[Portugal Unido - Artigo Nº707] - Sabias que? entrevista oposição...
Alvaro Cunhal
Alvaro Cunhal: Eh pah oh fulano de cara tapada que todos sabemos quem és!
Oposição: Eih Cunhal, calma vou-te pedir o anonimato se não tenho medo de represálias por parte do CP.
Alvaro Cunhal: Mas tipo o que?
Oposição: Não sei ... tenho medo que ao dar a minha opinião o Pisco me roube as medalhas como acontece contigo.
Alvaro Cunhal: Ah ok ... és um medricas que andas escondido atrás de um gorro, mesmo todos sabendo quem és, preferes não te revelar, ok pah! Porreiro pah!
Oposição: Sim, sou muito coninhas ... porque se eu não fizer medalhas e como não produzo fico pobre. Tás a ver a cena?
Alvaro Cunhal: Sim... sim... mas então tu és oposição ao que mesmo?
Oposição: Eles dizem que o Pisco é um gajo muito mau e eu tenho de dizer que o Pisco é muito mau! Se não já sabes...
Alvaro Cunhal: Sim, também te roubam as medalhas e choras como um coninhas. Ok pah. Mas então és oposição só porque te mandam não é? Ou tens ideias para o país?
Oposição: Sou mesmo um coninhas, porque toda a gente sabe que o Pisco é o melhor presidente de sempre e ninguém vai fazer melhor do que ele.
Alvaro Cunhal: Mas sabes que se ele um dia se cansa disto ... não vamos ter ninguém a presidente não sabes?
Oposição: Não... porque o pessoal que me manda dar umas postas de pescada vai assumir.
Alvaro Cunhal: Vai assumir? Oh pah a mim nunca me enganaram...
Oposição: Não ... não é isso ... isso são os biscatos deles. estou a falar da presidência, tipo sai o Pisco e entram esses jogadores que frequentemente estão na holanda
Alvaro Cunhal: Ahhhh ok, são os "je suis" holandeses.
Oposição: Sim, são esses. Mas não me denuncies se não eles não me deixam fazer medalhas e tipo ... sabes que eles têm várias contas.
Alvaro Cunhal: Ok pah! Vou só publicar a tua entrevista sem revelar o teu nick.
Oposição: Obrigado Cunhal, sabia que tu me ias ajudar a ser o Rui Pinto disto tudo!
E prontos, foi a entrevista possível à atualidade eRepublicana.
Comments
Hoje vinha salgadinho ou ele comeu ananás?
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Os aduladores são a pior espécie de inimigos.
Tácito
Eu acho muita graça aos teus comentários de que sou isto e que sou aquilo.
Eu sou fiel ao que eu acredito. Sabes bem que sempre apoiei os novatos e nunca lhes pedi nada.
Sabes bem que além dos direitos que eu acho que os novatos têm, ainda iniciei uma batalha pelo direito de igualdade na condição de acesso a apoios sociais dos produtores.
Tudo o resto são fantasias da tua cabeça.
Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.
Janelas do meu quarto,
Do meu quarto de um dos milhões do mundo que ninguém sabe quem é
(E se soubessem quem é, o que saberiam?),
Dais para o mistério de uma rua cruzada constantemente por gente,
Para uma rua inacessível a todos os pensamentos,
Real, impossivelmente real, certa, desconhecidamente certa,
Com o mistério das coisas por baixo das pedras e dos seres,
Com a morte a pôr humidade nas paredes e cabelos brancos nos homens,
Com o Destino a conduzir a carroça de tudo pela estrada de nada.
Estou hoje vencido, como se soubesse a verdade.
Estou hoje lúcido, como se estivesse para morrer,
E não tivesse mais irmandade com as coisas
Senão uma despedida, tornando-se esta casa e este lado da rua
A fileira de carruagens de um comboio, e uma partida apitada
De dentro da minha cabeça,
E uma sacudidela dos meus nervos e um ranger de ossos na ida.
Estou hoje perplexo como quem pensou e achou e esqueceu.
Estou hoje dividido entre a lealdade que devo
À Tabacaria do outro lado da rua, como coisa real por fora,
E à sensação de que tudo é sonho, como coisa real por dentro.
Falhei em tudo.
Como não fiz propósito nenhum, talvez tudo fosse nada.
A aprendizagem que me deram,
Desci dela pela janela das traseiras da casa,
Fui até ao campo com grandes propósitos.
