A Verdade, a quem pertence.

Day 2,048, 04:03 Published in Portugal Poland by Nuno Laranjo

Pegando num comentário a um destes nossos artigos, sou a repetir, e a desenvolver:

A amargura, tal como a dor, ou a alegria, ou a verdade, não tem partido. A realidade tem que ser descrita da forma mais exacta, porque os factos por si não têm palavras. Apenas a mente humana é capaz de encontrar em algo como factos, interpretações, capazes de adequar, ou desadequar, aos seus pontos de vista e opiniões. Ser Dissidente é ser relator de factos, não deixando de expressar opinião, mas frisando que a verdade a ninguém pertence.

A opinião, a que cada um tem direito, é como um prisma no caminho da luz, que a refracta, e da qual escolhe determinada cor.
Não significa que por isso, se torne algo maior que o resto, apenas porque alguém notou a sua existência.

Pelo facto de aqui me indicarem como tendencioso, resta-me responder que, enquanto possa falar, falarei, enquanto possa olhar, olharei, e enquanto possa escrever, escreverei.

Tal qual dialéctica platónica pé-mão-cabeça, ou indo até á alegoria da caverna, não deixarei de interpretar as sombras que deste e-mundo se projectam.

Se me acusam apenas olhar para elas com olhos da ambição e poder, terei de refutar, e apenas dizer, que esta pinião existe apenas pelo direito de existir, e que contestará as outras que se vestem de truques e ilusões, sejam económicas, politicas ou bélicas.

Pois afinal, é o Homem que hoje em dia faz o mundo, e não o mundo que faz o Homem.