As nações não alinhadas como alternativa
Langulho
O contexto que envolve a posição portuguesa no cenário internacional faz com que o país esteja obrigado a meditar com inteligência cada um dos passos a dar com o objectivo de recompor as suas alianças e procurar um espaço definido entre as peças do tabuleiro.
Num momento em que está em discussão a hegemonia entre os mais poderosos e mesmo a integridade das suas grandes alianças, julgo que poderia resultar proveitoso que Portugal desse um passo para a frente e iniciasse um caminho novidoso e interessante para o seu desenvolvimento a meio prazo.
O BLOCO DAS NAÇÕES NÃO-ALINHADAS COMO ALTERNATIVA
A aliança de Nações Não-Alinhadas (NaN), recentemente constituída, representa uma terceira via para os países pequenos do jogo que pretende estratégias comuns para a coordenação da acção militar, a assistência mútua na defesa dos territórios ou mesmo a partilha de experiências e informação de inteligência para a política exterior.
Promovida pela Austrália e a África do Sul, obteve posteriormente a adesão do Chipre, a Malásia, o Paquistão e a Arábia Saudita. E nesta última semana incorporou às Filipinas e o Egipto (país hoje co-governado por catalães que sempre lutaram connosco quando tinham nacionalidade espanhola).
É claro que não se trata da solução mágica para que Portugal recupere as sete regiões. É também claro que os países que compõem o bloco NaN são nações em desenvolvimento, com pouca capacidade de dano por si próprias.
No entanto, as vantagens para Portugal através desta terceira via são qualitativas e por enquanto não quantitativas. Respondem a uma estratégia a meio prazo que poderá dar frutos a partir da recomposição das forças do jogo a nível mundial. Um processo no qual Portugal poderia ter voz ao fortalecer um novo polo emergente no qual poderiam integrar-se mais países de tamanho e condições similares às do nosso país.
O qual favoreceria a tradução da originalidade qualitativa desta aliança em resultados quantitativos a partir da soma dos esforços de todas aquelas nações fartas de serem escravas ou cãozinhos dóceis ao ditado das potências arrogantes. Poderia materializar-se um bloco ánti-imperialista a partir da unidade dos países medianos e pequenos e nós poderíamos coverter-nos em parte activa deste processo.
A própria articulação interna da NaN não impediria parcerias de Portugal com terceiros países nem devera ser prejudicial para a manutenção dos acordos em vigor que nos permitem garantir a continuidade das instituições nacionais.
A PRESSA É MÁ CONSELHEIRA
É claro que gostaríamos de soluções rápidas para recuperarmos o que deveria ser nosso. Mas qualquera das alternativas possíveis a partir de aproximações à CoT ou o que nos poderia oferecer a actual posição de subordinação em relação à TWO não são garantes de resultados iminentes nem, sobretudo, expectativas perduráveis no tempo.
Somos o que somos e temos o que temos. Nem mais nem menos. E no caminho para crescermos como país e manter a estabilidade no meio dos tremores internacionais a neutralidade apresenta-se como a opção mais viável ou, visto de outra perspectiva, a menos nociva para o nosso futuro.
Uma opção que requer de paciência e acerto nas nossas escolhas. Uma alternativa que se tornaria explícita com a nossa adesão à aliança NaN.
CONSTRUIRMOS UM NOVO AGENTE INTERNACIONAL PARA VITALIZARMOS O JOGO E DAR PROTAGONISMO A PORTUGAL
Se Portugal tomar a iniciativa para se integrar na aliança NaN poderia contribuir a dar força à mesma como alternativa credível. Seria um elemento relevante no seu seio que ganharia relações e avenças entre as nações que lutam pela sua supervivência, e receberia também o seu respaldo e apoio.
Na nossa mão está passar de sermos um observador secundário da política internacional para convertermo-nos num agente protagonista que poderia acompanhar o liderado de um novo foco de alianças à margem das turbulências presentes. Um actor no filme geopolítico que, de se manter no tempo e crescer, pode aspirar a cumprir um papel potencialmente relevante no novo mundo que irá definir-se a partir das próximas semanas e meses.
O FUTURO DO ePORTUGAL ESTÁ NO ePORTUGAL
As relações internacionais são determinantes num jogo das características do eRepublik. E, como tais, devem ser desenvolvidas tendo em conta o que pode resultar mais proveitoso para o nosso país. Entendo que no contexto actual Portugal requer uma estabilidade que o força a evitar o confronto directo com o seu grande rival vizinho e também precisa de se manter neutral a respeito das grandes confrontações actuais.
