Àcerca das FAP

Day 1,595, 11:38 Published in Portugal Portugal by John Bokinski

Bem, como houve ai um artigo a tentar, mais uma vez, criar um sentimento negativo em relação às FAP, vou procurar descrever um conjunto de considerações quando se fala desta unidade militar.

As FAP são criadas com 2 objectivos principais:

- Dotar o estado português de uma força armada que lhe permita defender o território, promover a conquista de novos territórios ou apoiar as alianças onde nos encontramos integrados;
- Desenvolver a capacidade militar de cidadãos portugueses de forma a manter uma elevada capacidade bélica do país.

O investimento que é feito para atingir o 1º objectivo é na minha perspectiva indispensável. Tendo em consideração a actual proliferação de guerra por todos os países, é impossível manter uma posição neutral e sobreviver. Desta forma, a única maneira de defender a soberania portuguesa e potencialmente criar condições para a sua expansão é através da criação de uma força que responda directamente ao estado e que tenha capacidade suficiente para dissuadir os nossos adversários e criar ligações com os nossos aliados.

Durante a última invasão espanhola, se não tivesse sido a grande capacidade dos portugueses, com as FAP à cabeça, em resistirem a um adversário que era teoricamente mais forte, o apoio dado pelos nossos aliados não teria sido tão imediato. Porque os nossos aliados, precisam de ter a certeza que o dano que dão em cada batalha é útil, sem a mobilização que ocorreu nas primeiras batalhas com Espanha, provavelmente os nossos aliados teriam esperado que a resistência tivesse organizada para iniciarem o seu apoio. Devemos à capacidade de organização da estrutura FAP essa resposta imediata à agressão espanhola.

Na minha opinião, não existe modelo alternativo à existência de uma Força do Estado Português. Um modelo que se baseia em unidades militares privadas ou mercenários, não dá garantias que a resposta seja tão imediata como uma força totalmente controlada pelo estado. Isto é verdade no caso da defesa do território nacional, mas é sobretudo verdade no que respeita à relação com os nossos aliados que precisam de ter a certeza que o estado português tem controlo sobre uma força militar considerável.

Tendo dito isto, não é impossível que o estado português escolha um modelo misto em que unidades militares privadas portuguesas que considere de confiança, sejam utilizadas como forças adicionais em tempo de guerra. Esta opção pode ser interessante em alternativa à utilização de forças mercenárias essencialmente devido ao 2º objectivo mencionado acima. No entanto, acho fundamental que a entrada nas FAP seja aberta a todos os cidadãos portugueses de forma a que não haja nenhuma distinção entre estes. Obviamente, haverá sempre um racional de produtividade por detrás das armas fornecidas, uma vez que uma utilização ineficiente de recursos poderia custar-nos muitas batalhas.

O objectivo de desenvolver a capacidade militar dos portugueses é um objectivo que deve ser visto numa perspectiva de sustentabilidade do estado e é claramente mais discutível quanto ao nível do investimento que o estado está preparado para fazer neste desenvolvimento. Quando o estado promove distribuições semelhantes, quer estejamos em situação de guerra, quer em situações em que não existem guerras prioritárias (o que actualmente é cada vez mais raro devido à alta actividade bélica dos últimos meses), está efectivamente a apostar na criação de rotinas e no desenvolvimento bélico dos cidadãos portugueses. Este é um tema discutível, numa perspectiva política, porque pode-se achar que o investimento do estado deve ser circunscrito a assegurar a defesa do nosso território e a apoiar os nossos compromissos com aliados. Ou pode-se achar que o investimento fazendo sentido, não devia ser na mesma proporção do que em tempo de guerra. Tudo isto são temas que compreendo que fazem sentido serem discutidos pelos vários partidos políticos e levados à opinião do cidadão. Mas devem ser apresentados números e não conceitos, porque sem saber quanto custa é muito difícil um cidadão ser capaz de opinar sobre o que quer que seja.

Da mesma forma é aqui também que pode ser analisado o investimento que é feito em cidadãos mais novos e no seu desenvolvimento. O investimento em cidadão com força mais elevada é sempre mais rentável no curto prazo, mas o investimento em cidadãos menos fortes tem também sido uma das prioridades para criar mais tanques envez de maiores tanques.

Na minha opinião, tem diminuído drasticamente o período de tempo em que não existe guerras prioritárias, pelo que, se no passado existiam períodos de investimento de alguma dimensão, actualmente este conceito tende a desaparecer.
Quando um cidadão olha para as FAP deve olhá-las tendo por base os objectivos pela qual é criada e o seu cumprimento das regras que lhe são impostas. Podemos discutir qual o investimento necessário para ter uma força desta dimensão a funcionar mas há que compreender que existe um investimento base, que actualmente cobre a maioria do investimento que o Estado faz na FAP, que respeita unicamente ao primeiro objectivo.