Mas lá encontrei só ervas e árvores,
E quando havia gente era igual à outra.
Saio da janela, sento-me numa cadeira. Em que hei-de pensar?
Que sei eu do que serei, eu que não sei o que sou?
Ser o que penso? Mas penso ser tanta coisa!
E há tantos que pensam ser a mesma coisa que não pode haver tantos!
Génio? Neste momento
Cem mil cérebros se concebem em sonho génios como eu,
E a história não marcará, quem sabe?, nem um,
Nem haverá senão estrume de tantas conquistas futuras.
Não, não creio em mim.
Em todos os manicómios há doidos malucos com tantas certezas!
Eu, que não tenho nenhuma certeza, sou mais certo ou menos certo?
Não, nem em mim...
Em quantas mansardas e não-mansardas do mundo
Não estão nesta hora génios-para-si-mesmos sonhando?
Quantas aspirações altas e nobres e lúcidas —
Sim, verdadeiramente altas e nobres e lúcidas —,
E quem sabe se realizáveis,
Nunca verão a luz do sol real nem acharão ouvidos de gente?
O mundo é para quem nasce para o conquistar
E não para quem sonha que pode conquistá-lo, ainda que tenha razão.
Tenho sonhado mais que o que Napoleão fez.
Tenho apertado ao peito hipotético mais humanidades do que Cristo,
Tenho feito filosofias em segredo que nenhum Kant escreveu.
Mas sou, e talvez serei sempre, o da mansarda,
Ainda que não more nela;
Serei sempre o que não nasceu para isso;
Serei sempre só o que tinha qualidades;
Serei sempre o que esperou que lhe abrissem a porta ao pé de uma parede sem porta
E cantou a cantiga do Infinito numa capoeira,
E ouviu a voz de Deus num poço tapado.
Crer em mim? Não, nem em nada.
Derrame-me a Natureza sobre a cabeça ardente
O seu sol, a sua chuva, o vento que me acha o cabelo,
E o resto que venha se vier, ou tiver que vir, ou não venha.
Escravos cardíacos das estrelas,
Conquistámos todo o mundo antes de nos levantar da cama;
Mas acordámos e ele é opaco,
Levantámo-nos e ele é alheio,
Saímos de casa e ele é a terra inteira,
Mais o sistema solar e a Via Láctea e o Indefinido.
(Come chocolates, pequena;
Come chocolates!
Olha que não há mais metafísica no mundo senão chocolates.
Olha que as religiões todas não ensinam mais que a confeitaria.
Come, pequena suja, come!
Pudesse eu comer chocolates com a mesma verdade com que comes!
Mas eu penso e, ao tirar o papel de prata, que é de folhas de estanho,
Deito tudo para o chão, como tenho deitado a vida.)
Mas ao menos fica da amargura do que nunca serei
A caligrafia rápida destes versos,
Pórtico partido para o Impossível.
Mas ao menos consagro a mim mesmo um desprezo sem lágrimas,
Nobre ao menos no gesto largo com que atiro
A roupa suja que sou, sem rol, pra o decurso das coisas,
E fico em casa sem camisa.
(Tu, que consolas, que não existes e por isso consolas,
Ou deusa grega, concebida como estátua que fosse viva,
Ou patrícia romana, impossivelmente nobre e nefasta,
Ou princesa de trovadores, gentilíssima e colorida,
Ou marquesa do século dezoito, decotada e longínqua,
Ou cocote célebre do tempo dos nossos pais,
Ou não sei quê moderno — não concebo bem o quê —,
Tudo isso, seja o que for, que sejas, se pode inspirar que inspire!
Meu coração é um balde despejado.
Como os que invocam espíritos invocam espíritos invoco
A mim mesmo e não encontro nada.
Chego à janela e vejo a rua com uma nitidez absoluta.
Vejo as lojas, vejo os passeios, vejo os carros que passam,
Vejo os entes vivos vestidos que se cruzam,
Vejo os cães que também existem,
E tudo isto me pesa como uma condenação ao degredo,
E tudo isto é estrangeiro, como tudo.)
Vivi, estudei, amei, e até cri.
Muito bom.
Existe um poema do Nandinho que nunca mais me saiu da cabeça. Vou ver se o encontro.
Não encontrei o poema. Era um em que ele está do lado de fora e vê uma família feliz e diz que não é ele