[TDB] - Entrevista com ex-CP Frade Eremita

Day 2,642, 10:40 Published in Brazil Croatia by Viktor Chavalier


13 de Fevereiro de 2015
Sexta-Feira, Viktor Chavalier como editor.

Após uma longa conversa com o ex-CP Frade Eremita, conseguir reunir um bom material para uma entrevista que tenho bom gosto em lhes redigir neste artigo.

Frade Eremita foi CP do eBR por uma coligação entre Fenix e Arena, seu governo foi alvo de muitas criticas e também de elogios, O ponto fraco de seu mandato foi a "inatividade" que Frade virá a explicar nesta entrevista os motivos plausíveis.



Um país que vive no passado não aprende a lidar com as inovações da sociedade moderna.

É preciso ter força e competência para liderar uma nação, mas, mais que isto é necessário uma mente aberta e evoluída do individuo, a destreza de saber lidar com assuntos mais delicados e comporta-los prol a nação.

Um CP é mais que apenas um cargo político, ele é representante de uma Nação que esta pronta para lhe ouvir, opinar e criticar quando preciso for.

Um país se mantém unido não pela igualdade de pensamentos, pois todos possuem interesses e opiniões diferentes, um país mantém-se unido quando á um objetivo concreto a seguir.




Seu mandato como CP do eBR teve muitas criticas e até hoje é alvo de indignações, o que você diz sobre isso?

Não tenho nada a dizer sobre a indignação alheia - que qualquer pessoa sensata chamaria de "dor de cotovelo".

Foi um mandato excepcional, sobretudo pra alguém que não tinha qualquer experiência com a dinâmica do jogo. O Brasil terminou muito melhor do que começou, e o único saldo negativo foi o ego ferido de algumas pessoas.


Segundo informações e Boatos durante seu mandato o Brasil afastou-se diplomaticamente de Portugal, por quê?

Nos afastamos diplomaticamente de Portugal por razões extremamente óbvias. Nos primeiros dias do governo, passada a ameaça (até então, existente) de um AS croata que não se concretizou, debatemos com a Argentina e a Sérvia alguma guerra em conjunto; o CP sérvio, então, nos propôs dividirmos a Venezuela, com dois ou três territórios para os sérvios, com o fim de completar bônus 10/10. A Argentina não participaria desta campanha, senão dando apoio caso eventualmente, por conta da ação, viesse a estourar um conflito com o Chile.

No mesmo dia, informamos conjuntamente a Asteria de nossos planejamentos. Logo depois, fomos procurados pelo então CP de Portugal, MadDealer, que nos informou que Portugal pretendia atacar a Venezuela, e nos questionou se teríamos interesse em participar da partilha. Uma vez que nos comprometemos com os sérvios, explicamos toda a situação e nos prontificamos a dividir a parte que nos cabia com os portugueses, com a anuência da própria Sérvia: partilharíamos os quatro ou cinco territórios que nos cabiam com Portugal. Não obtive resposta firme de MadDealer, que tornou a conversa evasiva depois de ser informado.

Fomos surpreendidos, imediatamente depois, com o NE português na Venezuela. Foi um ato totalmente sem-caráter, por parte do governo português, e que nos deixou perplexos. Em vez de aceitarem a proposição de partilharmos a Venezuela, decidiram os portugueses agirem sozinhos, à revelia do Brasil e da Sérvia, então considerados "seus aliados". Inclusive, a intenção de atacar a Venezuela se deu, certamente, depois de conhecerem os planos sérvio-brasileiros, através da aliança. Extremamente bizarro, extremamente ridículo.

Não nos restou qualquer opção além de comprar a briga com Portugal - briga que compramos em conjunto com a Sérvia e com a Argentina. Os portugueses, no fim, foram obrigados a ceder, e a partilha da Venezuela foi feita conforme anteriormente propusemos, com o ônus da participação do Peru.


O que você pode nos dizer sobre seu desentendimento com o Governo Português em seu mandato, poderia ter prejudicado a relação entre os dois países?

