A nova geração

Day 2,001, 03:18 Published in Portugal Portugal by John Bokinski

Background

Há cerca de 10 meses atrás o mundo do eRepublik mudou.

Durante anos, apesar das flutuações, tivemos sempre um sistema de 2 blocos de países que se equivaliam. Primeiro as batalhas entre PEACE e Atlantis, depois Phoenix e EDEN. O rotura da Phoenix levou a que ocorresse o primeiro verdadeiro realinhamento de forças, mas rapidamente se chegou a um novo equilíbrio com a ONE vs EDEN + Terra e depois ONE+CoT vs EDEN + Terra.

No entanto, há cerca de 10 meses as forças desequilibraram-se. Portugal ficou do lado mais fraco e isso implicou um longo e prolongado wipe.
Implicou também que tenhamos repensado a forma como víamos a nossa comunidade e a forma como inter-agimos com as restantes comunidades no jogo.

Dessa reflexão saíram várias ideias das quais algumas foram sendo implementadas com maior ou menor sucesso, as mais importantes envolviam:

1º União em relação a um conjunto de objectivos, o mais relevante era a recuperação da nossa independência

2º Crescimento da comunidade

3º Aproximação da nossa comunidade das comunidades nossas aliadas ou com as quais estávamos próximos

Muito do que tentámos não correu como previsto. Se é verdade que houve união sobre a necessidade de lutar pela nossa independência, também é verdade que cedo percebemos que nós e os nossos aliados já não tínhamos a força para garantir isso, e se queríamos ser independentes teríamos de seguir outras estratégias do que puramente lutar contra Espanha. O caminho a seguir é hoje uma das razões de desunião na nossa comunidade.

E se é verdade que houve esforços concertados para nos aproximarmos de alguns dos nossos aliados mais importantes, a situação em que a nossa aliança se encontrava não permitia que isso tivesse resultados de curto prazo. Mas hoje não temos apenas alguns jogadores influentes na EDEN, hoje temos jogadores activos em vários países, reconhecidos pelo que são. Globalmente somos uma comunidade mais aberta às restantes comunidades do que éramos há 1 ano atrás.

A nova geração

Das medidas que procurámos implementar aquela que teve mais impacto imediato na comunidade foram as nossas tentativas de a fazer crescer.
Esse impacto não foi forçosamente uma alteração significativa da nossa capacidade militar, mas sobretudo a entrada de muitos novos jogadores trouxe diversidade.

Diversidade de conhecimento do jogo, diversidade de ideias e pensamento, diversidade de idade e experiência de vida. E se alguns se deixam arregimentar às ideias populistas dos nossos habituais agitadores de bancada, muitos outros seguem o seu próprio caminho.

Mas todos sabemos que este jogo não é fácil de se apreciar, por isso fazer crescer uma comunidade não é fácil e apesar dos nossos progressos serem modestos são realizados numa fase em que poucos dos nossos aliados tradicionais têm sido capazes de fazer o mesmo.

Mas para melhor analisar esta evolução nada melhor que números.

Há cerca de 220 dias atrás a nossa D1 representava 1.5%-1.75% do dano diário mundial; D2 1.2% - 1.3%, D3 1.05%-1.1% e a D4 0.85%-0.9%. Se olhássemos para o nosso peso no dano mundial seria entre 0s 0.85%-0.9% porque para este rácio o impacto da D4 é quase absoluto. Mas apenas 45% dos pontos numa batalha são atribuídos aos D4.

Se analisássemos os mesmos números à 2 meses atrás, veríamos que as coisas se tinham alterado substancialmente. Agora a D1 atingia valores perto 3.5%-4% (se bem que com grande variância); a D2 – 1.25-1.30%, e as nossas D3 e D4 tinham caído para 0.7%-0.8%.

É bom mencionar que á 2 meses atrás, tínhamos reduzido bastante o nosso investimento em batalha, pedíamos aos nossos jogadores mais recentes para não lutar e evoluir a força, e mesmo os D4 lutavam menos que anteriormente. Mas todos estes factos não disfarça a realidade, durante este período perdemos muitos dos nossos jogadores mais experientes, alguns deles bastante importantes para o esforço bélico. Provavelmente mais afectada ainda que a D4 foi a D3, com uma renovação pouco consistente fruto da limitada evolução populacional do passado, a D3 minguou em número de jogadores e dano dado.

Mas mais importantes que os dados de dano e de luta eram os dados de hábitos de treino. Há 2 meses atrás a D1 representava 50% dos nossos jogadores em treino, a D2 22-23% e a D3 e a D4 rondava os 13-14% cada. E este foi o ponto alto da nossa D1. Não tenho dados para comparar com o passado mas é claro que a D1 era pouco relevante em muitos períodos.

