VIAJANTES OCULTOS

Day 1,791, 17:12 Published in Brazil USA by Dio Ichigo


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Episódio 1: INICIO DA CONSPIRAÇÃO.
Episódio 2: CONSPIRAÇÃO: A PREPARAÇÃO
Episódio 3 – Inicio da Caçada
Episódio 4: A ESTÂNCIA
Episódio 5: VISITA À LIMA
Episódio 6: A CAMINHO DE CUZCO
Episódio 7: A CAPTURA
Episódio 8 : A INICIALIZAÇÃO


Episódio 9 : VIAJANTES OCULTOS


D.Lion acordou do transe, a ultima coisa que se lembrava era do punho ao alto e seu grito de “PRIDE POWER PAKISTAN”. Olhou ao redor, estava ele em um local escuro, com ele apenas sua mochila e carteira intactas. Logo percebeu que estava em uma embarcação em alto mar, preso em alguma sala ou não?

Logo encontrou a saída e a ante-sala, subiu as escadas sorrateiramente e viu.

A Bandeira de encerado grossa estampado o Brasão de armas da Republica tremulava com os ventos dos Mares do Atlântico.



Um militar postado de costas a sua frente em posição de guarda fitavam a paisagem há algumas horas, como se enxergassem além daquele horizonte anil e sem vida.




D.Lion voltou aos compartimentos interiores e aguardou, um, dois dias. Fortes ondas se chocavam contra o navio como se o próprio Sea Fighter (um catamarã de alumínio projetado para operar de forma eficaz em águas litorâneas ou costeiras) o flagelasse. O vento frio açoitava tudo sobre as águas do Oceano Atlântico, obrigando os tripulantes militares a se encolherem dentro dos grossos porões. Por dois dias a tempestade atormentava o clima, dois longos dias em que D.Lion permanecera enfurnardo entre os barris de carga. Ainda que ferido em razão dos solavancos da embarcação estava feliz por ter deixado em segurança o Rio de Janeiro, mesmo sem saber.

A ventania denunciava que estavam alcançando à costa, pois aquela já lhe cortava os ossos há algum tempo. Na solidão dos últimos dias de viagem tentara imaginar como era o mar ou a paisagem das terras firme, pois desde quando entrara sorrateiramente na sala de cargas, oito dias antes, não saíra para nada.





Olhou dentro da mochila, apenas migalhas de uma barra de cereais que comprara em Lima muitos dias atrás, e algumas frutas enroladas no pano, que já cheirava mal. A fome incomodava bastante e D.Lion, sem idéia de quanto tempo ainda levaria para chegar a algum porto, resolveu arriscar-se no compartimento de carga em busca de algo para aliviar o vazio na barriga.


Após deixar seu canto escuro, tocava cada um dos barris esperando encontrar um sinal a respeito do que guardavam. Garrafas de vidro e porcelana diferenciavam os recipientes, que após várias raspagens para apagar os antigos entalhes já se mostravam gastos e revelando, para a infelicidade dele, sinais de que continham bebidas como vinho ou rum. Ao passar para o outro lado da sala de cargas, separada por paredes de metal escuro, encontrou barris menores, mas que ainda aparentavam um peso considerável. Estes eram segurados por cordas e anteparos de madeira, o que fez D.Lion supor que algo mais valioso que bebidas alcoólicas neles estava retido.


Alguém naquele mesmo momento pensara o mesmo que ele e assim como D.Lion estava a averiguar os barris. Um barulho súbito por ele foi ouvido, vindo de uma aglomeração de tonéis, e uma gota de suor tão fria quanto o vento que lá fora soprava. O som era constante e bastante audível, e aquele que o fazia resmungava consigo mesmo com uma voz estridente, como se não conseguisse alcançar algo. Hesitante, respirou várias vezes e resolveu dar a volta no amontoado para espiar o causador de tanto barulho.


Ao se aproximar o navio repentinamente balançou com violência, jogando-a contra uma parede enquanto um barulho muito alto de colisão pôde ser ouvido. D.Lion bateu com a cabeça e de pronto sua visão embaçou por alguns segundos. Ao se recompor viu que grande parte das cargas havia se soltado das prateleiras e até mesmo quebrado os anteparos. Havia comida e grãos espalhados por todos os cantos, e o balançar da nau ajudava para que ficassem ainda mais.


D.Lion imaginou que toda aquela balbúrdia pudera ser ouvida nos compartimentos ao redor da sala de cargas, mas o contínuo descontrole da embarcação lhe daria algum tempo para recolher algo para comer e voltar para o canto escuro entre os tonéis de bebidas. Enquanto remexia os recipientes abertos, entre grãos, peixes e frutas, ouviu um gemido de dor e se lembrou daquele que resmungava antes do choque com as ondas. Passo a passo se aproximou hesitante da origem do som, pois ali poderia estar um marinheiro que a entregaria assim que a oportunidade surgisse. Apesar do risco, sua bondade e sensibilidade falaram mais alto.


