PARAÍSOS ARTIFICIAIS - PARTE 1

Day 3,067, 17:28 Published in Brazil Brazil by DARTH CLAUDIO


Brasil, dia 13 de abril de 2016
eBrasil, dia 3067 do Novo Mundo



Saudações meus amigos e leitores.

Todos sabemos que apesar de amarmos o Erepublik, ele anda meio chato. Logo hoje escrevo um conto de ficção, cujos personagens e talvez alguns fatos possam lhes fazer pensar em coisas relacionadas ao jogo.

Sugiro que vocês leiam o arquivo escutando a música clicando na imagem abaixo.








Estávamos no final do outono, mas mesmo assim seu país ainda recrutava jovens para a frente de batalha. E James como bom patriota não se furtaria a defender seu país e seus irmãos.

Seu alistamento como voluntário não foi surpresa para sua família e amigos, pois era a tradição daquela cidade e daquele país que todos os jovens desde cedo ingressassem no Exército.

James pertencia a infantaria como a maioria dos recrutas, mas sonhava chegar a posto de oficial, pois ele queria ver sua bravura e feitos reconhecidos.







Após duas semanas de marcha seu regimento se aproxima do front de combate trazendo junto a ansiedade e excitação.

Não que ele não tivesse treinado muito para aquele momento, mas o campo de batalha verdadeiro não se parece em nada com alvos fixos, ou com os impropérios motivadores dos oficiais responsáveis pelo treinamento.

Seu regimento seguia em direção aos alojamentos dos reservas, e encontrava em sentido contrário feridos vindos do front, com seus uniformes outrora reluzentes agora quase que todos marcados pela lama, deixando oficias e praças iguais por estarem indistinguíveis.








Contudo, algo chamava a atenção de James. Pois mesmo em meio as valas, a lama e aos corpos mutilados feridos do front, alguns oficiais desfilavam com uniformes de gala impecáveis, como se estivessem em um desfile de vitória. Então ele pensava consigo mesmo, que deviam ser aqueles que ficavam na retaguarda ditando os rumos das tropas.

Mas algo muito mais estranho lhe chamava a atenção. Pois ele reconhecia entre os altos oficiais, companheiros que haviam se alistado na mesma época que ele, e que poucos semanas antes haviam feito a mesma marcha em direção ao front. E não entendia como eles poderiam ter ascendido de forma tão rápida.

Disciplinado e ciente do seu dever para com a pátria, James nada perguntava e apenas se preparava para enfrentar o inimigo.

Na noite antes do combate, James insone andava em meio a trincheira e para sua surpresa encontrou um dos mais antigos oficiais de seu país, que carregava consigo condecorações por centenas de batalhas. Seu uniforme era surrado pelo tempo, mas sua presença não deixava de impor respeito e de inspirar os jovens.








Para sua surpresa, Olav, o nome do respeitado oficial, lhe estendeu um pedaço de pão e sentou a seu lado puxando conversa.

Ele comentou muitas coisas sobre os bastidores da hierarquia do Exército. Coisas que os simples soldados não sabiam ou sequer imaginavam.

Na conversa entrecortada por morteiros inimigos e tiros ocasionais que quebravam o silêncio da madrugada, Olav lhe disse que muitos dos oficiais que desfilavam não haviam conquistado sua posição em campo de batalha com anos de treino e estudo na academia. Não, não tinham, eles ostentavam todas aquelas medalhas por apadrinhamento de grupos que se infiltraram no Exército quase que controlando o Poder militar do país.

Disse ainda, que outros chegavam ao absurdo de saquear os corpos de oficiais mortos em combate, despindo-lhes de suas fardas e condecorações. Tendo ali respondida sua dúvida sobre o jovem que conhecera no alistamento.

Sem entender o por que daquilo tudo, James perguntou a Olav, qual o motivo daquilo e onde estaria a honra de desfilar com medalhas que não eram suas, com condecorações que não foram conquistadas no campo de batalha junto de seus irmãos de armas.

E Olav este mesmo Olav que já havia sido retirado do rol do grandes guerreiros por aventureiros que compraram títulos de alto oficial, lhe disse algo perturbador.

- Meu jovem, você não pode exigir uma postura de alguém, se esse alguém não tiver aprendido nada sobre honra, dever, conquista, trabalho, vergonha. E se essas pessoas não sabem o que é isso. Logo não podemos cobrar uma postura correta delas.






E Olav se levanta, oferece um cigarro, e um gole do rum que mantinha consigo e seguiu entre a lama das trincheiras, aguardando o combate do dia seguinte

Quanto a James, ele lutou bravamente ao amanhecer, estando na linha de frente na incursão de nosso exército.

E ajudou muito nosso país a retomar um de nossos territórios ocupados.

E sim ele conquistou uma medalha por mérito e esforço em combate.

Mas também viu irmãos de regimento morrerem pela pátria, mas sabe que enquanto seus nomes e seus feitos estiverem na sua memória e na daqueles que com que ele voltarão para sua casa após a guerra, sabe que eles não estarão mortos.






Na parte 2 deste artigo James volta para casa e encontra muita coisa diferente. E outras que não mudaram.

Espero que tenham gostado, por fim uma música bônus que acredito ser do agrado de todos.











Cordialmente,