2012-2015), num período que abrange janeiro a maio, visto que só assim teremos uma imagem abrangente da decadência ou da vitalidade do módulo político-partidário (e do eRepublik em si).


Como se pode facilmente deduzir pelos dados colhidos, há um padrão sazonal de (in)atividade ao longo destes meses, porém, mais grave é a indubitável certeza de um jogo que, nos últimos 4 anos, - se compararmos o mesmo mês de maio - foi perdendo gradualmente mais de 100 eleitores/votos, havendo uma abissal discrepância de menos 410 eleitores/votos (cerca de 60% dos votos!) em 2015 face ao mesmo mês em 2012.
Em suma, cada um que faça a leitura que quiser, no entanto, o módulo político parece – irremediavelmente – destinado ao abandono e à decrepitude.

É a crónica de uma morte há tanto anunciada.


Post scriptum: este artigo está prenhe de ideias fáceis e de leituras trogloditas; não me apeteceu perder tempo a urdir reflexões marcelorebelosousistas.


Beijos e abraços e carícias.
Dos Confins do Submundo.
Psychosis