D.Lion não esperava encontrar aquele tipo de ser em uma embarcação, pois olhos escuros e pupilas fendidas não lhe enganavam. Era mais um gatinho, que se assustou ao ver que sua presença havia sido descoberta.


- Por favor, não chame ninguém, eu tenho muitas partes de bazucas aqui e poderei cedêr, eu lhe pago o quanto quiser se não me entregar! – D.Lion disse com uma voz estridente e olhos arregalados de tanto medo. Quando pronunciou a primeira palavra em resposta subitamente o olhar de Bonna mudou, e suas feições se tranqüilizaram. De alguma forma misteriosa o D.Lion sentiu que poderia confiar naquele felino, principalmente após ouvir o que tinha a dizer.


- Não se preocupe, também não sei por que estou aqui, e... - E eu não quero o seu dinheiro, você deve guardá-lo para comprar comida quando alcançarmos a costa. - Assim, não precisará mais ficar espiando e mexendo na carga dos outros. Bonnadisse com um sorriso no rosto.

Ao tentar empurrar o barril percebeu que nem mesmo um dos robustos tankers do CAT - Brasil conseguiria removê-lo sozinho. O navio continuava balançando, e o braço do Bonna poderia ser ainda mais esmagado se não agisse rápido. Ao observar toda a comida no chão teve uma idéia quando viu um dos barris vazios ser movido pelo balançar provocado pelas ondas. A tampa daquele barril que prendia o braço já havia sido removido, e assim, Bonna teve apenas o trabalho de tirar a comida do interior até que ficasse leve e pudesse ser deslocado.


- Como você se chama? – ela perguntou ao ver o Bonna alisar o braço tentando inutilmente aliviar a dor.


- M... Meu nome é Bonna. – ele respondeu sem olhar para a D.Lion.


- Me chamo D.Lion, e assim como você também estava à procura de algo para comer. - Mas parece que você chegou primeiro. D.Lion disse olhando para a cintura do resmungador, que revelava um punhal. Sem perceber que o barco havia parado de balançar D.Lion ensaiou uma terceira pergunta, mas foi interrompida por uma reação brusca do novo conhecido. Com um salto rápido ele a agarrou pelo braço esquerdo e levou para a sala onde permaneciam as outras cargas, procurando um lugar para se esconderem.


Antes de perguntar o que tinha em mente, a respeito do motivo daquela reação, D.Lion ouviu a porta ranger e iluminar a sala em que estavam, expondo dois vultos portando lanternas. Para a sorte de ambos os militares constataram que a carga estava daquela maneira devido aos fortes solavancos provocados pelas ondas, afastando qualquer possibilidade de desconfiança a respeito de tripulantes clandestinos. Enquanto os militares subiram gritando por alguém para limpar a bagunça eles aproveitaram para recolher o máximo de comida que podiam. A sala das bebidas não foi afetada, e isto ajudaria para que pudessem permanecer por lá até o fim da viagem. Os momentos durante a limpeza da sala de cargas pareciam eternos, e a cada aproximação de um embarcadiço eles retesavam os músculos com medo de qualquer descoberta. Nenhuma palavra foi proferida durante horas...


Ao que parecia já era noite quando o navio alcançou a costa, pois os pequenos feixes de luz que passavam através das frestas já haviam sumido. Isto era importante para aqueles furtivos viajantes, pois poderiam ter problemas para deixar a embarcação sem serem vistos sob a luz do dia. Bonna amarrou duas tiras de pano no rosto, deixando apenas os olhos visíveis e escondendo a sua condição de CAT ou transparecer mais ainda. Com cuidado abriu sorrateiramente a porta da sala de cargas, espiando no corredor para saber se o caminho estava livre para a fuga da embarcação. Muitas vozes podiam ser ouvidas vindo do convés, e sua audição apurada de felino permitia que até mesmo distinguisse algumas palavras, geralmente referentes a ordens de retirada das cordas e de transporte das cargas.


Bonna ouviu também passos pesados vindo para a direção da sala de cargas, que se tornavam mais altos a cada segundo. Pensando rápido, se lembrou de uma janela bem perto dali, pela qual havia entrado antes de mexer nos barris. Poderia facilmente seguir até a janela e escapar, sem se preocupar com D.Lion, que o esperava no canto da sala de cargas. Em condições normais o felino o faria, mas uma compulsão estranha o fez vacilar e retornar para buscá-lo.



MISSÃO DADA É MISSÃO CUMPRIDA.


Adival
Autor



Qualquer coisa podem me chamar pelo msn: d_lion23@hotmail.com que estou sempre disponível para ajudar na medida do possível.


Um grande abraço e até o próximo artigo.


Adival
Editor Geral





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