Lentamente os esforços de recrutamento baixaram, a entrada de novos jogadores foi diminuindo, e com baixas taxas de retenção, que são típicas do jogo, fomos perdendo D1. Mas alguns foi por graduação, e a D2 portuguesa que à 2 meses parecia incapaz de ganhar batalhas, passou a crescer. Hoje a D2 representa quase 30% dos jogadores em treino e a D1 40%. Na minha perspectiva é uma situação bastante mais confortável, uma vez que os jogadores D2, em média, estarão mais integrados no jogo.

Também nos dados de dano a D2 apresenta evoluções significativas. Hoje a nossa D2 consegue frequentemente atingir os 2% do dano mundial, enquanto a nossa D1 atinge os 3.5% (ou seja não perdeu muito apesar dos números menores). Na realidade a D1 depende em larga medida de um grupo de 90 jogadores que treina acima dos 21 de força diariamente. E se é verdade, que perdemos bastante elementos na D1, na generalidade perdemos D1’s com pouca força. O nosso grande problema refere-se essencialmente aos nossos D4 e D3 que representam 0.7% e 0.9% do dano mundial, respectivamente. Se trabalharmos com números de treino os dados melhoram um pouco, mas continuam bastante deprimentes para estas duas divisões.

Mas para além do aspecto militar desta evolução há que olhar para a renovação da nossa comunidade numa perspectiva social. Hoje as nossas eleições são decididas com base no voto destes jogadores, os referendos que promoveram a nossa saída da EDEN e a nossa aceitação do NAP com Espanha foram decididas com o voto destes jogadores.

Por ventura, muitos dos mais velhos podem não concordar com as decisões que foram tomadas, mas este é um dos preços a pagar se queremos crescer a comunidade, os novos jogadores não serão apenas espingardas, serão também vozes activas nas decisões do país. E se realmente acreditamos que as opções que tomamos no passado para o país eram as mais acertadas, e as que propomos para o futuro também o são, então temos de ser activos na explicação dos nossos motivos, e nesse aspecto as gerações mais antigas têm falhado em toda a linha.

Se achamos que o caminho de aproximação a Espanha está errado, temos de ser objectivos nas razões por detrás dessa opinião (e algumas existem) não é insultando ou chamando de traidor a quem toma a decisão que se consegue passar mensagens. Porque os novos jogadores podem não perceber todas as razões por detrás de uma decisão, mas sabem que quem insulta frequentemente perde a razão.

Também não é de admirar que alguns dos novos jogadores caiam em cantigas populistas. Se não existem outras cantigas a serem cantadas, segues o som que ouves. A minha experiencia no jogo indica-me que com algumas excepções, seguir o populismo não é mau de todo, porque com algumas excepções, à medida que estes jogadores começam a perceber melhor o jogo acabam por tirar as suas conclusões e definem o seu caminho agora com maior conexão ao jogo. Sem populismo provavelmente perderíamos mais jogadores.

Na realidade, a única maneira de contrapor o populismo é com realismo, mas quantos de nós perdem o tempo de procurar chamar os outros à realidade. Também gosto da opção trollista mas o trolling tem que ser temperado com realidade ou fica difícil perceber os factos.

Quando tomámos a decisão de tentar fazer crescer a nossa comunidade não pensámos nas implicações que teria ao nível social, pensámos sobretudo ao nível militar. Pensámos na recepção aos novos jogadores numa perspectiva de retenção, menos ao nível da integração. Pensámos em educação, mas a forma de fazer passar informação nestes jogos é bem mais complicada do que se pensa. Dando um exemplo desta última, eu actualmente sou responsável de um regimento nas FAP, ao qual, envio PM’s com regularidade procurando clarificar o que se passa, isso não impede que 2 dos meus recrutas façam exactamente as mesmas perguntas em shout que eu respondo nas PM 🙂 (lição para mim, a malta não lê PM’s, ou não acredita no que eu digo).

A nova geração está ai, e espero que muitos dos mais calados se tornem mais interventivos, agora que conhecem melhor o jogo e já se encontram mais confortáveis em exprimir opiniões. Não é à toa que os últimos 3 CP’s tenham sido jogadores pertencentes a novas gerações, apesar de o Pretender ser de uma outra geração do que a actual, para mim ele ainda é de uma nova geração.