Se o desentendimento prejudicou a relação entre os dois países? Com absoluta certeza. Mas, isso não se deu por inabilidade diplomática brasileira, e sim pelo comportamento bastante desonrado do então governo português.

O único erro do Brasil, durante toda a questão com Portugal, foi quando - de forma bastante imbecil - ameacei assinar MPP com a Venezuela e setar ordens a favor da Venezuela, aquando do estouro da bomba do NE português. Agi de uma forma bastante infantil e errei muito ao fazê-lo, não tenho dúvidas. Mas, isso não tira o demérito de Portugal, e nem retira do meu governo o bônus de ter feito o acordo e ter saído com territórios a mais.

Francamente, o Brasil nunca deveria pedir desculpas por algo que é de culpa exclusivamente da inabilidade diplomática dos portugueses em negociar e assentir com o bem de toda a aliança.


Em sua opinião quais foram os pontos fortes e fracos de seu governo?

O ponto forte do meu governo foi ter cumprido a promessa de devolver todos os territórios para o Brasil. Começamos o governo com quatro territórios; durante o governo, recebemos todos os territórios originais de volta, depois de termos negociado com Sir-Algaroth, então CP argentino; tivemos, por um tempo, NLA, do Peru; e terminamos com os dois territórios a mais da Venezuela.

Teríamos feito mais, certamente, se eu fosse uma pessoa experiente e mais madura. Não fizemos, porque eu era um jogador extremamente verde e despreparado pra exercer a presidência - apesar de ter acreditado piamente, antes da eleição, que tinha plenas condições. Mea culpa, mea maxima culpa. Esse foi o grande ponto fraco do governo.

Mas, sinto bastante orgulho do governo, em geral. Apesar da inexperiência toda, da imaturidade política, e de uma certa inabilidade com o jogo, o Brasil terminou melhor, depois da minha gestão, do que antes. Não são todos os presidentes que me sucederam, que podem afirmá-lo.

Um grande fator que me atrapalhou, durante o governo, foi uma prolongada doença. Em junho, tive de ir às pressas pra mesa de cirurgia, por conta de uma hérnia umbilical estrangulada. O saldo dessa hérnia foi um corte grande na barriga e uns 20cm a menos de intestino, que gangrenou. Passei os dois meses inteiros me recuperando. Quando me candidatei, acreditei que tinha a saúde perfeita, e que nem a saúde me atrapalharia no jogo, nem o jogo atrapalharia a minha saúde. Ledo engano.

Durante meu mandato, continuei bastante doente, sempre dando umas sumidas por conta dos problemas de saúde. Isso me atrapalhou bastante, em verdade, e deu condições pros opositores do governo afirmarem que fui um presidente ausente. Isso não é verdade: dentro dos limites, fui um presidente bastante presente e participativo, tendo ficado online a maior parte do tempo possível dos dias, em todos eles.

Infelizmente, os problemas de saúde não passaram no meu mandato. No mês passado, no dia 19, caí muito doente, fui parar no hospital, e descobri um abscesso gigantesco no mesmo lugar da cirurgia passada. Fiquei um tempo razoável no hospital, e só tirei os pontos da cirurgia anteontem. Não cito isso esperando comoção, nem nada: é só pra explicar que os sumiços não se deram por irresponsabilidade, e a saúde continuou me atacando por muito tempo, ainda, até finalmente se resolver.


Você acha que poderíamos mudar alguma coisa na política interna e externa do nosso país?

Na política externa, não penso que há o que mudar. Temos os aliados certos, os amigos certos, e estamos do lado correto. Porquanto estivemos na SIRIUS, fomos tratados como um país de terceira categoria, e não encontramos qualquer apoio pra voltarmos a ter nossas regiões originais. Entrementes, assim que retomamos a parceria que antes tínhamos com a Argentina, passamos a reconstruir uma relação sólida, com respeito e amizade. Encontramos isso, também, por parte de quase toda a Asteria/Leto.

