Ensaio sobre a Ditadura/Democracia & Sistema Politico

Day 2,787, 21:56 Published in Portugal Brazil by Thanatos.


Mequie peepz, ainda alguém se lembra de mim?

Hmm, let's see, check profile... ah este.

... jokes aside ...

Como alguns poderão saber (já reparei que a renovação de jogadores foi escassa por isso muitos ainda serão do meu tempo) estou afastado da politica nacional faz muito tempo. Este meu afastamento de papeis politicos leva-me a considerar que estou desligado de quaisquer ideologias que poderão graçar agora pelo contexto politico ePortuguês o que à partida me confere algum poder de perspectiva de quem vê o cenário de fora.

Bem o que me levou a escrever este artigo foi simplesmente a procura de uma razão mais lógica para a instauração de ditaduras no nosso país do que aquilo que tentaram vender e se deu a entender.



Primeiro que tudo, indo agora buscar exemplos à vida real, não há um sistema politico universal. Temos sistemas politicos parlamentaristass, semi-presidencialistas e presidencialistas actualmente, todos com diferentes posições expressas nas suas leis internas.

Ora no jogo que é o eRepublik temos um claro sistema politico que, devido às mecânicas do jogo, é impossivel de contrariar - o sistema semi-parlamentar (não, não está em nenhum dos exemplos que indiquei).

No que consiste este sistema?

Se a classe politica de um país aqui for organizada o suficiente terá sempre uma comunicação segura entre o Presidente e o Congresso.

Enquanto que nos sistemas indicados previamente temos três hipóteses de detentores do poder executivo e legislativo: no parlamentarista o poder legislativo está no parlamento e o executivo no chefe de governo que conta com a confiança do parlamento (traduzido em miúdos: tem os votos do partido mais votado e com outro que poderá ter formado coligação para poder governar) em que o Presidente tem um papel puramente simbólico; no semi-presidencialista o poder legislativo está centrado no parlamento e o poder executivo é partilhado pelo primeiro-ministro (chefe de governo) e pelo presidente (chefe de Estado); e por fim no presidencialista o poder executivo estará confinado ao chefe de Estado que precisará de recorrer ao poder legislativo apenas para tentar aprovar leis que o ajudem na sua governação.

Já aqui, as ferramentas da parte politica a nós consagradas não dão hipótese de se praticar uma destas vertentes na sua forma pura, longe disso. Se por um lado temos o Presidente eleito pela população a tentar cumprir aquilo que prometeu no seu programa eleitoral, por outro lado temos o Congresso (ou parlamento) que vai influenciar a acção do Presidente através da sua capacidade em votar todas as leis que o chefe de Estado necessita de ver aprovadas para poder cumprir o seu plano. Não podemos considerar um sistema parlamentarista porque não é eleito um governo através das eleições para o congresso mas sim através das eleições para Presidente e também não o podemos considerar presidencialista porque o Congresso pode de facto demitir o Presidente.

Então, o que poderá ter levado a que grupo(s) tenham tentado implementar uma ditadura?

Numa tentativa de analisar esta situação de forma mais lógica/trabalhosa, passo a explicar a minha teoria.

Como em tudo o que apresenta várias opções, as escolhas não são unânimes. Com a possibilidade que os administradores do jogo nos deram de criar ditaduras, aqueles que não se reviam nas politicas ou forma de as fazer pelos orgãos democráticos, neste caso suponho que o facto do Congresso condicionar tanto o papel do Presidente tenha sido um dos factores com mais peso, decidiram utilizar o seu poder militar/financeiro para instaurar a visão deles que é um Presidente livre de qualquer força de pressão, isto é, a desresponsabilização total do Congresso.

Mas isto não é por si só um gesto ditatorial apenas.

Isto é um manifesto não apenas ditatorial (só o é porque o jogo não permite a criação de um sistema democrático desligado do Congresso) mas também uma reacção à acção. Esta reacção é o manifesto da discordância face ao sistema politico vigente e a demonstração de vontade em alterá-lo. É um sinal de que o actual sistema não é saudável e está em crise. Mas isso já todos sabiamos, o próprio jogo está em crise.



Se há algo de que discordam entre vocês, "sentem-se à mesa" e negoceiem. Guerras internas irão levar apenas a um atraso na evolução/desenvolvimento do nosso país enquanto colectivo. No caso do principal elemento de discussão for o que indiquei no artigo - a falta de liberdade do Presidente em relação ao Congresso - deixo a dica por onde começar: discussão da autoridade do congresso sobre o Presidente. Se o Congresso faz regras para regular a actividade presidencial, também pode fazer regras para se regular a si mesmo.

Acho que era isto que eu tinha para dizer. Já tinha pensado escrever sobre este tema quando a primeira Ditadura foi imposta em Portugal mas só agora tive tempo.

Desculpem a leitura longa no caso de terem lido até ao fim, espero que tenha valido a pena e que tenham absorvido alguma coisa.


Kel hug
Absinthium