O que me parece negativo é que nos últimos meses a nossa capacidade de recrutar caiu. A entrada de jogadores tem andado nos 30/40 por dia, quando para a nossa dimensão seria útil atingir os 100 diários. Sabemos que como comunidade ainda estamos muito longe dos nossos vizinhos de maior dimensão (Espanha, Brasil e USA) e existem vizinhos de pequena dimensão que têm crescido bastante nos últimos meses, como a Venezuela, Colômbia e México. A nossa D1 é actualmente uma D1 Top10 e a nossa D2 Top20 e com potencial para subir no próximo mês, mas se não formos renovando a comunidade de forma ininterrupta, voltaremos a cair bastante rápido. As D3 e D4 são difíceis de mudar, mas a D1 e a D2 não.

De resto, a meu ver esse foi um dos erros dos nossos aliados. Se olharmos para os principais países ex-EDEN, com excepção da Argentina, todos eles não tiveram preocupações de renovar as comunidades, e hoje as D1 e D2 da Grécia, Roménia, China e Croácia, são piores que as nossas. As melhores são as da Sérvia, Polónia, Espanha e Chile, e isto também ajuda a explicar a razão pela qual a EDEN perdeu a guerra.

Alianças e decisões

Estamos finalmente num caminho já sem ponto de retorno na relação entre a CoT e a TwO.

Claramente, na TwO HQ existe muita vontade de avançar para uma guerra com a CoT num momento em que se sentem claramente mais fortes que eles. O principal obstáculo a um avançar mais rápido para essa guerra é a Espanha, que deve grande parte do seu império ao apoio que recebeu de países CoT e agora sente-se dividida em atacar esses países, mesmo que indirectamente.

Para além do governo Espanhol, existe também resistência nas comunidades que por muito tempo mantiveram boas relações com alguns países CoT. Mas parece-me óbvio que uma vez começando a guerra, especialmente se começar pelos USA ou Makedonia, rapidamente as resistências das populações e MU’s serão ultrapassadas.

Este conflito provocará um novo realinhamento de forças comparável ao que ocorreu com a cisão da Phoenix, se bem que num contexto diferente, e Portugal, como no passado, será apenas mais um pião que entrará no jogo, e terá de reflectir bastante sobre o que queremos para o país.

Na nossa frente apresentam-se 3 opções:

1ª Manter a neutralidade

É uma opção de risco médio e de baixo retorno. Uma neutralidade deixa-nos sem capacidade de apoio, mesmo que venhamos a ter alguns aliados. A Espanha aceitará NAP’s porque não lhes convém ter revoltas fortes em territórios chave para o seu império, mas não seremos mais do que uma colónia. No entanto, a neutralidade por agora dá-nos o tempo necessário para tomar uma decisão sem restrições.

Poderemos mesmo ser atacados por algum dos blocos, por questões de posicionamento estratégico (caminho para assegurar bónus) e isso poderia obrigar-nos a alinhamento tardio e sem opções.

2º Aproximação à TwO

É uma opção de risco baixo e de retorno difícil de avaliar totalmente.

Uma aproximação à TwO concede-nos boas hipóteses de estarmos no bloco dominante nos próximos meses. Parece claro que uma vez somados os danos de TwO e anti-CoT, teremos bastante mais dano do que CoT e anti-TwO. Quase em qualquer divisão isso é notório, com a eventual excepção da D2.

A acrescentar a isto, a Sérvia e a Polónia têm muito dinheiro para gastar nas próximas guerras, enquanto que o Chile e a Bulgária têm gasto muito nas guerras que continuam a travar com os ex-EDEN.
Esta análise é efectuada assumindo que na Europa os países ex-EDEN flutuarão para a TwO e na Ásia (a Croacia é Ásia actualmente) os países ex-EDEN flutuarão para a CoT. Nem estou a considerar novas deserções da CoT, como ocorreu com a Lituânia recentemente, nem estou a considerar com eventuais deserções da TwO. Francamente não acredito que Espanha saia, teria muito a perder, e só num movimento Espanha/Polónia poderia existir efectivamente uma separação da TwO que hoje me parece quase impossível no curto prazo.

Um alinhamento com a TwO poderia permitir um avanço sobre o México, mas só depois da guerra estar completamente instalada, porque a Espanha não nos apoiará nesse movimento antes de eles próprios cortarem relações com o México. O México tem crescido e seria um alvo divertido e desafiante, bem diferente da Venezuela.

Em termos de comunidades próximas, estaríamos do mesmo lado que a Argentina, Colômbia e Grécia, e em lados opostos à Croácia, Canadá e Irlanda. Francamente a outra comunidade que é relevante para mim e não sei ainda bem que caminho caí é a França. De resto apesar de termos amigos no Brasil, por tudo o que se passou, não influenciaria a minha escolha com as opções do Brasil.

É claro que em termos de aliados a decisão nunca será perfeita, eu gostaria que continuássemos a respeitar aqueles que são mais próximos independentemente do lado para o qual venhamos a ficar, mas isso em si, não nos deve impedir de fazer as nossas escolhas.

