A importância de um "Querido Líder"

Day 2,389, 18:44 Published in Portugal Portugal by Citizen 99

Considero importante termos um bom líder mas como diz o Bitorino no seu artigo com um título parecido "continuamos a cair no mesmo erro crasso", e o mesmo identifica esse erro muito bem: "Ao invés de sermos mais exigentes com os outros e connosco próprios, continuamos a suspirar por um salvador da Pátria". Devo sublinhar aqui que concluo que deve ser dada então maior a importância ao cidadão comum (indíviduo) em vez de investir esperanças num líder.

Contudo existem diferentes estilos de liderança, o autor referido não explora este facto, esta é uma discussão bem mais importante do que os conselhos sem sal de como ser um "bom líder" dados pelo mesmo. Pois é apenas através de uma mudança significativa do estilo de liderança que poderá haver inovação política. Aqui vou apresentar diferentes estilos e sugerir o estilo de liderança que complementa e salga os conselhos do Bitorino.

Entenda-se por estilos de liderança o seguinte:

Tóxico e/ou Narcisista
Estilo defino pelo abuso da confiança depositada pelos cidadãos no líder e quebra de promessas eleitorais, onde o país é prejudicado directamente pelas acções do mesmo, é típico de líderes egoístas no sentido de defenderem os seus interesses à custa do país.

Autoritário
Controlo directo e próximo dos cidadãos. Isto pode ser atingido no jogo através de elevadas taxas de impostos, subsídios condicionados a regulamentação, gestão directa de empresas. Este estilo é também caracterizado por um elevado nível de «união» na comunidade, ou antes, diria até que apenas através de um elevado nível de união é que tal estilo será possível de recriar. Eu, como presidente, já fui exemplo deste estilo e também o Alister através do PENICO. O governo chegou nestes tempos a ter um controlo directo (empresas estatais) de 80%> da capacidade produtiva portuguesa.

Paternalista
Como o nome indica, o presidente comporta-se e é visto como um pai (ou mãe). É esperada lealdade dos cidadãos e «união». Este é um estilo, também conhecido por "Querido Líder", "Salvador da Pátria" é bastante mais difícil de atingir para elevados números de cidadãos e diria mesmo irrealista na maioria dos casos, tal como indica o Bitorino no seu artigo: pode-se dizer que o Justino Figueiredo teve uma liderança desse estilo, outro exemplo bem mais notório é o caso do /v/akistan e o seu líder Dio Brando.

Democrático
Pode-se atribuir carácter democrático ou participativo aos estilos que fazem uso de referendos e que seguem à risca promessas eleitorais.

Orientação por Objectivos e Relacionamentos
Orientação por objectivos é um estilo que tem entrado em desuso, consiste na preocupação do líder em listar objectivos a atingir e os passos necessários para tal normalmente apresentados em candidaturas como promessa eleitoral.
E temos ainda o estilo orientado aos relacionamentos, este então é o mais dominante dos estilos de liderança, ou seja, define-se por uma especial atenção com comunicação com a população, preocupação com o diálogo e tratamento dos cidadãos, governo é visto como um prestador de serviços ao cidadão, e ainda o programa governamental é principalmente definido pelos membros da equipa do governo em vez de ser orientado aos objectivos ou metas a ser atingidas.

Transaccional
Este estilo também bastante popular consiste na utilização de receitas e fundos do estado para atingir determinados objectivos através da transacção com cidadãos: por exemplo estes fornecem dano numa batalha se receberem armas. Devido aos elevados custos normalmente estão lhe associados impostos médios ou elevados.

Deixa Andar:
Também conhecido como Laissez-Faire este é o estilo que tenho promovido. Este caracteriza-se pela maximização do poder de decisão dos cidadãos e organizações voluntárias (MUs), isto através de impostos nulos e receitas baseadas em contribuições voluntárias. Deixo aqui um texto do Tao que elucida este estilo.

Inspirador/Transformativo
Estilo dependente do carisma do líder para inspirar transformações na comunidade. Um estilo bastante raro e que requer bastante dedicação por parte do líder. De notar que no artigo do Bitorino os conselhos dados para se ser um "bom líder" são descritivos de um líder inspirador/transformativo, contudo este não repara que um "bom líder" é um "D. Sebastião". Não é por acaso que não temos bons líderes ao pontapé, estes são raros. Daí que o poder deve ser depositado no cidadão e não no "Querido Líder". Vou no final descrever como tal poderia ser atingido.

Como sabem o estilo de liderança raramente muda significativamente, as principais razões para tal são que certos estilos de liderança são de difícil implementação, a própria a mecânica do jogo e ainda a orientação política e mentalidade dos jogadores incentiva fortemente a um estilo dominante. Este tem se caracterizado por uma orientação a relacionamentos e transaccional, mas também com alguns traços democráticos contudo tem ainda alguns vestígios autoritários.

Este estilo dominante é definido pela falta discussão política (em vez de politiquice). Isto deve-se a que única oposição ao estilo dominante que têm ainda eleitores a apoiar é uma em que o que se diferencia por ser também narcisista e tóxica, características estas que não propiciam a discussão política saudável.

Para terminar, sugiro que existem outros estilos de liderança a ser explorados:

Maior orientação a objectivos em vez da actual orientação a relacionamentos onde cria barreiras a haver renovação dos membros do governo e do crescimento e interesse pela área política do jogo. Apenas com uma orientação por objectivos é possível abstrair as tarefas e procedimentos para que assim estes sejam independentes de quem os realiza, desde que sejam completados.

A importância do cidadão (e não do líder/governo): o estilo transaccional associado a elevados impostos consiste na transferência de poder de decisão ao cidadão para os membros do governo e no processo é ignorada a importância do cidadão. Presidentes atrás de presidentes ignoram o poder e a importância do simples cidadão como individuo e ainda das organizações voluntárias (MUs), a interacção deste com o líder é muito limitada e desprezada. Esta consiste numas ordens desfasadas e murchas. E apesar de alguns esforços a relação do governo com MUs não é a ideal. Em contraste, o estilo deixa andar pela mecânica inerente de contribuições voluntárias acentua a valorização do cidadão comum e das organizações voluntárias, neste estilo apenas são atingidos os objectivos e metas que tenham tracção suficiente entre os cidadãos, em vez da actual situação em que são desperdiçados recursos em MPPs ou em batalhas em que poucos cidadãos se revêm.

Remoção dos vestígios autoritários: instituições como as FAP são obsoletas e ainda os recursos do estado devem ser alocados onde atingem os objectivos definidos democraticamente (ou melhor ainda definidos directamente pelo cidadão como mencionado no parágrafo anterior) e não os objectivos que um general não eleito entende como prioritários.