[Portugal Unido - Artigo Nº319] - Opinião: Liberdade e a Democracia
Alvaro Cunhal
Hoje, dia 25 de Abril, é conhecido como o dia da liberdade em Portugal e noutro país (que não me recorda) que por ironia do destino fez a sua revolução no mesmo dia e mês.
Será este o dia de festejar a liberdade ou de lutar por ela como à 4 décadas?
Salgueiro Maia, possivelmente o mais conhecido dos revolucionários, disse: "não se preocupem com o local onde sepultar o meu corpo. Preocupem-se é com aqueles que querem sepultar o que ajudei a construir".
E a realidade é que hoje em dia temos um Presidente com muitas ligações ao estado novo e tivemos um outro, até à poucos meses, que fez mesmo parte desse sistema de repressão. Diria um filosofo: "toda a prepotência conta com a indiferença dos cidadãos. A indiferença sempre foi uma aliada das ditaduras, a indiferença nega o que à de melhor nas pessoas, a coragem. A indiferença não tem a estética da heresia. A indiferença é o peso morto da historia."
Pensar que a democracia e a liberdade são um facto adquirido demonstra ser uma terrível falácia. Os últimos 6 anos demonstraram a facilidade com que um grupo chegar ao poder e atentar contra a maioria e destruir o sonho de Abril.
Costuma-se dizer que a história é feita por três versões, a minha, a tua e a realidade. A nível de geopolítica temos três versões também: a dos vencedores (a que impera), a dos vencidos e a real.
Diariamente assistimos a terríveis atentados contra o estado de direito. Tivemos um governo passado que achava que Angola era a solução de todos os problemas e com negócios ruinosos para o país deixou entrar capital angolano. Ironia do destino hoje, a União Europeia quer fazer precisamente o contrário. Mais do que a proveniência dos capitais foi o papel de Portugal nestes negócios. Conseguiu negociar com países que não respeitam os mais básicos direitos humanos em troca de dinheiro sujo e corrupto. Quando um país atinge este nível, a imagem externa não pode ser boa.
Napoleão dizia que o exército é uma nação sem nação e através dele espalhou alguns ideais que existem hoje em dia na nossa memória mas não são praticados. Acreditar que o bem da minoria é o bem da maioria é notoriamente falso e a qualidade de vida das populações recente-se. Vários são os processos a decorrer onde todos sabemos o seu fecho: impunidade. Eu sei que a partir do momento em que começamos a viver em sociedade e surgiu a necessidade de haver um órgão - a justiça - que tornasse a vivência em comunidade possível não se estava a pensar que este fosse justo, apenas que funcionasse. Mas todos os indivíduos quando enfrentam o estado - entre o estado e o individuo à regras que vêm do liberalismo clássico, da revolução francesa - têm direito a um processo justo, equitativo. "O Estado é uma instituição, que nós indivíduos, transferimos o monopólio legitimo do uso da força."
Achei extremamente interessante e decidi partilhar convosco.
Comments
Excelente complemento ao meu artigo! 🙂
Well done monsieur
"Hoje, dia 25 de Abril, é conhecido como o dia da liberdade em Portugal e noutro país" o outro é a Itália
"Conseguiu negociar com países que não respeitam os mais básicos direitos humanos em troca de dinheiro sujo e corrupto. Quando um país atinge este nível, a imagem externa não pode ser boa." dizendo isto de Portugal implica a ignorância do que se passa por essa Europa fora onde todos ganham com as guerras por esse mundo fora tanto no vender as armas como no explorar os recursos da terra dos pobres países do "3º Mundo"
Muito bem! Cumprimentos!
Votado e apoiado
Em Abril máguas mil
Trago-as mil
E afogo-as nas mil
Águas das memórias mil
Do martelo e da foice
Foi-se a liberdade e ficou o dia
Do martelo que já não bate
Da foice que já não ceifa,
Da cantiga que já não pia
A não ser naquele dia de Abril
Em Abril máguas mil
E trago-as mil
Afogo-as nas mil
Águas das lágrimas mil
De quem a fome ameaça ser vil
Servil nação onde o pão lê-se sem til.
Lê-se pau.
Dos políticos cara de pau,
Daquele euro que é o dobro de cem paus,
Dos polícias que descarregam o pau,
Num povo agarrado ao pau
Em Abril
Em Abril máguas mil
Trago-as mil
E afago-as nas mil
Águas das caras mil
De quem a luta ameaça-se febril
Fabril nação localizada depois
um "des", lê-se "des"localizada
Das fábricas, das decisões, das divisas
Que se abatem sobre a terra
A (en)terra a quem as cultiva.
Lê-se "enterra" a quem as cultiva
Das couves que são de Bruxelas,
Do alho que é francês,
Do presunto de Bayonne,
Das salshichas de Frankfurt
E um bouquet de flores da Holanda
Para enterrar abril
Em Abril máguas mil
Trago-as mil
E afago-as nas mil
Águas das cores mil
Desse arco-íris pouco primaveril
Das cores que se debotam de significado
Do verde sem esperança debitado no recibos
Num laranja pôr do sol da liberdade
Num rosa anoitecer da justiça
E num vermelho derramar da igualdade
E um azul e amarelo renascer
do patriotismo salgado e azarado
Acinzenta-se o tempo para este 1º de Maio
E rejuvenesce-se a fúria do 10 de Junho
Dum país que cortou os pulsos
Mas esforça-se para erguer o punho
Em Abril máguas mil
Trago-as mil
E afago-as nas mil
Muitas mil que nesse dia
Estarão nas ruas da amargura
Celebrando Abril
https://youtu.be/P52wgFw6YQA
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