O falhanço do NAP e o assumir de responsabilidades

Day 2,071, 16:47 Published in Portugal Portugal by Nuno Vieira
Carissimos,


Chega ao fim um NAP entre Portugal e Espanha que fica marcado por graves erros de parte a parte, seja de quem o fabricou naqueles termos como de ambas as comunidades que não se dedicaram ao máximo para que o sucesso fosse repartido. Tal como em tudo na vida a corda quando estica demais acaba por partir sempre do lado do mais fraco.

Não quero com isto branquear qualquer situação e o objectivo destas minhas palavras é assumir aqui perante vós as minhas culpas e responsabilidades no que é classificado por alguns como um fracasso. Estive na criação e negociação do primeiro NAP e se soubesse o que sei hoje as coisas talvez tivessem sido diferentes, no entanto muita coisa mudou desde esse dia até hoje e não vale a pena discutir aqui se era ou não possível fazer melhor na altura porque cada um tem a sua opinião e só quem teve de enfrentar diversas negociações em tempos completamente diferentes e argumentos dispares consegue ter alguma clarividência sobre o assunto.
O que conta, no final, é que Portugal foi prejudicado em cerca de 300k PTE e eu, a par de outros, fui um dos que negociou essa estratégia. Em anos de serviço a este meu país sempre assumi as minhas responsabilidades, sejam sucessos ou falhanços e volto a fazê-lo apresentando aqui o meu pedido de desculpas a todos os meus concidadãos.

Ao ler os comentários no artigo da Presidência sobre o final do NAP dá-me uma vontade enorme de responder a certas pessoas que a única coisa que fizeram e continuam a fazer é incendiar a comunidade portuguesa com slogans ocos e posições desprovidas de qualquer sentido, no entanto não o irei fazer, acima de tudo porque isso é entrar no caminho que esse tipo de gente quer, o famoso “dividir para reinar”. Só assim essa gente consegue impor-se numa comunidade que mesmo tendo sido atingida com força continua a ter o pensamento no sitio.
Nem tudo é mau e congratulo-me de que o erro que assumi ter pelo menos trazido mais actividade ao país e ter colocado uma fronteira invisível entre o pré-Março e o pós-Março. É indiscutível que os cidadãos estão empenhados em construir um futuro melhor e que consideraram o mau NAP como um murro forte no estomago que não vão querer sentir mais, adoptando agora uma outra posição no que refere aos modos de actuação do país. Há mais discernimento, mais cautela, mais pensamento ponderado e acima de tudo todos sabem a diferença entre actuar inteligentemente ou com uma pala nos olhos. Acabaram as “Cruzadas das 7 Regiões”, slogans de uma utopia que alguns teimam em utilizar em proveito próprio e acima de tudo acabou o assalto aos cofres para recuperar uma ou outra região perdida logo no mês seguinte. Isso beneficiava um punhado de “espertos” e prejudicava o conjunto de todos, pelo que a sua erradicação foi como que um murro na mesa por parte do grosso da comunidade. As regiões recuperam-se e defendem-se com uma politica externa decente e com uma participação activa junto dos aliados, não com gastos de 900k PTE por mês.

Apesar de estar directamente relacionado a algo que está longe de ser positivo os que me conhecem sabem que continuarei a dar o meu melhor sempre que for chamado a isso, tal como sempre o fiz e que continuarei a dar a minha opinião abertamente e sem reservas ou condicionantes.


Abraços a todos e desculpem lá qualquer coisinha.