Um Abraço neste Ponto de encontro!

Day 2,465, 20:58 Published in Portugal Portugal by Lucifel

Aproveitando alguns pedidos que até agora foram feitos nas últimas semanas, tomei a liberdade de me sentar com alguém icónico que dispensou tempo e partilhou algumas memórias importantes comigo.



- Sempre um prazer ver-te!
- Likewise old sport!
- Que tens feito?
- O que tens sabido, pouco mais que isso.
- Presumo que saibas as coisas que acontecem tanto no mundo de cá como de eLá?
- Perguntas retóricas tão cedo?

Sorri por entender que para bom entendedor meia palavra iria bastar em qualquer assunto que suscitasse.
A sua postura havia mudado e estava agora mais relaxado recostando-se ainda mais na cadeira em que se havia sentado fazia pouco tempo. Abanava o seu copo suavemente, aquilo que aparentava ser breve poderia ser conversa para horas e a dedução óbvia que nos assaltou a mente: um copo não vai chegar.
Interrompeu o seu ritual circular perguntando: ePortugal está em forma?
O que entendes por "em forma" - perguntei eu.
- Se continuamos a ser militarmente activos, se contra todas as probabilidades a nossa comunidade sabe ir de encontro ao objectivo mais importante e se nos tempos de maiores dificuldades dizemos ao mundo que vergar a nossa vontade e o nosso espírito são mais difíceis que a galinha perder a cabeça de vez em quando.
- Sim temos actividade militar, até temos bastantes unidades militares. A união não é fácil seja em tempos difíceis ou em tempos de maior prosperidade, os interesses de cada um, de cada grupo e de cada facção estão presentes mesmo que não directamente escarrapachados em artigos.
- Nesse aspecto não há grande novidade então, o que havia era mesmo mais divertimento do que parece haver agora pelo que tenho lido...
- Tens lido?
- Sim sabes que sim, não é preciso comentar, nem vir dizer "votado" para poder estar a par dos assuntos.
- Bom saber, aliás pessoas com a tua história e antiguidade certamente podem ser sempre um bom ensinamento para novos jogadores. Podias ser eTutor!
- Se alguém me perguntar algo certamente responderei, mas não irei recorrer ao típico caminho que tanta vez se vê alguns do costume a tomar, entenda-se: a situação no país fica difícil e lá vão ajudar a endireitar um governo ou a manter a ordem das finanças ou dos compromissos internacionais assumidos no anterior mandato.
- Ainda bem que vão existindo quem possa fazer isso, só prova que Portugal pode ter bons líderes e de reconhecida competência.
- A competência não depende dessas pessoas especificamente, pode ser atribuída a qualquer pessoa que queira de facto construir algo, que assuma a responsabilidade de levar algo até ao fim e não considere como primeira segunda e terceira prioridade o seu divertimento pessoal exclusivamente, aliás estão a jogar com mais pessoas e um jogo solitário é de facto um jogo muito triste diria eu e não trará "frutos".
- Então e os frutos que providência a si próprio?
- São apenas isso.
- "Apenas", mas são defensáveis não são?
- Depende de quem olhe para eles, se for o próprio certamente o serão, se for um terceiro o conceito parece desvirtuar-se consoante a cabeça que o analise.
- Olha que se eu fizer apenas o que me dá na vinheta, eu até posso colher frutos disso, mas isso não significa que tu ou o comum cidadão que passe pelo jogo possa beneficiar daquilo que eu estou a fazer, então quanto mais responsabilidade encerrar em mim, mais impacto terei sobre aquilo que os outros podem ou não fazer, das oportunidades que o País lhes trará ou não.

Entretanto os copos já estavam vazios, a conversa ia longa e entre o pedido do segundo copo, a nostalgia atacou um pouco mais forte, levando a conversa a rumar para o passado ainda mais. As experiências de cada um eram diferentes, quase improváveis de alguma vez se cruzarem, contemplaram essa mesma curiosidade, da forma como a comunidade podia reunir pessoas de diferentes zonas ou backgrounds, com diferentes interesses no jogo e mesmo assim abrir portas que projectos possam ser alcançados em comum.
Aquelas ideias que começam numa bela madrugada, como uma conversa que poderia ser igual a que ocorreu aqui onde vão lendo parágrafo atrás de parágrafo.