A adesão à NaN contibuiria abertamente à consecução destes objetivos básicos. Porque atingirmos estabilidade e manter uma posição neutral é necessário para o nosso próprio desenvolvimento como potência político-militar. A principal finalidade para qualquer estado que trabalhe para ter o seu espaço no eMundo.
O nosso é um país em crescimento, com um número significativo de jogadores com potencial para destacar tanto como actores políticos quanto como guerreiros influentes. ePortugal conseguiu articular MU's brilhantes com capacidade para planificar o desenvolvimento das suas tropas, com ferramentas de futuro que já oferecem frutos.
Que o conseguido se mantenha e, especialmente, disponha de capacidade para se reproduzir vai resultar imprescindível para o futuro deste país no jogo. E para melhorarmos as nossas posições no meio prazo o facto de optar pelo fortalecimento do bloco NaN pode ser umha eleição táctica interessante dentro da estratégia de crescimento nacional que requer o ePortugal.
E vocês, que acham?
DADOS E LIGAÇÕES
Nome oficial: Non-aligned Nations of eRepublik (NaN).
Países membros da NaN: Austrália, África do Sul, Paquistão, Malásia, Filipinas, Chipre, Arábia Saudita, Egipto.
Data de criação da aliança: 17 de março de 2013.
Estatutos da NaN: http://wiki.erepublik.com/index.php/Charter_of_the_Non-Aligned_Nations_of_eRepublik_Alliance
A NaN na wiki: http://wiki.erepublik.com/index.php/NaN (actualização pendente)
Comments
Votado! ...uma opcao muito interessante e dinga de ser debatida
HAil Iangulo! Estás certo.
true, NaN is interesting. most important is we treat other member as equal. No one have veto power over other member. all decision make by vote of our own member. so it cool, right 😃
Artigo de valor, sem dúvida. É extremamente importante que estes artigos que fomentam a discussão de ideias sobre o rumo a tomar sejam encarados com a maior seriedade.
Tenho uma opinião diferente sobre as necessidades de Portugal no imediato mas gostei de ler o artigo.
Obrigado, Nuno.
E quais são essas necessidades que referes? Fiz precisamente o artigo para favorecer a discussão, pois ainda tenho muito que aprender nisto. Mas achei esta via que explico no artigo como interessante.
Portugal deve revitalizar desde já a sua vertente militar e quando digo isto é no geral, não só nas FAP. É necessário estabelecer um plano de actividade duro, conciso e organizado que seja uma constante e que demonstre ao Mundo que Portugal é uma mais valia e não um peso morte. Desenganem-se aqueles que pensam que o problema de Portugal é escolher esta ou aquela aliança e aquilo que eles têm para nos oferecer, o nosso problema é mesmo aquilo que nós temos para dar.
Dás um exemplo perfeito ao focares a posição de "vassalagem" que apresentamos em relação à TWO, o que só acontece devido ao nosso debil estado a que chegámos.
Há que dar um passo de cada vez, nunca maior que a perna, apostando numa diplomacia constante e acompanhada de uma utilidade militar que já antes tivémos e que conseguimos recuperar de certeza.
Outra coisa que devemos evitar é centrar a nossa diplomacia à volta de Espanha quando podemos e devemos ir mais além, sem medos, ao encontro do dialogo com a própria TWO, a Polónia, a Sérvia, entre outros. Há que ser um pouco irrequieto e atrevido demonstrando que temos ideias. Ninguém leva a mal.
Continuar a bater em fantasmas do passado só nos traz mais desavenças internas e obriga-nos a ajustar ao novo mundo da diplomacia a duas velocidades, o parado e o paradinho. Não sou adepto de "uniões ou consensos generalizados" mas uma coisa eu sei, todos devem estar consciensalizados que Portugal não deve ficar agarrado ao passado.
+1 Nuno Viera.
let the by gone be by gone
Bem falado Nuno...
true, NaN is interesting. most important is we treat other member as equal. No one have veto power over other member. all decision make by vote of our own member. so it cool, right 😃
verdade, NaN é interessante. mais importante é que tratamos outro membro como iguais. Ninguém tem poder de veto sobre outro membro. fazer todas as decisões pelo voto do nosso próprio membro. por isso legal, né: D
No passado bipolar existiram períodos em que claramente existia um bloco mais imperialista e um bloco mais defensivo/agregador de países mais pequenos. A criação deste bloco é natural uma vez que o avanço do bloco imperialista acaba por empurrar os países ameaçados para o bloco defensivo.