O único acerto de ponteiros na política externa que deveríamos ter, como bem pontuou o MoFA atual, é com o Peru. O Peru deve muitos favores ao Brasil: muito recebeu, mas pouco tem dado.

Quanto à política interna, não há muito o que mudar, não. Cada partido cumpre bem o papel para o qual foi concebido, pra mal ou pra bem.


Você pretende se candidatar novamente a CP do eBR, se sim por quê?

Pretendo, sim, algum dia. Pra poder fazer um governo infinitamente melhor do que eu fiz e acertar em cada ponto no qual errei.

Mas, definitivamente, algum dia não é agora. O dia, certamente, será quando tiver mais tempo, perfeita saúde, e uma equipe qualificada, além de mais maturidade e experiência. Ou, se alguma urgência surgir, como nas condições em que me candidatei.

Só fui candidato, em verdade, porque o meu concorrente era a criatura mais sem-caráter e desprezível do Brasil. O país julgou que um candidato inexperiente era melhor do que um candidato imundo. Acredito que, no final das contas, deu mais certo do que daria nas mãos do adversário derrotado.


A alguma coisa que mudaria no seu governo se tivesse a oportunidade de voltar atrás?

Eu mudaria quase tudo. Teria escolhido, certamente, uma outra equipe; teria tido outra conduta política com a oposição, adotando um diálogo mais respeitoso e calmo; e teria me focado menos em coisas pequenas, e mais em questões mais sérias - conforme não julguei à época, por falta de maturidade e experiência.

Mas, o principal ponto é este: teria agido de forma infinitamente menos arrogante e prepotente. A arrogância e prepotência, e as consequências dela, durante o governo, são coisas que levei pra vida, para saber como nunca mais agir.

Não fui um CP qualificado como o Brasil merecia. Embora tenha feito um governo razoável, e um pouco melhor do que a maioria na minha sequência, não fiz um governo à altura do que o país espera de qualquer presidente. Mas, fui o que havia à disposição.

Mas, não teria dado um passo atrás, quanto à Venezuela. O único erro, em toda a questão portuguesa, foi ter ameaçado setar ordens em favor da Venezuela. Mas, isso é ínfimo, quando comparado com a canalhice feita pelo então governo português, além de ter sido uma reação bastante proporcional.


Algumas pessoas dizem que durante seu governo o [MF] Passou por sérios problemas, inclusive desvio de dinheiro... O que você diz sobre isto?

No meu governo, o MF não teve problema nenhum. O Haakon, inclusive, foi um ministro muito bom, do começo ao fim do mandato. Jamais poderia pressupor que ele, que foi um ministro dedicado, ativo, e que fez um trabalho excelente - comparável, talvez, só ao do Thiago Flores Sum, durante o último governo Lutzein/Paul Warfield.

O roubo de dinheiro se deu no governo subsequente, do lkardos0, e não no meu.


Dentre todos os teus Ministros na época á algum que você achou excepcional na funcionalidade de seu governo e para o país?

Excepcional foi a atuação do Zetyro, MdC (feito às coxas, porque dois MdCs desapareceram); e muito boas foram as de lkardos0, MoFA, e Sir Greg. O Haakon, também, foi uma revelação excepcional, como MF - só fiquei chocado ao descobrir que o bom trabalho, durante o meu mês, se transformaria num furto imenso, no mês seguinte. Dos três últimos, não tenho do que me queixar, além de fazer uma ou outra pontuação: fizeram um trabalho bom, inclusive tendo aceitado a tarefa de trabalhar sem ter a mais excelente das relações com o CP.

A lista de pessoas a me queixar que compuseram meu governo, entretanto, é enorme. O primeiro de quem me queixo, aquele que está no topo da lista, sou eu mesmo.



Obrigado pela entrevista concebida ao The Daily Brazil, por favor deixe um comentário aos Leitores.

Não tenho muito a dizer. Agradeço a paciência e o interesse de todos os que leram a entrevista, e desejo que Deus os abençoe.