Para mim os verdadeiros inconvenientes desta escolha vêm com dois factos que têm muito a ver com a nossa história e condição: (i) não lutar contra Espanha representa que perderemos de forma prolongada o direito ao nosso território, podendo eventualmente ter troca de regiões mas dificilmente as nossas regiões originais de volta e (ii) a TwO, tal como a ONE, é uma aliança de grandes países, os pequenos têm por objectivo ser colónias e assegurar vantagem na guerra contra o outro bloco, e para isso recebem alguns benefícios, mas quem manda são os países grandes e sacrifícios podem ser exigidos dos pequenos.

As experiências recentes que temos tido com a nossa relação com Espanha são bons exemplos do que nos espera na TwO. Os objectivos deles estão sempre em primeiro lugar e nós teremos de acomodar esses objectivos com os nossos e viver com isso. Durante 3 meses nenhum esforço real foi feito para aproximar as duas comunidades em coisas tão simples como fazer as Mu’s coordenarem dano em batalhas que ambos queríamos que Espanha ou Portugal vencesse. No caso do nosso ataque a Guyana foi claro que os Espanhóis eram os principais beneficiários dessa batalha mas não mexeram um dedo para que nós ganhássemos.

Eu nunca me alinharia à TwO se tivesse opções realistas, e as experiências recentes com Espanha só me vêm a confirmar essa sensação, mas a questão é será que tenho outras opções ?

3º Alinhamento com a CoT

É uma opção de risco elevado, mas também aquela que nos poderia dar maior retorno. Enfrentar Espanha traria por certo maior união ao país, poderia ajudar no recrutamento e sentiríamos que estávamos a lutar do lado certo, para o que é Portugal, mas será que existiriam vantagens para além dessas ?

Numa perspectiva financeira, não temos já as reservas que tínhamos à 10 meses atrás, por isso numa fase inicial teríamos um wipe claro. Mesmo que a CoT conseguisse equilibrar a luta com a TwO, essas lutas seriam em solo americano, Portugal estaria em wipe e continuaria em wipe por muitos meses.

Em termos de aliados que estarão na CoT o único grande que temos alguma ligação emocional é a Croácia, que continuo a achar que é uma comunidade leal e correcta, mas já foi bem mais forte do que é hoje. O Canadá e a Irlanda são bons aliados, mas como nós, são piões neste jogo. Em termos de aliados esta opção não me trás maior prazer que a outra porque perderia muito provavelmente aliados como a Colômbia e a Grécia.

E depois existe o facto da CoT ter sido uma aliança mais anti-EDEN do que a própria TwO, apesar de ser esta última o opositor natural da EDEN. Nenhum país CoT estendeu uma mão a Portugal, pelo contrário, lutaram alegremente por um país maior para submeter um mais pequeno. Apesar do respeito que tenho pela comunidade Chilena numa perspectiva de organização militar, não vejo um unico país CoT ao qual reconheça autoridade moral para o preferir à TwO, no tratamento a países de menor dimensão.

Finalmente, esta opção parece-me muito mais próxima dos meses da EDEN em colapso. E se para malta D4 como eu, não é assim tão difícil de sobreviver, para os jogadores mais jovens é duro. Se explicarem à nova geração que os 10 próximos meses serão muito semelhantes aos anteriores, eles terão isso em consideração quando for a altura de tomar decisões.

Conclusão

A nova geração está ai, e se não continuarmos a injectar novo sangue na comunidade dificilmente conseguiremos continuar a melhor o nosso potencial militar. Algumas coisas já foram feitas, a nossa D1 anda perto dos 4% da população mundial em termos de treino, a D2 acima dos 2%. Agora será necessário continuar a trabalhar este aspecto.

Existe também bastantes coisas que a nova geração podiam trazer numa perspectiva de funcionamento da comunidade, de união, e de relacionamento entre jogadores. Fico triste que alguns jogadores continuem a comprar as mesmas guerras mesquinhas que vêm do passado, e a tolerar comportamentos pouco aceitáveis àqueles que consideram seus amigos enquanto criticam fortemente os restantes. É um traço muito Tuga, e que tem implicações bastante más na RL e piores ainda no jogo. Acredito que com o tempo esses jogadores aprenderão a pensar pela sua cabeça e não a defender ideias em bloco.

Finalmente, será bom que comecemos a falar sobre o que iremos fazer no que respeita ao realinhamento da nossa política externa. Não temos que tomar decisões à pressa, ninguém nos pressiona, mas também é verdade que quanto mais tarde assumirmos uma posição, menor força negocial teremos.


Bom jogo a todos