No passado recente, o bloco imperialista (ONE) estava a perder a guerra contra este bloco mais defensivo (EDEN), mas o sucesso dos blocos defensivos leva-os a que tenham eles próprios tendencias imperialistas. Aconteceu com a EDEN, no caso da Argentina, e também com países asiáticos incluindo a China. Quando o bloco defensivo se torna imperialista tendencialmente desagrega-se, quando o bloco imperialista é muito bem sucedido, começam a existir tensões internas que também contribuem para a sua desagregação (rivalidades etc).
Portugal tem sido sempre figura nos blocos defensivos, tendo maior, ou menor protagonismo bélico.
Hoje, o mundo está em mudança. O bloco imperialista TwO é dominante mas os seus membros têm lealdades conflituantes. A CoT tornou-se ela própria um bloco imperialista e parte dos elementos da NAN são dominados por países dessa aliança.
Portugal tem uma integração dificil na NAN porque geográficamente está muito afastado, não tem relações históricas com nenhum dos países que a constituem e é dominado por um país core da TwO, o que não ocorre com a maioria dos países da NAN.
Pessoalmente acho que devemos manter boas relações com todos os países mais pequenos porque são potenciais aliados, mas não acho que juntarmo-nos à aliança seja conveniente. Uma posição neutral sem amarras para além daquelas que o NAP nos impõe parece-me mais favorável neste momento.
A vantagem que vejo num alinhamento seria uma actuação militar coordenada mais intensa que se tem perdido nestes meses da neutralidade, mas acho que podemos e devemos fazer isso sem precisar de entrar na NAN e olhando aos nossos aliados históricos.
Agradecem-se os apontamentos históricos e políticos. A nossa hipotética entrada na NaN, em todo caso, valeria para estimular o seu crescimento e favorecer a adesão de novos países semelhantes ao nosso. Mas neste jogo há que valorizar sempre múltiplos factores, é claro.
same as before, maybe our country distance away, but do not mean it is impossible, as it is now, Egypt is also quite far dr NaN member countries. but we still can lend a help to aid for Egypt. in this game, nothing is impossible 😉
mesmo que antes, talvez o nosso país longe distância, mas não significa que é impossível, como é agora, o Egito também está muito longe dr países membros NaN. mas ainda podemos dar uma ajuda à ajuda para o Egito. Neste jogo, nada é impossível😉
Votado , acho interessante analisar a iniciativa NaN 🙂
o7
Acho que a NaN é uma opção actualmente viavél e bastante apelativa para Portugal, mas tem que se pensar muito nesta opção, pois como o John Bokinski disse estamos muito longe do resto do membros da aliança e se entrarmos ficamos como uma dos países mais "dominantes" da aliança. Mas é de facto uma opção interessante e que deveria ser analisada ao pormenor.
mesmo que antes, talvez o nosso país longe distância, mas não significa que é impossível, como é agora, o Egito também está muito longe dr países membros NaN. mas ainda podemos dar uma ajuda à ajuda para o Egito. Neste jogo, nada é impossível😉
Votado.. Embora atualmente não me pareca o melhor rumo para o país, é importante avaliar. Gostei do artigo.
Bom artigo, a explorar...
eu ja tinha pensado nisso mas me atrevi em falar
Sempre importante analisar novos caminhos.
Votado, grande artigo mais uma vez
Quanto à NaN sinceramente não vejo nenhum beneficio em aderir, mais vale continuar neutros mais uns tempos infelizmente.
É possível que seja necessário manter-nos como estamos com paciência, sim. Tampouco tenho clara ainda a minha posição ao respeito, mas escrevi o artigo em defesa dessa alternativa para provocar em certa maneira a discussão.
bom artigo. Respeitando esta nova janela proposra, mas penso que deveriamos lutar com nossos aliados argentina e colombia principalmente. penso que poderiamos formar um bom eixo caso fosse bem coordernado..
Como ex-eAustraliano, posso dizer que são bons moços, pena estarmos tão longe.
Artigo muito bom!
É de facto uma 3ª via, mas deve ser bastante ponderado, quer os Prós, quer os contras.
Mas, existe algum trabalho no interior da eNação que deve ser feito primeiro.
Votado
votado...
...embora me pareça que alinhar os não-alinhados numa aliança é um tanto ou quanto paradoxal... just for the lulz?
Votado. E uma opcao a ser ponderada
Para pensar...