- Tivemos de facto um País capaz de fazer frente a Espanha, de igual para igual!
- Ainda temos...
- Se temos não é como tínhamos pois não?
- Não, mas também quem queria um país como tínhamos antes?
- Sabes que era diferente e não era para pior.
- O jogo tinha outras possibilidades para cada jogador novo, o crescimento de cada um na comunidade e a intervenção em combate ou na sociedade funcionava de forma muito mais rápida, as disparidades não eram tantas, e a dependência do visa era menos assistida.
- Bons exemplos de facto, mas hoje em dia não vês ninguém muito preocupado com isso, porque foi o jogo que herdaram, foi assim que começaram, não sabem como era a versão beta ou a V1 pois não? Então não vão poder sentir-lhes a falta, será como se nunca tivesse ocorrido para a esmagadora maioria dos jogadores ainda "activos".
- As pessoas bem tentam recriar esses ambientes até noutros jogos mas isso não foi muito conseguido com o nível de sucesso esperado.
- Não surpreende sinceramente, isso foi chão que deu uvas e que tinha um circunstancialismo próprio e por isso resultou tão bem quando surgiu. Hoje a inovação é bem menor se reparares entre jogos do mesmo estilo, tirando o design pouco mais muda, talvez a época em que se realizam, talvez o nome das estruturas, talvez os awards que um jogador pode ganhar, mas a inovação desceu para níveis mínimos históricos.
- Faz-me lembrar tanto o nosso País e ePaís.
- Não poderia lembrar outra coisa 🙂
- Até podia mas hoje em dia o paradigma é diferente não?
- O paradigma hoje em dia é a ausência de paradigma, é a ausência de pragmatismo e de inspiração para alcançar o bem comum de uma eNação. Estás mais "activo" que eu, sabes o que se passa, tem-se desenrolado semana após semana. Não apenas na área militar, como na política, ela anda aí bem explícita para quem quiser ver.

Sabíamos bem que o passado não voltaria a repetir-se pelo menos não da maneira desejável das boas memórias que tantos cidadãos haviam vivido e talvez por esse sentimento se mantivessem no jogo, nem que de forma inconsciente. A conversa seguia animada, por entre os comentários, surgiam os sarcasmos os sorrisos disfarçados em frases aparentemente convincentes, e o escalar de um pensamento elaborado que a qualquer pessoa pareceria completamente convicto e posteriormente na prática se aplicava como sendo apenas ironia.

- Olha que ainda há bons sinais no nosso País de que as coisas podiam estar piores, tem havido novos jogadores que tem mostrado bastante empenho no que fazem e no que dizem, desde artigos até a comentários no fórum nacional.
- Certo será também que a actividade demonstrada é uma condicionante da falta de orientação que leva a que pessoas sejam mais donas do seu nariz e que opinem muito mais livremente certo?
- Se assim o quiseres ler, mas nada garante que aquilo que opinam tenha validade na dimensão que seria do melhor interesse do País, mas por entre conceitos vagos, tens o exemplo concreto do que tem Portugal conseguido a nível estratégico, depois de um longo período de "seca" sem congresso e sem posição de produção económica relevante. As visitas à Venezuela/México/Japão/Espanha estão suspensas ou sempre condicionadas a algum tipo de guerra de treino para fazer missões secantes e sem grande conteúdo - sussurrando-me (lembraste daquela questão de não haver inovação certo?) tendo eu acenado com a cabeça de imediato para que não se perdesse no pensamento - pois é... fica Portugal assim, e já por diversas vezes troquei opinião com outros notáveis que me diziam, "assim sempre está melhor do que estava" ou "vai dar tudo ao mesmo". Há que encarar a situação com humor, afinal de contas é um jogo.
- É...
- Ok as pessoas perdem tempo, mas isso não quer dizer que deixe de ser um jogo.
- Já se faz tarde, e já diriam que nenhum podia conduzir agora.
- Vai pelas estradas secundárias então que não apanhas a brigada.
- Assim farei, espero é que Portugal se deixe de estradas secundárias - piscou o olho enquanto se despedia de mim entrando de seguida no carro.

Acenei-lhe e dirigimo-nos para caminhos opostos, aqueles que a vida escolhe e que nós tentamos escolher também. Sempre uma boa conversa com um velho amigo que certamente ninguém dispensaria.

Cumpz,

Lucifel